No palanque, um Arthur Lira bastante alinhado a Bolsonaro
Em Alagoas, chefe da Câmara afirma que não foi eleito para brigar com o governo, diz que não permitirá 'oposição por oposição' e defende até o voto impresso
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mostrou durante o tour político com Jair Bolsonaro por Alagoas nesta quinta-feira, 13, que está bastante alinhado com o presidente. Disse que não permitirá “oposição por oposição”, defendeu o projeto de lei que atualizou as regras para a concessão de licença ambiental — aprovado na quarta-feira–, a PEC que restabelece o voto impresso nas eleições brasileiras — ele instalou uma comissão especial para analisar a proposta — e a distribuição de emendas para parlamentares.
“Governar não é produzir manchetes e buscar a popularidade efêmera e volátil da opinião pública. Governar não é perseguir, não é surfar na onda, não é buscar a zona de conforto dos holofotes fáceis. Governar é mudar a vida das pessoas como hoje”, disse durante a inauguração de um conjunto habitacional construído por programa federal em Maceió, ao lado de Bolsonaro e do senador Fernando Collor (Pros-AL).
Também disse que não foi eleito — com o apoio de Bolsonaro, diga-se — para ficar trombando com o governo. “Fui eleito não para brigar, não para fazer competição e discórdia entre os poderes. Os poderes são independentes, mas são harmônicos”, disse. O presidente retribuiu: “Você tem sido excepcional naquilo que o Executivo lhe pede. E digo mais: Executivo e Legislativo não são dois poderes, é um só, porque um depende do outro, um nasceu para o outro. Graças a Deus, o Brasil hoje tem Arthur Lira na presidência daquela Casa”, disse.
Lira negou que Bolsonaro pratique a política do “toma lá, dá cá” com os deputados e que essa estratégia tenha ajudado ele a chegar à presidência da Câmara. Segundo ele, a Casa “não se curvará a essa chantagem barata de querer dizer que o presidente Bolsonaro troca votos por emendas parlamentares. Isso nunca existiu”. Ele disse haver uma “briga” por verbas e recursos no Congresso e que cada um tenta “puxar um pedacinho para o seu estado”.
Vale lembrar que Arthur Lira é o único que pode colocar ou não para andar um dos 115 pedidos de impeachment protocolados na Câmara. Ele já disse anteriormente que “100%” das solicitações que analisou são “inúteis”.