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Por Coluna
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
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Copom cogitou um corte ainda mais ousado na Selic

Redução para 3% foi descrita no comunicado como um movimento 'moderado'; impacto severo do coronavírus na economia parece ter sido a base para a decisão

Por Maílson da Nóbrega 6 Maio 2020, 20h03

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) contrariou expectativas majoritárias de instituições financeiras e consultorias, e baixou a taxa Selic em 0,75 ponto percentual, para 3% ao ano. Ao longo desta quarta-feira, 6, 60% do mercado financeiro apostava em queda de 0,50 ponto, enquanto 40% previa a redução que veio afinal a prevalecer. Em seu comunicado – mais longo do que o usual –, os membros do Copom avaliaram que “indicadores de maior frequência e tempestividade, referentes ao mês de abril, mostram que a contração da atividade econômica será significativamente superior à prevista na última reunião. Nesta última reunião, trabalhava-se com crescimento zero para o PIB, mas fica a impressão de que os diretores do Banco Central consideraram que tende a ser muito severo o impacto da Covid-19 na atividade econômica.

O Copom assinala riscos para o cenário prospectivo, particularmente no campo fiscal. Estimativas, inclusive do secretário do Tesouro Mansueto Almeida, apontam para um salto de 15 pontos de percentagem na relação dívida pública/PIB, que é o principal indicador de solvência do setor público. Investidores e agências de classificação de risco são muito sensíveis à trajetória dessa relação. O indicador, hoje de 76% do PIB, pode atingir mais de 91% do PIB. Mesmo assim, o Copom levou em conta os diferentes cenários sobre a taxa de inflação, que pode ficar bem abaixo da meta de 4% estabelecida para 2020 e dentro da meta em 2021. Assim, mesmo que prevendo aumento de 40% nos preços do petróleo, não se enxergou risco para o cumprimento da meta para a inflação neste e no próximo ano.

No balanço de risco que considera, entre outros, o impacto da Covid-19, a trajetória da dívida pública e riscos para a realização de reformas, os membros do Copom não encontraram razão para impedi-los de situar a Selic em nível bastante estimulativo. Pesou muito, vale repetir, as expectativas de forte contração da economia nos próximos meses. Tanto assim que a redução da Selic para 3% foi descrita como um movimento “moderado” diante do quadro de crise econômica que se abate sobre o país. Isso quer dizer que se discutiu a hipótese de uma redução mais ousada da taxa básica, tendo em vista que “a conjuntura econômica prescreve estímulo monetário extraordinariamente elevado”. A conclusão é a de que o Copom preferiu, todavia, desdobrar a queda da Selic em dois momentos. Dado o teor do comunicado, pode-se esperar uma ação de igual magnitude ou maior na próxima reunião. Se assim for, a Selic cairia para 2,25% ao ano ou menos.

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