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Moro pede que Aras opine se foi regular depoimento de Bolsonaro à PF

Defesa do ex-ministro contesta procedimento adotado pela PF na oitiva do presidente, que não incluiu advogados de Moro, também investigado em inquérito

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 nov 2021, 16h05 - Publicado em 8 nov 2021, 15h35

A defesa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que o procurador-geral da República, Augusto Aras, se manifeste a respeito da “regularidade” do depoimento do presidente Jair Bolsonaro à Polícia Federal no âmbito do inquérito que apura se o chefe do Executivo tentou interferir politicamente na corporação.

Os defensores de Moro não foram intimados a participar da oitiva, ao contrário do que ocorreu no depoimento do ex-ministro, também investigado no inquérito, quando a Advocacia-Geral da União e a PGR foram informadas e notificadas a comparecer. Conduzido pelo delegado Leopoldo Soares Lacerda, o depoimento de Bolsonaro ocorreu na noite da última quarta-feira, 3, no Palácio do Planalto.

“Esperavam os signatários da presente serem comunicados da data de oitiva do segundo investigado – e assim também o fosse a própria PGR – mantendo-se o mesmo procedimento adotado quando do depoimento prestado pelo ex-Ministro Sérgio Fernando Moro, em homenagem à isonomia processual”, dizem os advogados Rodrigo Sánches Rios e Luiz Gustavo Pujol.

Para a defesa do ex-ministro, a decisão de Moraes que autorizava a dispensa de intimação aos advogados dos investigados se limitava às oitivas de testemunhas, o que não se enquadra no caso do presidente. Os advogados ainda destacam que o depoimento se deu “em audiência reservada” e “em período noturno”.

“Diante de todas estas considerações, e deixando registrado desde logo o inconformismo desta Defesa, requer-se,  respeitosamente, que Vossa Excelência encaminhe os autos à d. Procuradoria Geral da República – destinatário exclusivo da prova preliminar colhida nesta investigação – a fim de que o órgão se posicione sobre os argumentos aqui expendidos e sobre a regularidade do procedimento adotado, pela Polícia Federal, para a oitiva do senhor Presidente da República”, pedem os defensores.

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No depoimento da semana passada, Jair Bolsonaro negou ter buscado interferir politicamente na Polícia Federal e declarou que Sergio Moro, enquanto ministro da Justiça, condicionou a troca do diretor-geral da PF à sua indicação à vaga do ex-ministro Celso de Mello no STF. Moro negou a versão do presidente.

A investigação

O inquérito em que Bolsonaro foi ouvido foi aberto por Celso de Mello a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, em abril de 2020, depois de Sergio Moro pedir demissão e acusar Bolsonaro de tentar interferir na corporação por meio das trocas do então diretor-geral, Maurício Leite Valeixo, e do superintendente da PF no Rio de Janeiro. Valeixo foi demitido à revelia de Moro, que pediu para deixar o cargo no mesmo dia. Mello foi substituído por Moraes na relatoria após sua aposentadoria da Corte, em outubro de 2020.

Em entrevista coletiva após pedir demissão e em seu depoimento aos investigadores, o ex-ministro disse que o presidente pretendia fazer as mudanças para ter na PF um diretor com quem pudesse interagir e que lhe fornecesse relatórios de inteligência. Moro também figura como investigado no inquérito.

O escolhido por Bolsonaro para o posto foi o delegado da PF e diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, amigo dos filhos do presidente. Alexandre de Moraes, no entanto, barrou a posse de Ramagem por entender que havia indícios de “desvio de finalidade” na nomeação. Bolsonaro, então indicou o delegado Rolando Alexandre de Souza para o cargo.

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Foi no âmbito do inquérito que Celso de Mello autorizou a divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, no Palácio do Planalto, apontada por Moro como prova de que Bolsonaro pretendia interferir politicamente na PF. Na reunião, o presidente reclamou dos sistemas de informação da Abin e da PF e afirmou que apenas o seu sistema “particular” funcionava. Bolsonaro declarou no encontro que havia tentado trocar a “segurança” de sua família no Rio de Janeiro e, não tendo “conseguido”, estava disposto a trocar até um ministro para fazê-lo.

“Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui! E isso acabou. Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira”, disse.

Segundo Moro, a menção a “segurança” se refere à Superintendência da Polícia Federal no Rio, onde o presidente teria buscado interferir politicamente em função de investigações de pessoas próximas a ele. Bolsonaro alega que se referia à segurança pessoal de sua família no Rio, que fica a cargo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI). O presidente, no entanto, também cita “amigos”, que, ao contrário de sua família, não têm direito a escolta de seguranças do GSI.

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