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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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A falta de constrangimento de Queiroga em se dobrar a Bolsonaro

Crítica ao passaporte da vacina é novo agrado do ministro ao chefe; lista inclui suspensão de vacinação em adolescente e piada sobre acusação de genocídio

Por Caíque Alencar Atualizado em 8 dez 2021, 10h56 - Publicado em 8 dez 2021, 10h50

Em mais um episódio em que se dobrou ao discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) somente para agradar ao chefe, o ministro Marcelo Queiroga (Saúde), que assumiu o posto com a promessa de acelerar a vacinação contra a Covid-19 no país e seguir as orientações da ciência, mostra que não se constrange em dar sinalizações de que é fiel à cartilha ideológica de seu superior.

O objetivo de avançar na imunização foi cumprido – com muitos solavancos, vale dizer. O mesmo, no entanto, não pode ser dito a respeito do segundo compromisso. Queiroga deixou isso claro nesta terça-feira, 7, ao dizer que é “melhor perder a vida do que a liberdade”, fazendo referência a uma fala de Bolsonaro contra a obrigatoriedade da imunização e ignorando recomendação da Anvisa para a exigência do passaporte da vacina.

Ao descartar a recomendação da agência reguladora, o ministro afirmou que “não se pode discriminar as pessoas entre vacinadas e não vacinadas para a partir daí impor restrições”.

A declaração se soma a uma série de outras nas quais ele sintonizou o seu discurso com as ideias do presidente. Ao participar de uma live ao lado do chefe em setembro, Queiroga seguiu à risca a lista de assuntos que Bolsonaro adora abordar: fez piada com remédios para impotência, ironizou vacinas e criticou o uso obrigatório de máscaras. “O senhor sempre advertiu muito sobre a questão da segurança. Lembra da história do jacaré? O jacaré nada mais é que uma advertência acerca da segurança”, disse.

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Naquele mesmo mês, o ministro também assumiu que conversas com Bolsonaro tiveram peso na suspensão da vacinação contra o coronavírus entre adolescentes, tomada por sua pasta. A medida foi adotada em meio ao surgimento de efeitos adversos leves em cerca de 1.500 vacinados e uma morte, que aconteceu em São Bernardo do Campo (SP). À época, o caso foi um prato cheio para o presidente mirar sua artilharia nos imunizantes contra a Covid-19. De acordo com investigações, no entanto, o óbito não teve relação nenhuma com vacinas.

Mais recentemente, Queiroga também se abraçou ao presidente ao afirmar, durante viagem a Itália para participar de encontros da cúpula do G-20, que iria passear com Bolsonaro em Haia — referência à cidade holandesa onde fica um tribunal internacional para crimes contra a humanidade. A declaração foi feita em novembro durante conversa com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, após o chefe do Executivo brasileiro desabafar. “Eu sou o único chefe de Estado do mundo que está sendo investigado, acusado de genocida. É a política, né?”, disse Bolsonaro. “Eu também. Vou com ele [Bolsonaro] para Haia. Vamos passear lá”, emendou Queiroga, arrancando gargalhadas do presidente.

Ao que parece, o ministro da Saúde não se importa mais em colocar sua reputação à prova e, pior, guia a sua conduta para fazer o máximo de agrados possíveis ao presidente. Se serve de alívio, a variante ômicron, por ora, não parece representar tanto perigo para o surgimento de uma nova onda da Covid-19, mas fica o sinal de alerta.

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