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Por Coluna
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
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Perda de fôlego da inflação e ações de Temer permitiram cortes da Selic

Taxa de juros pode cair para os inéditos 4,5% ao ano em dezembro e continuar nesse nível por todo o ano de 2020

Por Maílson da Nóbrega 30 out 2019, 18h08

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, anunciada há pouco, era esperada pela unanimidade dos analistas. A Selic, a taxa básica de juros, foi reduzida de 5,5% para 5% ao ano. Muito provavelmente, haverá nova redução para 4,5% em dezembro, quando o comitê se reunirá pela última vez neste ano.

A medida tem como principal causa o cenário benigno da inflação, que deve terminar 2019 em 3,3%, segundo estimativa da Tendências Consultoria, coincidente com as opiniões colhidas pela pesquisa Focus do BC entre outras consultorias e analistas do sistema financeiro. A meta para a inflação do ano está fixada em 4,25%. Será o terceiro ano consecutivo em que os preços crescem abaixo da meta. E isso pode acontecer novamente em 2020, se nada drástico acontecer por aqui ou na economia mundial. O próximo ano pode terminar com inflação de 3,6%, comparativamente a uma meta menor, de 4%.

Além disso, ao longo dos últimos quatro anos, uma série de ações do governo Temer contribuiu para viabilizar quedas histórias da Selic. Quatro delas merecem destaque: 1) a aprovação do teto de gastos, interrompendo a trajetória para o abismo fiscal armado com a fatídica Nova Matriz Econômica do governo Dilma Rousseff, o que restabeleceu a confiança na sustentabilidade da dívida pública; 2) a aprovação da nova Taxa de Longo Prazo (TLP), que eliminou subsídios implícitos nas operações de crédito do BNDES; 3) a restauração da credibilidade do Banco Central, antes prejudicada pela ordem da mesma presidente para baixar a Selic sem que existissem condições para tanto – o BC recuperou, assim, a capacidade de ancorar expectativas em torno do comportamento da inflação; 4) a devolução de expressiva soma de recursos do BNDES ao Tesouro Nacional (R$ 500 bilhões lhe haviam sido transferidos no período de governo do PT), o que reduziu a segmentação do crédito e aumentou a potência da política monetária (uma Selic menor produz os mesmos efeitos no controle da inflação).

Esse conjunto está na base da formação do ambiente virtuoso que tem permitido quedas inéditas da Selic. Para se ter uma ideia do quanto mudou para melhor a percepção dos analistas, as estimativas da pesquisa Focus, divulgadas no princípio de 2016, indicavam uma taxa Selic de 11% em dezembro de 2019.

O governo Bolsonaro contribuiu para esse ambiente ao manter o tripé macroeconômico (metas para a inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal) e ao escolher pessoas competentes e de elevada reputação para compor a nova administração do Banco Central. Por tudo isso, vale repetir, a Selic pode cair para 4,5% em dezembro e continuar nesse nível por todo o ano de 2020. Mas, já existem analistas que projetam 4%, o que não é improvável.

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