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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Copa América reaviva as ‘caneladas’ da família Bolsonaro contra a Globo

Alvo tradicional do clã, grupo é atacado em meio à permissão do governo para a realização no Brasil da competição de futebol, que será transmitida pelo SBT

Por Da Redação Atualizado em 2 jun 2021, 12h38 - Publicado em 2 jun 2021, 12h38

O presidente Jair Bolsonaro tinha pouco mais de três meses de mandato quando pediu à nação que “desculpem as caneladas”, em referência às primeiras trombadas dele na relação com políticos e setores da sociedade logo no início do governo.

De lá para cá, no entanto, o que não faltou foram caneladas, sendo as mais recentes – e mais irresponsáveis – as que ele tem levado a cabo com a comunidade científica, com os prefeitos e com os governadores em torno das medidas de combate à pandemia da Covid-19.

Mas nenhuma canelada anima mais a família Bolsonaro e a militância bolsonarista do que as desferidas contra o Grupo Globo. A última veio na terça-feira, 1º, quando o filho Zero Três, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), cutucou a TV Globo ao falar sobre a decisão do pai de permitir a Copa América no Brasil em meio à pandemia.

“Pessoal feliz transmitindo Brasileirão e criticando vinda da Copa América para o Brasil, na verdade se esgoelando. Imagina quando vier a MP da liberdade do futebol sem o Rodrigo Maia para sabotar de novo?”, escreveu no Twitter em referência à medida que permite aos clubes de futebol transmitirem as suas partidas da maneira que achar melhor.

A MP caducou em outubro passado após ficar mais de 120 dias sem votação na Câmara, mas permitiu nesse período que alguns clubes, como o Flamengo, transmitissem os seus jogos fora da Globo e seus canais. Não há, no entanto, possibilidade de a medida provisória ser reeditada – uma vez caducada, ela só pode voltar em forma de projeto de lei.

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Na mesma terça-feira, Bolsonaro cutucou também a Globo ao confirmar que a Copa América seria realizada no Brasil – a competição será transmitida pelo SBT na TV aberta. “Não tem torcida. Também começam agora as Eliminatórias. Temos Brasil e Equador na sexta. Alguém reclamou? Algum jornalista teve piti por causa disso? Não. Quando dei o sinal verde ouvindo meus ministros, houve uma hecatombe no meio jornalístico, que eu estaria importando uma nova cepa. Será por que na Copa América a transmissão não é da Globo, mas sim do SBT? Parece que é”, disse.

Em setembro do ano passado, outro filho, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), conseguiu na Justiça do Rio de Janeiro proibir a TV Globo de divulgar informações relativas a investigações envolvendo o esquema que ficou conhecido como “rachadinha” – desvio de parte dos salários dos servidores do gabinete do filho do presidente quando ele era deputado estadual no Rio.

O presidente também vive criticando a cobertura da pandemia pelo Jornal Nacional – e, por extensão, o seu editor-chefe e apresentador, William Bonner –, principalmente a divulgação das mortes, da falta de vacinas e do comportamento errático – para dizer o mínimo – do governo federal no enfrentamento da pandemia.

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A ira de Bolsonaro contra o JN mobiliza os seus seguidores nas redes sociais, que pregam com frequência o boicote à emissora e a promoção da hashtag #globolixo. Não há evidências de que a Globo tenha perdido audiência por conta desse movimento.

Outra frente de Bolsonaro para atingir a emissora tem sido o aumento das verbas publicitárias para as suas principais concorrentes – SBT e Record – e a diminuição dos investimentos no Grupo Globo.

No final do ano passado, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) também aprovou uma medida que prejudica bastante a Globo, ao proibir que o grupo pagasse o chamado “bônus de volume”, uma espécie de gratificação às agências de publicidade em razão da quantidade de anunciantes que levam para as empresas do conglomerado. O órgão entendeu que a remuneração incentiva as agências a concentrarem seus recursos na emissora em detrimento da concorrência.

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Nesta semana passada, a coluna Radar também revelou que a Receita Federal está mirando escritores e diretores de novelas da emissora. A ofensiva acontece após a instituição ter aplicado no ano passado multas milionárias a artistas por causa de contratos firmados como pessoa jurídica com a emissora, por suposta fraude nas relações de trabalho.

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