Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maílson da Nóbrega Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Continua após publicidade

Renda Brasil: o problema é o teto de gastos, não a fonte de recursos

Para ser viabilizado, novo programa depende da anulação de outros gastos sociais, como o abono salarial do PIS/Pasep e Seguro Defeso

Por Maílson da Nóbrega 3 ago 2020, 15h43

Temos visto afirmações de que a recriação da CPMF poderia constituir uma fonte de recursos para financiar o programa Renda Brasil, o novo programa de distribuição de renda que constituiria uma ampliação do Bolsa Família. Essa ideia não tem sustentação. De fato, a partir da aprovação do teto de gastos (emenda constitucional nº 95), as possibilidades de expansão de gastos da União passaram a depender da existência, no teto, de margem para despesas discricionárias. Assim, mesmo que surjam novas fontes de arrecadação tributária, elas serão irrelevantes nas decisões orçamentárias dos próximos anos.

Assim, a não ser que o governo queira correr o risco de ruptura do teto de gastos – que parece pouco provável enquanto Paulo Guedes for o ministro da Economia – tudo indica que o Renda Brasil, que pode acrescentar pelo menos 20 bilhões de reais nos gastos do governo federal – somente será viável mediante anulação de outros gastos sociais, particularmente os menos focados ou que atendem segmentos não classificáveis como pobres ou extremamente pobres. 

Candidatos ao corte para viabilizar o Renda Brasil são o abono salarial (19,8 bilhões de reais), o salário família (2 bilhões de reais) e o Seguro Defeso (para pescadores, 2,8 bilhões bilhões de reais). A economia anual resultante da abolição desses programas seria de 24,6 bilhões de reais, suficiente para viabilizar o novo programa nos valores estimados pelo Ministério da Economia

O papel, como se sabe, aceita tudo. Em um governo sem boa articulação política e ausente de base parlamentar majoritária, o desafio será enorme. Isso porque grande parte do Congresso tende a ser sensível a argumentos contrários à eliminação de programas sociais consolidados. A ver.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.