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PP não é 100% bolsonarista nem na família nem no estado de Ciro Nogueira

Aliada do ministro no Piauí tem irmã e cunhado como secretários de governo petista; no Ceará, primos do cacique do Centrão comandam sigla fiel a PT e PDT

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 set 2021, 09h00

Ministro-chefe da Casa Civil e principal articulador político do presidente Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira é o mandachuva do PP, partido que, apesar do protagonismo do cacique no governo, está longe de ter o bolsonarismo como unanimidade internamente, como mostra reportagem de VEJA da edição desta semana. Dois casos simbólicos ilustram a distância em relação a Bolsonaro dentro da sigla: o reduto eleitoral do próprio Nogueira, lulista até outro dia, e um estado onde familiares dele estão na cúpula local do PP.

No Piauí, a cujo governo Ciro Nogueira pode concorrer em 2022, algumas lideranças do PP não o seguiram no rompimento com o PT do governador Wellington Dias. Exemplo disso é a deputada federal Margarete Coelho, vice de Dias entre 2014 e 2018. Enquanto Nogueira ficou profundamente contrariado até mesmo com a concessão de um empréstimo de 800 milhões de reais do Banco do Brasil à gestão Dias, em agosto, Margarete tem uma irmã como secretária do Meio Ambiente e um cunhado como secretário de Transportes do governo petista. Entre aliados locais de Ciro Nogueira, é vista com bons olhos a possibilidade de ele não concorrer ao governo e se manter na Casa Civil, abrindo espaço para uma composição piauiense com o PSDB, do presidenciável que governa de São Paulo, João Doria.

Outro caso de distanciamento com o bolsonarismo mesmo entre pessoas próximas a Nogueira está no Ceará. Primos do ministro, Etevaldo Nogueira Filho e Rodrigo Nogueira são vice-presidente e tesoureiro do PP cearense, aliado de primeira hora do governador Camilo Santana (PT) e do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), ambos fortemente ligados ao presidenciável Ciro Gomes (PDT).

Colaborador da gestão do ex-prefeito da capital cearense Roberto Cláudio (PDT), Rodrigo tornou-se secretário de Desenvolvimento Econômico na capital sob Sarto. Além dos Nogueira, o PP estadual é comandado pelo deputado federal AJ Albuquerque, cujo pai, o deputado estadual Zezinho Albuquerque (PDT), é fiel ao clã Gomes e hoje ocupa a Secretaria das Cidades do governo de Santana.

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Fora a base eleitoral e os primos do ministro, há ainda o caso do atual presidente do PP, o jovem deputado André Fufuca (MA), que substituiu Ciro Nogueira interinamente após ele ao assumir a Casa Civil. O irmão de Fufuca já foi secretário do Meio Ambiente no governo Flávio Dino (PSB), um dos governadores mais próximos do ex-presidente Lula. Para 2022, Fufuca já tem candidato ao governo maranhense: o senador Weverton Rocha, que é do PDT de Ciro Gomes, mas tem imensa “simpatia”, por assim dizer, por Lula.

Como mostra a reportagem de VEJA, o PP está distante de Bolsonaro e próximo de adversários dele em estados como Pernambuco, Bahia, Paraíba e São Paulo. A lógica por trás de tanto pragmatismo é uma só: cada estado tem uma realidade eleitoral e o foco do PP é a eleição de parlamentares, que cacifam o partido como aliado estratégico de qualquer presidente eleito. A estratégia tem dado certo: “neto” da Arena, sigla que dava sustentação à ditadura, o PP tem eleito desde 2002 cerca de 40 deputados federais (atualmente tem 41) e aderido a governos desde o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em troca de cargos.

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