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Por José Benedito da Silva
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A nova revolta da bancada de Pernambuco contra o governo Bolsonaro

Redesenho da Transnordestina que exclui o porto de Suape gera oposição do governador e parlamentares pernambucanos, que prometem não deixar barato

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 jul 2021, 20h26

De olho na eleição de 2022, o presidente Jair Bolsonaro tem tentado tirar do papel alguns mega-projetos na região Nordeste, cujas obras começaram em gestões anteriores e ainda estão longe de terminar. Esses empreendimentos, que vem sendo tocados pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, rendem bons ativos ao capitão, que ainda aparece muito atrás do ex-presidente Lula nas últimas pesquisas eleitorais feitas na região. Uma obra em especial, no entanto, tem provocado desgaste e muito dor de cabeça ao governo: a Transnordestina.

Iniciada durante a era Lula e encampada pelos governos estaduais de Jarbas Vasconcellos, de Pernambuco, e Tasso Jereissati, do Ceará, a ferrovia tinha como objetivo ligar o interior do Nordeste – mais precisamente, a região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que produz um grande volume de minério e grãos, aos dois principais portos locais, o de Suape (PE) e o de Pecém (CE). O problema agora é que o ministro Tarcísio decidiu mudar o projeto inicial e cortar dele a conexão de Suape, mantendo só a de Pecém, conforme ele anunciou na semana passada.

A divulgação do plano de retomada das obras, que era esperado para setembro, surpreendeu e gerou revolta nas bancadas da Câmara e do Senado de Pernambuco, que se reuniram nesta terça, 27, com o governador Paulo Câmara (PSB) para discutir a questão. “Suape não pode ficar de fora, considerando tudo o que representa no contexto da Transnordestina. É o momento de sairmos em campo buscando uma definição”, disse Câmara, que tem um encontro marcado com o ministro da Infraestrutura para o dia 16 de agosto. Já os parlamentares saíram da reunião decididos a levar o caso ao Tribunal de Contas da União e ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).

Na visão do governo estadual e da bancada pernambucana, a decisão de excluir Suape não faz sentido, uma vez que a conexão da ferrovia com Pecém demandaria um ramal com 90 quilômetros a mais e um custo extra de 1,5 bilhão de reais. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Tarcísio declarou que não há viabilidade nem demanda para fazer os dois ramais e que optou só pelo de Pecém.

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Os políticos de Pernambuco alegam que por trás da decisão há um interesse privado da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) de escoar o minério de ferro do Piauí pelo Ceará, onde teriam mais operações. A CSN coordena as obras da ferrovia como controladora de boa parte da concessionária Transnordestina Logística. Iniciado em 2006, o empreendimento deveria ter sido inaugurado em 2010, mas até hoje está com as obras paralisadas.

Nos bastidores, os parlamentares também apontam que há uma certa guerra política entre os envolvidos. Uma das ausências sentidas no encontro de hoje foi a do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que é adversário político do senador Jarbas Vasconcelos (MDB-PE). Vasconcelos, por sua vez, é contrário à exclusão de Suape. Aliás, se o governo federal não retroceder no redesenho do projeto, a oposição pernambucana deve explorar polticamente o episódio, dizendo que por culpa do presidente Pernambuco ficou sem ligação com a Transnordestina.

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