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Por José Benedito da Silva
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Rachadinha: os descuidos de Flávio Bolsonaro e Queiroz, segundo o MP

Em denúncia apresentada à Justiça, promotores descrevem quatro momentos em que os dois teriam sido desatentos no esquema do qual são acusados

Por Juliana Castro Atualizado em 12 mar 2021, 00h38 - Publicado em 7 dez 2020, 17h07

Ao denunciar o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) e o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz, o Ministério Público do Rio de Janeiro descreve ao menos quatro situações em que, avaliação dos procuradores, houve descuido por parte dos acusados em relação ao chamado esquema da rachadinha — desvio ilegal de parte dos salários de servidores da Assembleia Legislativa do Rio.

Um primeiro momento de desatenção, relata o MP, foi quando Queiroz depositou 25.000 reais na conta de Fernanda Bolsonaro, mulher de Flávio e também denunciada, em agosto de 2011. Naquele ano, o casal adquiriu na planta uma cobertura em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, pelo valor inicial de 1,7 milhão de reais. Os promotores apontam que não havia lastro financeiro para custear o sinal do imóvel e que Queiroz usou parte dos recursos da rachadinha para isso, depositando dinheiro em espécie para Fernanda. Acontece que, naquela época, o MP relata que o ex-assessor ainda não estava familiarizado com os instrumentos de prevenção à lavagem de dinheiro utilizados pelas instituições financeiras e fez um depósito único que, em razão do alto valor, foi identificado com o nome do depositante — no caso, Queiroz. Depois desse episódio, o modus operandi no esquema passou a ser a realização de depósitos fracionados, que evitam a identificação do depositante.

Uma segunda situação em que os denunciados foram desatentos, segundo o MP, ocorreu quando o chefe de gabinete do Zero Um, Miguel Ângelo Braga Grillo, sacou 20.000 reais em espécie da conta dele, em dezembro de 2011. Meia hora depois, o valor foi depositado na conta da mulher de Flávio. A distância entre a agência de Braga Grillo e Fernanda é de apenas 400 metros. Embora a mulher do Zero Um tenha aparecido como depositante do dinheiro, os promotores concluíram, com base no cruzamento de dados, que os recursos vieram do chefe de gabinete — que é um dos denunciados no caso. O dinheiro serviu para pagar uma segunda parcela do financiamento imobiliário.

O terceiro momento descrito como descuido pelo MP foi quando Flávio e a mulher colocaram nas declarações de renda os pagamentos de contribuições patronais de empregador doméstico no ano de 2014. Mas, nada saiu das contas deles, o que, para os investigadores, indicou que os salários eram pagos em espécie.

Por fim, os promotores listam que um quarto descuido ocorreu nas transferências entre as contas dos ex-assessores e de Queiroz, configurando a devolução de salário. Embora tenham se valido do uso de depósitos em espécie, os acusados também lançaram mão de transferências bancárias pelos meios usuais (cheques, DOCs, TEDs, TEFs e TBIs). Para o MP, isso “ocorreu algumas vezes, talvez por descuido dos envolvidos ou pela simples crença na impunidade, tão comum em casos de crimes do ‘colarinho branco'”.

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