Norte e Nordeste têm nove dos dez estados que menos vacinam contra a Covid
Amapá, pior estado no ranking da vacinação, imunizou totalmente 38,1% da sua população, menos da metade de Minas Gerais (78,4%), o estado mais bem colocado
Quase onze meses após o início da imunização contra a Covid-19 no Brasil, dados das secretarias estaduais de Saúde mostram que as regiões Norte e Nordeste são os principais gargalos para que todos os brasileiros sejam totalmente imunizados contra o novo coronavírus.
Levantamento feito por VEJA com os boletins divulgados pelas pastas mostram que, dos dez estados que menos aplicaram doses em seus habitantes, seis estão na região Norte (Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e três no Nordeste (Alagoas, Maranhão e Paraíba).
No topo da lista está o Amapá, que imunizou totalmente 38,1% de sua população com duas doses ou a dose única da Janssen – o estado também é o que menos vacinou com a primeira dose (60,6%). Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil tem 74,6% da população com a primeira dose e 65,7% com o esquema vacinal completo. Atrás do Amapá, aparece Roraima, que imunizou totalmente 39,7% da população, seguido por Acre (47%), Pará (47,1%) e Maranhão (47,2%).
A diferença dos estados retardatários para os que mais vacinaram chega a 40 pontos percentuais, como na comparação do Amapá com Minas Gerais, onde 78,4% de toda a população já está imune contra a Covid-19 – também aparecem com altos índices de imunização completa o Ceará (77,7%), Amazonas, São Paulo (ambos com 76,5%) e Bahia (74,2%) — veja mais detalhes no gráfico abaixo.
O abismo na imunização entre os estados é registrado em meio à chegada da variante Ômicron ao país, que, por ora, tem se mostrado mais contagiosa do que as conhecidas até agora, mas com menor letalidade. Por enquanto, o Brasil já registrou cinco casos de contaminação por essa nova mutação – três pacientes de São Paulo e dois do Distrito Federal.
A chegada dela ao território brasileiro fez a maioria das capitais cancelar as festas de final de ano e foi o principal fator para o governo do estado de São Paulo reduzir para quatro meses o intervalo para aplicação de doses de reforço contra a Covid-19.