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Por Coluna
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
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PIB do 2º trimestre ficará na história e dificilmente será esquecido

Queda de 11,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior é recorde; impacto da pandemia na atividade econômica foi heterogêneo entre e intra setores

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 1 set 2020, 13h30 - Publicado em 1 set 2020, 09h23

A queda de 11,4% do PIB no segundo trimestre deste ano, comparativamente ao mesmo período de 2019, é a maior da história. Em futuro previsível, dificilmente a economia brasileira voltará a ser atingida por um impacto como o decorrente da pandemia de Covid-19. O segundo trimestre será o fundo do poço deste ano. Abril foi o pior mês. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, o recuo foi de 9,7%

Na oferta, a agropecuária foi a única exceção: cresceu 1,2% em comparação ao ano passado, confirmando a robustez de sua competitividade e a elevada eficiência produtiva. No conjunto do que se convencionou chamar “agronegócio”, o desempenho nas exportações foi excepcional, assegurando bons e confortáveis resultados na balança comercial.

A indústria e os serviços foram os mais penalizados: sofreram redução de 12,7% e 11,2%, respectivamente. A indústria de transformação (queda expressiva de 20%) e a construção civil (redução de 11,1%) amargaram os piores resultados. Na construção civil, o mau desempenho foi muito influenciado pelo fator trabalho, que exibiu um dos três piores efeitos da pandemia. Os outros dois foram os de alojamento e alimentação fora do domicílio, e o de serviços domésticos. 

Nos serviços, os mais prejudicados foram os “outros serviços”, os quais compreendem uma miscelânia que inclui bares, restaurantes, serviços hospitalares, transportes e uma gama de serviços informais. Nos serviços hospitalares, a causa foi a queda da demanda no auge da pandemia. Aconteceu uma queda brusca por consultas médicas e atendimentos de menor gravidade, dado o receio de contaminação pela Covid-19.

Duas características do resultado do segundo trimestre merecem destaque especial. Primeira, a queda do PIB teria sido muito pior não fosse a instituição do Auxílio Emergencial, que contribuiu para evitar redução mais intensa do consumo das classes menos favorecidas. O benefício, que alcançou a média de 900 reais por família, foi particularmente relevante nas regiões menos desenvolvidas, onde mais do que compensou as perdas de emprego. Curiosamente, o Nordeste registrou elevação da demanda de materiais de construção, indicando que as famílias utilizaram parte do benefício para realizar pequenas obras em suas residências. 

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A segunda característica foi a heterogeneidade do desempenho, tanto entre setores quando dentro de alguns deles. Por exemplo, na área de transportes, dados colhidos pela Associação Brasileira de Concessionários de Rodovias indicam que o tráfego de veículos pesados cresceu na comparação com o mesmo trimestre de 2019, enquanto caiu o de veículos leves. O transporte de cargas foi menos afetado do que o de passageiros. 

Em resumo, a confirmação do mau desempenho, que já vinha sendo indicado por outros indicadores, como o IBC-Br do Banco Central, bem como os dados da produção industrial, de vendas do comércio varejista e de serviços, mostrou que o PIB do segundo semestre ficará na história e dificilmente será esquecido. 

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