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Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
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Ministério da Economia engrena, Presidência recrudesce

As medidas fiscais se intensificam na direção correta, apesar de menor eficiência de sua implementação. Bolsonaro retoma o tom beligerante

Por Maílson da Nóbrega 2 abr 2020, 17h26

Depois de um início alheio à emergência ditada pela crise do Coronavírus, o Ministério da Economia reagiu. Perdeu um tempo precioso com o discurso de que a forma de enfrentar a situação seria a aprovação das reformas, mas começou a adotar medidas em ritmo crescente, culminando com a série de ações adotadas esta semana.

No cardápio, destaca-se, no campo fiscal, o reforço das dotações do Ministério da Saúde, a suspensão de pagamentos de obrigações dos Estados perante a União, a transferência mensal de R$ 600,00 para trabalhadores informais, o crédito para pagamento de salários por pequenas empresas, a postergação do pagamento de tributos federais e a redução da jornada de trabalho no setor privado, associada à diminuição proporcional dos salários.

O realce cabe ao Banco Central, que rapidamente levou ao Conselho Monetário um conjunto de medidas na área do crédito: queda da taxa Selic, liberação de compulsórios, dispensa de provisionamento nas prorrogações de créditos dos bancos e a flexibilização dos requerimentos de capital mínimo, o que permitirá a ampliação da oferta de empréstimos.

Ainda se nota certa lentidão na implementação das medidas fiscais, o que se deve em parte à complexidade operacional e provavelmente à falta de maior experiência da equipe em lidar com crises. Mesmo assim, eles estão enfrentando a crise, cuja dimensão é certamente maior e mais complexa do que o observado em situações semelhantes do passado recente. Tudo indica que o aprendizado é rápido, o que se deve às qualificações acadêmicas e profissionais da equipe.

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Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro recrudesce sua atitude de confrontação e questionamento das medidas de isolamento social horizontal, recomendadas pela Organização Mundial da Saúde e por seu ministro da Saúde, e adotadas em larga escala por líderes da maioria dos países, inclusive os Estados Unidos, cujo presidente Bolsonaro tanto admira.

Depois de sinalizar uma nova postura de serenidade no pronunciamento à Nação na última terça-feira, dando a impressão que havia mudado, o presidente recrudesceu. Tornou a defender a volta ao trabalho, usando vídeos de pessoas que falsearam informações ou reivindicaram o fim do isolamento social e o retorno dos militares às ruas.

Dificilmente veremos uma mudança efetiva nas atitudes de Bolsonaro, embora ele já esteja pagando um preço elevado por elas. Está isolado politicamente, perdeu protagonismo no processo de decisão legislativa e enfrenta panelaços e queda de sua popularidade nas redes sociais. Parece que isso será um inferno sem fim.

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