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Indigesto

De bom na semana que antecede a celebração de um regime de governo de soberania do povo, só a notícia de que não vai ter imposto nos vinhos argentinos.

Por Lillian Witte Fibe 10 nov 2017, 12h44

Mas que semana.
Quando você desconfia que os mais altos escalões de Brasília articulam um grande esvaziamento dos meios de combate à corrupção, pode crer: é verdade.
Daqui a pouco, faz 48 horas que tento digerir a troca de chefia na Polícia Federal, notícia que, se eu tiver lido corretamente, foi furo de Eliane Cantanhêde na tarde de quarta-feira, 8.
Michel Temer conseguiu, ainda uma vez, me deixar triste. Se não decepcionada, porque não há mais pelo que se decepcionar com ele, fiquei sinceramente triste pelo futuro de nossas gerações.
O combate à corrupção, que vem lavando a alma da gente, primeiro com o mensalão, e depois, de 3 anos pra cá, com os incríveis desdobramentos da Lava Jato, está sendo rapidamente esvaziado por seguidos atos do Executivo. Claro que não sem o conluio dos Legislativos.
Primeiro foi a escolha da procuradora-geral, por quem torcemos e a quem damos o benefício da dúvida neste começo de mandato.
Mas nomear a pessoa que contava com apoio de políticos como o do ex-presidente José Sarney não é um bom cartão de visita.
Fernando Segóvia – tomara que ele fortaleça a Lava Jato, como prometeu – foi superintendente da Polícia Federal no Maranhão.
Contrariando a indicação do ministro da Justiça, que, oficialmente, é o chefe da PF, Temer nomeou Segóvia, muito próximo e amigo de políticos como Sarney e o hoje poderoso – e investigado – Eliseu Padilha.
Tem fama de bom negociador.
Tem trânsito tão bom entre os políticos, que vai indicar para seu vice um delegado que foi candidato a deputado federal.
Pelo PMDB.
Qualquer associação entre a sigla do partido e toneladas de denúncias e investigações de roubo de dinheiro público, bem como de outros tantos presidiários, não é coincidência.
Segóvia vai pôr o PMDB dentro da Policia Federal!
Tudo isso numa semana em que vimos também 15 governadores no Congresso fazendo lobby pela legalização dos jogos de azar.
Argumento: gerar receita para a saúde pública.
Ou em que assistimos ao movimento de parlamentares empenhadíssimos em atenuar os efeitos da lei da ficha limpa.
Enquanto isso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, patrocinava o trâmite pelas duas casas do Congresso de um conjunto de medidas sobre segurança pública. Como sabemos, essas coisas são de lenta aprovação e mais lenta ainda execução.
O estado dele é o Rio de Janeiro.
O mesmo Rio de Janeiro em que o presidente do Tribunal de Contas escolhido esta semana pelo governador Pezão também é do PMDB, para espanto de todos nós.
Outro indicado que, assim como Segóvia, construiu fama de hábil negociador.
Enquanto isso, no sul da Bahia, 3 prefeitos com ordem de condução coercitiva não foram encontrados pela Polícia Federal até o momento em que escrevo.
O assunto, ali, é uma operação denominada Fraternos porque a prefeita da maior das 3 cidades, a linda Porto Seguro, é casada com o prefeito de Eunápolis e irmã do prefeito de Santa Cruz Cabrália.
Todos investigados por roubo de dinheiro em licitações várias.
De bom mesmo na semana, só o recuo do presidente da Argentina, Maurício Macri, de tributar seus vinhos em 10%.
Quanto o déficit fiscal deles vai sofrer eu não sei, mas o povo brasileiro agradece a única notícia positiva desta semana que antecede o feriado de 15 de novembro, dia da República.
Vamos celebrar na quarta a proclamação da República, regime de governo que leva em conta o interesse de todos os cidadãos.
Em que, por definição, o povo é soberano.


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