CPI quer convocar advogada de Bolsonaro, e presidente da OAB critica
Após requerimento para ouvir Karina Kufa, Felipe Santa Cruz rebate: 'CPI não deve tentar incriminar advogados para atingir clientes'
O vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou nesta segunda-feira, 30, um requerimento para convocar a advogada de Bolsonaro, Karina Kufa, para depor ao colegiado como testemunha. A convocação foi aprovada nesta terça. O motivo: ela ofereceu um churrasco em sua casa, no ano passado, no qual dois alvos da comissão – o empresário Ricardo Santana e o advogado Marconny Faria – se conheceram. A CPI suspeita que os dois atuaram irregularmente em benefício da Precisa, empresa investigada por intermediar a venda da vacina Covaxin e por fornecimento de testes de Covid-19.
Em nota, Kufa, que advoga para Bolsonaro na área eleitoral, afirmou que fazer churrasco não é crime e que não pode ser responsabilizada pelo que eventualmente seus convidados fizeram posteriormente. “Gostaria de deixar claro que não tenho qualquer vínculo com a compra ou venda de vacinas e testes para Covid”, disse Kufa. “Sem elementos concretos para enquadrar o chefe do Executivo, partiram para o ataque sem reservas contra mim”, acrescentou a advogada.
Até o presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, conhecido por ser um crítico ferrenho de Bolsonaro, atacou a convocação da advogada em uma publicação no Twitter. “A CPI pode e deve passar a limpo as manobras para a compra de vacinas pelo governo federal. Mas não pode e não deve tentar incriminar advogados para, eventualmente, atingir clientes”, escreveu, prestando solidariedade à colega.