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Aécio e Lula vêm aí

O Supremo, que manda no Brasil como jamais mandou, vem dando um golpe atrás do outro nas normas jurídicas que ele mesmo validou em passado recente.

Por Lillian Witte Fibe Atualizado em 23 abr 2018, 14h36 - Publicado em 23 abr 2018, 14h17
Depois da enxurrada de novíssimas denúncias contra Aécio Neves, muita gente, inclusive dentro do próprio PSDB, dá o senador tucano como político morto, sem futuro, fora das eleições de outubro.
De duas, uma: ou essa turma tem memória fraca, ou apenas gostaria que ele estivesse fora da política.
Virou réu? Grande novidade. Quantos réus são e serão candidatos?
Está desmoralizado?
Até parece.
Enfraqueceu-se?
Sim, está enfraquecido.
Paulo Maluf também esteve. Foi eleito e reeleito até ser preso outro dia por crimes cometidos há 50 anos.
Diz-se o mesmo sobre Lula desde que foi preso, em 7 de abril.
Que Lula está inelegível pela lei da ficha limpa, por ele sancionada quando era presidente.
Sim, está inelegível.
Assim como estava Demóstenes Torres, cassado em 2012.
A inelegibilidade do ex-senador por Goiás, vai até 2027 (oito anos depois do fim do mandato interrompido, que iria até 2019).
É o que diz a mesma lei.
Mas aí entrou o Poder Judiciário confrontando abertamente o Poder Legislativo.
O Supremo Tribunal Federal decidiu que a lei da ficha limpa não vale pra Demóstenes, que era do DEM e hoje está filiado ao PTB de Goiás.
E ele vai ser candidato.
Ora, se Demóstenes mantém seus direitos políticos, se a ex-presidente Dilma Rousseff, impedida pelo Parlamento, obteve uma “exceção”  também junto ao Supremo e manteve sua elegibilidade (ela anuncia candidatura a cargo legislativo por Minas Gerais), por que levaríamos em conta o que diz a lei, ou, no caso de Dilma, o que diz a própria Constituição?
O Supremo, que manda no Brasil como jamais mandou, vem dando um golpe atrás do outro nas normas jurídicas com as quais concordou em passado recente.
Somos um país sem lei e cheio de corruptos em pleno exercício do cargo.
A maioria com foro privilegiadíssimo, seja no Supremo, seja no Superior Tribunal de Justiça e outras cortes superiores.
Acredita-se que o Tribunal Eleitoral negará registro a quem está condenado em segunda instância (Lula), ou cassado (Demóstenes).
Mentira.
Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio, hoje no DEM, está inelegível por ordem do Tribunal Regional Eleitoral.
Mesmo assim, quando decidiu abandonar o combalido PMDB fluminense, foi disputado pelo PSDB, que o perdeu para o partido de Rodrigo Maia.
Por que os partidos cortejariam um político inelegível?
Porque todos sabem que basta um recurso para devolver-lhe o direito de aparecer na cédula eleitoral.
O Supremo, com toda sua pompa e circunstância, infindáveis sessões transmitidas ao vivo pela TV Justiça, anula tudo.
De novo: sorte, muita sorte termos a Lava-Jato.
Contamos com um excelente quadro de promotores e procuradores (com as exceções de sempre, certo? Demóstenes Torres é procurador em Goiás!).
A Polícia Federal segue desconcertantemente independente.
E, num estado ou outro (Paraná, Rio Grande do Sul ou Rio de Janeiro), despontam juízes de primeira e segunda instância dispostos a enfrentar a metástase da corrupção.
Nem que seja para ver o Supremo desfazer tudo depois, escancarando à opinião pública a insegurança e a confusão jurídicas em que estamos metidos.
Portanto, pessoal, preparem-se.
Não é exagero supor que Aécio e Lula vêm aí, sim.

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