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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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MP do Rio: grupo do atual procurador-geral terá 3 candidatos à sucessão

Ação é vista como estratégia para barrar opositora e procurador bolsonarista em lista tríplice; sucessor terá papel crucial no futuro de Flávio Bolsonaro

Por Daniel Haidar Atualizado em 2 out 2020, 17h55 - Publicado em 2 out 2020, 15h18

Três candidatos do grupo do atual procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, se inscreveram na eleição para sucedê-lo. Começou oficialmente nesta sexta-feira, 2, a campanha para a eleição do próximo chefe do Ministério Público do Rio de Janeiro. São do grupo de Gussem os candidatos Virgílio Stavridis, Luciano Mattos e Ertulei Laureano. A inscrição de três aliados de uma mesma ala é considerada uma estratégia para formar uma lista tríplice sem a presença da opositora Leila Machado Costa e do bolsonarista Marcelo Rocha Monteiro. Ao contrário da nomeação para a Procuradoria-Geral da República, uma lei obriga que o governador do Rio escolha necessariamente algum dos três nomes mais votados pela categoria para chefiar o Ministério Público do começo de 2021 ao final de 2022.

Chamou atenção nos bastidores a confirmação na última hora do procurador Marcelo Rocha Monteiro, bolsonarista assumido e ex-marido da promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, que se afastou do caso Marielle Franco depois de reveladas postagens suas em redes sociais de apoio à campanha do presidente Jair Bolsonaro em 2018. Dependerá do próximo procurador-geral de Justiça do Rio fazer as argumentações jurídicas, interrogar testemunhas e redigir as alegações finais no processo criminal que deverá ser aberto contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho Zero Um do presidente. A denúncia contra Flávio já está pronta, mas ainda não foi protocolada no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, onde Flávio deve ser julgado por 25 desembargadores. O futuro procurador-geral poderá delegar o caso de Flávio para algum outro procurador, se assim quiser, como Gussem fez, mas reservadamente alguns candidatos prometem se dedicar pessoalmente a processos contra políticos.

O procurador Marcelo Rocha Monteiro usa camisa com imagem de Jair Bolsonaro na campanha de 2018 (Facebook/Reprodução)

A escolha de um novo procurador-geral pode mudar radicalmente o futuro de Flávio, porque o novo chefe da instituição poderá inclusive pedir a absolvição do senador no momento de apresentar as alegações finais do processo. Promotores temem acordos de bastidores entre os candidatos com Bolsonaro ou com o governador do Rio, Cláudio Castro (PSC). Castro já foi citado em investigações criminais que correm no Ministério Público do Rio e na Procuradoria-Geral da República.

Entre os candidatos mais próximos a Gussem, Stavridis era seu chefe de gabinete até se licenciar para a disputa, Mattos foi seu aliado à frente da Associação do Ministério Público do Rio de Janeiro (Amperj) por seis anos e Laureano foi seu assessor, além de ter sido colega de seu pai, o procurador Ivanir Gussem, e de ter presidido a Amperj nos últimos dois anos como representante desse mesmo grupo. Laureano tem dito que sua candidatura é independente. Todos eles são considerados aliados do ex-procurador-geral Marfan Vieira, que nos bastidores tem declarado apoio a Mattos. “Não sou um candidato vinculado nem ao Gussem nem ao Marfan. Sou independente”, declarou Laureano a VEJA.

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Já Gussem diz que não tem candidato e se manifestou internamente de forma neutra. “Não tenho candidato. O momento é de a classe escolher quem representará a instituição no próximo biênio”, afirmou a VEJA.

Em mensagem enviada a promotores e procuradores, Gussem parabenizou e elogiou todos os candidatos, até os oposicionistas, por concorrerem para sucedê-lo. “Quero registrar que em razão do clima pacífico que reinou no curso dos 3 anos e 10 meses que estou à frente da chefia, não irei me pronunciar e externar minhas posições, opiniões e escolhas. Penso que tenho que respeitar igualmente todas as candidaturas e aguardar o resultado final”, afirmou aos colegas.

 

 

Na oposição, Leila Machado Costa foi subprocuradora de planejamento institucional da primeira gestão de Gussem e coordenadora da área de infância e adolescência na gestão de Vieira, mas rompeu com o grupo posteriormente. Rocha Monteiro é professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), foi integrante do Conselho de Segurança do governador afastado Wilson Witzel (PSC-RJ) e não esconde nas redes sociais algumas selfies com o senador Flávio Bolsonaro.

Promotores e procuradores vão votar no próximo chefe do Ministério Público do Rio no dia 11 de dezembro.

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