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Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
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Investir depende pouco ou nada de reforma tributária

Retenção de lucros, que se espera seja estimulada pelo substitutivo do projeto, está longe de ser uma justificativa válida para sua aprovação

Por Maílson da Nóbrega 28 jul 2021, 17h25

O relator do projeto de reforma do Imposto de Renda (IR), deputado Celso Sabino (PSDB-PA), disse nesta quarta-feira, 28, que a redução do IR de pessoas jurídicas, prevista em seu substitutivo, associada à tributação dos dividendos, vai estimular investimentos e promover o crescimento da economia, em decorrência do incentivo à retenção de lucros. Citou estudos, inclusive o que foi hoje divulgado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), segundo o qual a reforma acarretará um boom de investimento. O CLP estima que o PIB pode crescer 1,6% nos próximos dois anos.

Independentemente dos méritos do substitutivo, que vem sendo questionado por muitos especialistas, dificilmente haveria o boom de investimentos. A retenção de lucros melhora a qualidade do financiamento das atividades das empresas, mas não necessariamente contribui para que elas tomem decisões de investir. A disponibilidade de financiamento e sua qualidade não são os únicos fatores de estímulo ao investimento e à inovação. Sequer podem ser considerados os mais relevantes, dependendo da situação em que operem as empresas.

A rigor, o elemento determinante para induzir decisões de investimento é a expectativa de retorno, isto é, de lucros. Isso depende, por seu turno, da confiança do empresário no futuro, das tendências do mercado e da demanda por seus produtos e serviços, do ambiente macroeconômico – inflação, juros e taxa de câmbio – e do ambiente político. Ter mais dinheiro para investir pode não determinar expansão dos investimentos se houver incertezas em relação a esses fatores. –

Além disso, nem sempre é possível reter lucros. Quem investe em ações pode ter considerado a expectativa de contar com um fluxo anual de dividendos, como é o caso de fundos de pensão e investidores que vivem da renda de suas aplicações. A empresa que não distribui dividendos pode perder acionistas. A retenção de lucros pode ser feita em algumas oportunidades, não em todas.

É preciso mais debate sobre a reforma.

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