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Tecnologia e prevenção: milhões de anos de vida a mais

A prevenção é a melhor forma de garantir maior expectativa de vida. Graças a tecnologia, tem cada vez mais fácil promovê-la

Por Ben-Hur Ferraz Neto
7 nov 2019, 12h39

Há tanto sonhamos com o aumento da expectativa de vida e acabamos por celebrar, com razão, a longevidade conquistada nos dias atuais. Daí, passamos a discutir como lidar com ela, com suas consequências, seus custos, suas necessidades… Passamos a vida lutando pela sobrevivência, por mais um dia e por superar nossas doenças.

Chega a ser racional que quanto mais vivamos, mais tenhamos que enfrentar adversidades. Parece lógico que ao envelhecermos estaremos, obrigatoriamente, enfrentando situações que requerem cuidados especiais. Verdade. Mas pode ser melhor!

Todavia, se é da nossa vontade viver mais e melhor, enfrentando cada vez menos problemas ao atingir a chamada terceira idade, será que estamos mesmo fazendo a nossa lição de casa? Será que estamos recebendo informações suficientes durante a fase da vida que mais deveríamos nos ater à saúde?

Quantos são os indivíduos que aos 30 ou 40 anos de idade admitem que seus hábitos estão inadequados, determinando boa parte da sua qualidade ou mesmo quantidade de vida nas próximas décadas? Durante muitos anos, fomos bombardeados por propagandas que promoviam doenças disfarçadas em status, poder e prazer. Mas, será que por isso somos vítimas da maldade alheia ou somos culpados por não combatê-la e criticá-la?

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Cirrose

Vamos lidar com um exemplo real: a prevalência de cirrose hepática na população. Vejam dados dos Estados Unidos da América (já que é deles que dispomos). São aproximadamente 1 milhão de pacientes portadores de cirrose hepática naquele país. Em torno de 70% deles sequer sabiam que eram cirróticos até descobrirem por algum exame de rotina, ou seja, uma doença crônica e silenciosa, escondida de todos.

A sobrevida média de um paciente portador de cirrose compensada (aquela sem qualquer sintoma) é de 12 anos. A idade média de adultos que recebem o diagnóstico de cirrose nos EUA é de 52 anos. Podemos então, concluir que os pacientes cirróticos têm uma expectativa de vida ao redor dos 64 anos.

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Pois bem, sabemos que a expectativa de vida dos americanos é de 78 anos em média. Ou seja, a cirrose está por diminuí-la em 14 anos. Isto sem levar em consideração que a cirrose hepática é o substrato para o aparecimento de um tumor maligno no fígado, chamado hepatocarcinoma.

Conhecendo que as causas mais comuns de cirrose são o uso abusivo de bebidas alcoólicas, a hepatite C e mais recentemente, ganhando cada vez mais “notoriedade”, a cirrose causada pelo acúmulo de gordura no fígado, bem como o fato de que todas elas são passíveis de prevenção, estamos diante de uma grande oportunidade para a medicina: evitar a doença ao invés de correr atrás dela!

Prevenção

Caso tivéssemos um “aparelho” pelo qual poderíamos passar, talvez como um daqueles detectores de metal em aeroportos e, do outro lado recebermos uma mensagem pelo celular: “Você está com um pouco de gordura no fígado que, associada ao seu recente aumento de peso e da medida da circunferência abdominal, juntamente com seu hábito de tomar 5 unidades de álcool por semana, sugere que em 24 meses você tenha uma grande chance de desenvolver cirrose. Isto diminuirá a sua expectativa de vida em 14 anos. Por favor, dê atenção ao controle do seu peso, aos seus hábitos e passe por aqui novamente em seis meses para celebrarmos a sua melhora!”.

Seriam apenas sinais de alerta educacionais, esclarecedores e com enorme potencial de evitar que pessoas viessem a se descobrir cirróticos (doença irreversível) aos 50 anos, mas sim de evitá-la desde os seus 20 ou 30 anos de idade. 

Vamos lá, caso promovéssemos a conscientização de 50% das pessoas com doenças pré-cirróticas sobre o risco de desenvolvê-la e elas tivessem tempo (anos) para contorná-lo, estaríamos evitando 500.000 cirróticos nos EUA e, assim, ampliando as suas expectativas de vida para os 78 anos esperados. Pouparíamos recursos do tratamento dessa doença no futuro e ganharíamos 7 milhões de anos de vida. Como assim?! Faça a conta: 500.000 pessoas que viveriam em média até os 64 anos caso viessem a desenvolver cirrose, ao evitarem a doença, viveriam mais 14 anos cada uma delas…

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Imagine agora, se tomássemos as mesmas providências para a diabete e doenças cardíacas, por exemplo. Como viveríamos e envelheceríamos melhor, necessitando de menos recursos!

O papel do smartphone

Então vamos a boa notícia: aquele “aparelho” referido acima já existe! E se chama celular! Isto mesmo! Você será, muito em breve, capaz de se auto avaliar, receber elogios por estar saudável ou mesmo ser orientado para a necessidade de mudança de hábitos do dia-a-dia através dele. Poderá ainda receber sugestões para procurar um médico que tenha bons resultados e que esteja apto a ajudá-lo. Isto tudo com a mesma eficiência e segurança que você faz hoje uma transação bancária pelo celular.

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Estamos diante do que eu chamo de Open Healthcare Organizations (Organizações de Saúde Abertas), ou seja, a sua saúde na palma das suas mãos e controlada por você mesmo! Justo, não acha?

 

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