Ficção, pra quê?
Armados com fuzis até os dentes, bandidos invadem casas da Eletronuclear em Parati, explodem caixas eletrônicos, e - luxo só - fogem de lancha.
O Nobel da Paz foi entregue ontem em Oslo, Noruega, ao bravo grupo que luta pelo fim das armas nucleares.
No Brasil, o fim de semana de diretores da Eletronuclear foi bem diferente.
Ontem de madrugada, 12 homens armados com fuzis até os dentes invadiram a vila residencial onde moram os executivos, em Paraty, ali pertinho das usinas de Angra dos Reis, para chegar aos caixas eletrônicos e ao cofre do banco.
Tudo explodido, pegaram sabe-se lá quanto dinheiro e fugiram espetacularmente pelo mar.
Lanchas já o esperavam.
Tomaram o prévio cuidado de espalhar pregos para furar os pneus dos carros da polícia. Também aí, tiveram sucesso.
Para quem não lembra, um ex-presidente da mesma Eletronuclear, com a alta patente de almirante, está condenado a 43 anos por corrupção nas obras de uma das usinas na Lava Jato.
Ficou preso por mais de um ano numa base de fuzileiros, e solto em outubro por problemas de saúde.
A filha dele e mais 11 pessoas foram condenadas no mesmo processo.
Bem, na mesma página do Globo de hoje onde se lê a notícia sobre Paraty –
https://m.oglobo.globo.com/rio/bandidos-explodem-caixas-eletronicos-em-paraty-usam-lanchas-para-fugir-22173653 –
lê-se também como foi o original treinamento dos hóspedes de um hotel na praia de Búzios, 400 km ao norte do assalto cinematográfico:
https://m.oglobo.globo.com/rio/reporter-do-globo-participa-de-experiencia-em-que-hospede-de-resort-paga-para-fingir-ser-do-bope-22174408
Eles pagaram para simular o trabalho de um policial no resgate de ferido e na morte de bandido.
Nome do lance de marketing organizado pelo major que é porta-voz da PM: “experiência caveira”.
Como já se tornou lugar comum dizer sobre o Brasil: ficção, pra quê?