Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maquiavel Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Em que trecho do discurso Bolsonaro mais contrariou a realidade

Em pronunciamento nesta quinta, 21, na Cúpula de Líderes sobre o Clima, presidente tentou limpar a barra ambiental do governo

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 abr 2021, 12h46 - Publicado em 22 abr 2021, 12h45

Em discuso na Cúpula de Líderes sobre o Clima nesta quinta-feira, dia 22, Jair Bolsonaro fez um apelo à comunidade internacional por contribuição financeira “de maneira imediata, real e construtiva” para “eliminar” até 2030 o desmatamento ilegal na Amazônia. Dentre as medidas listadas para alcançar essa meta ambiciosa, o presidente afirmou que “determinou o fortalecimento dos órgãos ambientais, duplicando os recursos destinados às ações de fiscalização”. O discurso não tem o menor pé na realidade.

Na última terça-feira, 22, mais de 500 servidores do Ibama (ou seja, profissionais do próprio governo federal) assinaram uma carta aberta em que denunciam que todas as atividades de fiscalização de infrações ambientais se encontram paralisadas neste momento.

Segundo os agentes, a interrupção ocorre por causa de uma norma baixada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no início de abril, que cria novas burocracias para o registro de multas pelas equipes de campo, como a necessidade de autorização de uma instância superior, redução de prazos para a elaboração dos autos e falta de tecnologia disponível para implementar essas mudanças.

“Isso representa um verdadeiro esvaziamento da força de trabalho da fiscalização ambiental federal, sendo de conhecimento que já é pequena tal força de trabalho diante das dimensões continentais do país e os crimes ambientais que vêm crescendo de forma exponencial nos últimos dois anos, fato comprovado pelo aumento do desmatamento e queimadas na Amazônia”, diz a carta.

Continua após a publicidade

Essa paralisia dos trabalhos também se reflete nos dados. Enquanto as taxas de desmamento na Amazônia vem aumentando nos últimos anos, o número de multas ambientais vêm caindo. Segundo levantamento do Observatório do Clima, com base em números oficiais, o Ibama aplicou 20% de infrações a menos em 2020 se comparado com 2019 – 9.516 ante 11.914.

Apesar do novo discurso na cúpula do clima, o presidente Jair Bolsonaro já chegou a comemorar essa redução  justamente porque corresponde à sua promessa eleitoral de acabar com a “indústria da multa” do Ibama. Também sempre foi crítico das táticas utilizadas pelos órgãos ambientais para interromper de imediato o ilícito ambiental, como a queima de tratores e motosserras. Chefes de fiscalização do Ibama chegaram a ser substituídos do posto por ações como essa que são previstas em lei.

O enfraquecimento da fiscalização ambiental já chegou a ser admitido pelo próprio ministro Ricardo Salles, que o atribui à diminuição drástica do quadro de agentes do Ibama e ICMBio nos últimos anos por aposentadoria, necessidade de afastamento por causa da pandemia de Covid-19 e falta de novos concursos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.