Lá como aqui
Distribuir benesses a setores improdutivos, aumentando impostos de empresas eficientes e trabalhadores registrados. Erros do México se espraiam no Brasil.
Distribuir subsídios a empresas pouco produtivas. Tributar e penalizar as eficientes.
Em nome da inclusão social, conceder benefícios a trabalhadores da economia informal, ao mesmo tempo em que aumenta os impostos dos que estão legalmente empregados – e registrados.
Num livro “inovador, segundo a revista inglesa The Economist, Santiago Levy, economista PHD pela Universidade de Boston, atribui a um conjunto de erros do regime tributário, das instituições jurídicas e das políticas sociais o fato de a economia do México ter dado errado, quando tinha (quase) tudo pra dar certo.
Meu ponto é que, onde se lê México, poderíamos perfeitamente ler Brasil.
Orçamento grande, PIB importante, e permanente má alocação dos (muitos) recursos disponíveis.
A revista ressalta que as ideias de Levy bem poderiam motivar o recém eleito presidente López Obrador, de esquerda, a não oferecer “mais do mesmo”.
O autor não se limita a apontar erros.
Há oito anos no Banco Interamericano de Desenvolvimento, ele propõe soluções.
Como desengessar a economia formal, cheia de regras e leis retrógradas.
E parar de iludir os trabalhadores que foram alijados das corporações, incentivando-os a empreender pequenos negócios que não avançam.
Aqui, o que se vê e se lê em matéria de programas econômicos e sociais dos presidenciáveis é precisamente mais do mesmo.
Com pequenas variações aqui e ali.
A propósito, o nome do livro é “Under-Rewarded Efforts: The Elusive Quest for Prosperity in Mexico”, algo como “Esforços sub-recompensados: A indescritível busca pela prosperidade no México”.
Não saiu em português. https://www.economist.com/the-americas/2018/07/21/why-mexico-has-not-become-more-prosperous-and-how-it-could