Oposição tenta levar às ruas a maior frente construída contra Bolsonaro
Prevista para ocorrer em mais de 250 cidades, manifestação espera reunir representantes de 21 partidos; Avenida Paulista terá Ciro Gomes, petistas e tucanos
A oposição planeja levar às ruas de todo o país neste sábado, 2, a maior frente já construída até agora contra Jair Bolsonaro. Prevista para ocorrer em mais de 250 cidades, a manifestação pelo impeachment do presidente espera atrair representantes de 21 partidos e um espectro político que inclui lideranças expressivas do PT, militantes do PSDB e os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT) e Alessandro Vieira (Cidadania).
Todos eles deverão estar na Avenida Paulista, em São Paulo, a partir das 13h, na região do Masp, onde deverá ocorrer a maior concentração de manifestantes. Outros atos considerados importantes estão previstos para o Rio de Janeiro, às 10h (da Candelária à Cinelândia), e em Brasília, às 15h30.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), não deverá participar porque tem agenda em Minas Gerais – ele está em campanha para as prévias do partido que indicará o candidato à Presidência da República, na qual enfrenta o governador gaúcho Eduardo Leite e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgilio. Os tucanos, no entanto, estarão representados, em razão do apoio do diretório municipal da legenda, que confirmou participação no protesto.
Entre os principais líderes petistas, estarão no ato a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, e o ex-prefeito Fernando Haddad, mas há dúvida sobre a ida ou não do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de Gleisi, também confirmaram presença outros presidentes de partidos: Roberto Freire (Cidadania), Carlos Siqueira (PSB), Carlos Lupi (PDT) e Juliano Medeiros (PSOL).
Também irão à manifestação, segundo os organizadores, o ex-presidenciável Guilherme Boulos (PSOL), os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Eliziane Gama (Cidadania-MA), os deputados Tabata Amaral (PSB), Alessandro Molon (PSB) e Orlando Silva (PCdoB) e a ex-deputada Manuela D´Ávila (PCdoB).
O ato também tem contado com a efetiva mobilização de todas as centrais sindicais, entre elas a CUT, a Força Sindical, a UGT, a CSP/Conlutas e a CSB – são dez entidades no total.
Unidade
A manifestação deste sábado tenta ser um marco na unificação da oposição pelo impeachment de Bolsonaro – que hoje é difícil em razão do apoio que o presidente ainda tem na Câmara, em especial do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), a quem cabe dar início a um processo desse tipo.
A última tentativa de unificar a oposição em atos de rua ocorreu no dia 12 de setembro e foi um fracasso. Liderada pelo MBL e pelo Vem pra Rua, que atuaram no impeachment de Dilma Rousseff, a manifestação não teve a adesão da imensa maioria da esquerda, incluindo o PT. Dos partidos que participaram do protesto naquele dia, apenas o Novo não deverá estar na manifestação deste sábado.
“A oposição pode dar um passo à frente, deixando diferenças estratégicas em segundo plano em nome de uma unidade tática. Terão essa capacidade? Saberemos em breve”, afirmou o presidente do PSOL, Juliano Medeiros.