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Quem manda e quem obedece

Aprendendo com os erros do passado: a diferença entre a Operação Mãos Limpas e a nossa Lava Jato são as redes sociais.

Por Lillian Witte Fibe Atualizado em 10 out 2017, 14h51 - Publicado em 10 out 2017, 14h21

A sua opinião pesa muito mais do que você imagina.
Dois episódios da semana passada no Congresso Nacional ilustram bem a importância da chamada pressão das bases na cabeça dos nobres parlamentares.
O Senado ameaçou, ameaçou, mas, sentindo o pulso dos eleitores, não teve peito de desacatar o Supremo Tribunal Federal no caso do recolhimento noturno de Aécio Neves. Recuou. Optou por esperar pelo menos até amanhã, quarta, dia 11, por novo pronunciamento do STF.
Na Câmara, outro recuo diante de outra indecência: a que estenderia a corruptos de plantão o direito a privilégios na renegociação de dívidas tributárias.
São exemplos de que, mesmo em nossa democracia cheia de defeitos, é o engajamento da sociedade que dá as cartas, sim.
Estamos a um ano das eleições.
O Brasil tem chance de sair da Lava Jato melhor do que a Itália saiu da Operação Mãos Limpas.
Lá, o octogenário e cassado Silvio Berlusconi está de volta à cena política graças a infindáveis apelações à Justiça e à aprovação de leis oportunistas, concebidas apenas para servir aos políticos investigados, sempre em prejuízo do eleitor.

Berlusconi lá, Maluf aqui

Aqui faço um parêntesis: qualquer semelhança com o também octogenário Paulo Maluf talvez seja mera coincidência. Mas sempre que leio sobre a volta de Berlusconi, lembro-me de Maluf. Há 40 anos, o hoje deputado federal estreou nas páginas policiais. E por um motivo que, de tão atual, é deprimente: empréstimos do BNDES à Tecelagem Lutfalla, da família da mulher de Maluf, que estava em situação pré-falimentar.

Pois é. Na década de 70 já se enterrava o nosso dinheiro no BNDES.

Maluf, que já passou 40 dias preso na Polícia Federal em São Paulo (já faz 12 anos, a gente esquece!), está na ativa, apesar de condenado várias vezes. É recurso atrás de recurso. Assim como Berlusconi.

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Além dos empréstimos do BNDES à Lutfalla, um outro caso da biografia de Maluf nos reporta preocupantemente aos dias de hoje. É o da Paulipetro, criada por ele no começo da década de 80, sob o argumento de achar petróleo em São Paulo. Não acharam, mas outra montanha de dinheiro público foi enterrada e, por isso, o nobre deputado foi condenado.

Não é possível que isso não nos sirva de lição para zelarmos pela Lava Jato, que, como sabemos, começou a partir da Petrobras e do carnaval que o então presidente Lula fazia em torno do pré-sal.

E sabe por que Maluf não está enquadrado na lei da ficha limpa, que torna inelegíveis os corruptos? Graças a outros tantos recursos judiciais.

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Muito além da urna

Fecho o parêntesis sobre Maluf, e volto à grande diferença entre a Operação Mãos Limpas, de 1992, e a nossa Lava Jato: há 25 anos, não havia redes sociais.

O eleitor brasileiro tem se mostrado um craque no uso dessas preciosas ferramentas junto aos governantes.
Os resultados são imediatos e visíveis.
O eleitor manda, e o eleito – quem diria – muitas vezes obedece, sim.

O impacto do que você escreve ou diz é maior do que imaginamos. E não só no poder legislativo. Os magistrados das cortes superiores também têm se mostrado sensíveis à opinião pública, especialmente ao que vêem no Facebook ou no Twitter.

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Há poucos anos, o voto era, praticamente, o único veículo de expressão da vontade popular. As raras exceções eram manifestações como as das Diretas Já, ou as mais recentes, contra a corrupção.

Hoje, podemos e devemos exercitar a cidadania o tempo todo. O pulso da sociedade é levado em conta, sim.

Por isso estou aqui, no site da Revista Veja.

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Como jornalista, não pretendo baixar a guarda.

Vou seguir lutando por um Brasil melhor, mais democrático, mais decente.

Através da internet. Graças à internet.

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Conto com a interação de vocês.

Terei este blog, participarei da TV Veja, e estarei presente também, lógico, nas redes sociais.

Vamos nessa?

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