Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Letra de Médico Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO

Orientações médicas e textos de saúde assinados por profissionais de primeira linha do Brasil
Continua após publicidade

Qual o melhor exercício físico para emagrecer?

Exercícios aeróbicos e musculação são excelentes formas de perder peso, mas cada paciente deve ser avaliado separadamente

Por Eduardo Rauen
Atualizado em 17 out 2019, 14h26 - Publicado em 17 out 2019, 13h35

Antes de definirmos qual o melhor exercício físico para emagrecer, precisamos definir obesidade e exercício físico.

Obesidade é o acúmulo excessivo de gordura corporal sendo considerada uma doença crônica. Para fazermos o diagnóstico, utilizamos um cálculo que avalia a relação entre peso e altura. Quando o IMC – Índice de Massa Corpórea (peso/altura ao quadrado) for maior que 30, consideramos aquele indivíduo obeso. Existem ainda alguns tipos de graus de obesidade, sendo que o grau 1 o IMC está entre 30 e 34,9, o grau 2 entre 35 e 39,9 e grau 3, acima de 40.

exercício físico é toda atividade planejada, estruturada e repetitiva que tem por objetivo a melhoria e manutenção de um ou mais componentes da aptidão física, segundo Carl J. Caspersen. Além disso, somente para argumentarmos, atividade física é qualquer movimento corporal que resulta em um gasto energético maior que o repouso. E Esporte é um sistema ordenado de práticas corporais que envolve atividades de competição institucionalmente regulamentada.

Obesidade no Brasil

A população obesa no Brasil vem aumentando de forma assustadora, sendo que segundo dados mais recentes (ano de 2016), já somos 18,9% e 53,8% indivíduos com sobrepeso. No que tange ao sobrepeso, houve um aumento de 60%, passando de 42,6% para os 53,8% em 2016. Ainda, o que chama a atenção é que 17% dos adultos jovens (entre 25 e 44 anos) estão obesos.

A obesidade de forma isolada aumenta a mortalidade e predispõe o diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia, problemas ortopédicos, vários tipos de câncer, infarto e outras doenças.

Continua após a publicidade

Sabendo disso, é muito importante que esse grupo de pessoas em especial, antes de iniciar qualquer atividade ou exercício físico, procure um profissional médico visando verificar se há aptidão para a prática de exercícios físicos e realizar exames laboratoriais e de imagem se necessário.

Estando aptos a praticar exercícios físicos, vem a pergunta sobre qual o melhor exercício físico para emagrecer.

Melhor exercício

De forma geral, o exercício aeróbico a curto prazo é tido como o mais eficaz para a perda de peso, pois pelo mesmo período de tempo tem maior gasto calórico. Contudo, o exercício resistido (musculação), a médio e longo prazo, aumenta a taxa metabólica basal por conta do aumento e preservação da massa magra.

Continua após a publicidade

Estudos recentes mostram que o exercício intervalado de alta intensidade (HIIT) tem apresentado excelentes resultados com a melhora do condicionamento físico e maior perda de gordura corporal em relação ao modo convencional. Esse método consiste em praticar o exercício físico alternando períodos de alta intensidade (VO2 =85/90%) interpostos com períodos de recuperação, durante os quais o exercício é praticado em menor intensidade (45 a 50% da VO2). Por exemplo, correr rápido por um minuto e, em seguida, andar por um minuto, repetindo esses ciclos várias vezes.

Conhecendo os tipos de exercícios, os trabalhos concluem que os melhores resultados para a perda de peso são obtidos com a combinação de exercício físico aeróbico e resistido. No entanto, as pessoas de forma geral devem ser avaliadas de modo individual, para o profissional adequar o melhor treinamento para cada um.

Cada paciente é diferente

O que falamos acima mostram estudos populacionais, ou seja, estudos de maneira geral e não individualizados, demonstrando uma ideia global do que vem ocorrendo em determinado grupo populacional. Por isso, os profissionais da saúde (médicos, fisioterapeutas, educadores físicos, etc), devem avaliar de forma minuciosa cada paciente/aluno, para escolher de forma mais assertiva o tratamento eficaz.

O IMC mencionado acima é importante para um estudo populacional, e para exemplificar uma situação peculiar vou relatar aqui dois casos:

Um aluno de 20 anos, que treina musculação cinco vezes por semana, participa de campeonatos de supino na academia, treina “super pesado”, e já participou de campeonato de halterofilismo. Ele tem 1,80 m de altura e pesa 100 kg, logo tem um IMC de 30,86.

No segundo exemplo, uma mulher de 60 anos, última vez que treinou foi na educação física da escola no ginásio, e nunca gostou de exercício, mas nunca foi “gorda”, sempre foi “leve”.  Mas agora quer iniciar exercício físico pois os exames de sangue deram alterados. Ela tem 1,60m de altura e pesa 63 kg, logo IMC de 24,60.

No primeiro exemplo, o paciente é musculoso e tem um percentual de gordura de 10%, contudo, está sendo avaliado como obeso pois tem um IMC maior que 30.

Continua após a publicidade

Isso só nos mostra que temos que tratar de forma individual cada paciente, levando em consideração a sua rotina de vida e seus hábitos, não considerando dados de estudos populacionais.

No segundo caso, pela classificação do IMC, a paciente se encontra dentro da normalidade. No entanto, tem um percentual de gordura de 41%, com massa magra muito abaixo do normal. Estamos diante de um caso de obesidade sarcopênica (perda de massa e força muscular).

Para evitar esses tipos de erros mais comuns, os profissionais de saúde precisam utilizar de métricas que auxiliam no diagnóstico da obesidade, como a bioimpedância, densitometria óssea e pregas ou dobras cutâneas. Assim, conseguimos ser mais assertivos na prescrição do tratamento mais eficaz, e ainda, conseguimos avaliar se estamos conseguindo evoluir no tratamento.

O melhor exercício físico para a obesidade é totalmente dependente de uma avaliação individual e precisa. 

Continua após a publicidade

Feito isso, iniciamos a melhor conduta para aquele indivíduo.

 

Eduardo Rauen

 

Quem faz Letra de Médico

Adilson Costa, dermatologista
Adriana Vilarinho, dermatologista
Ana Claudia Arantes, geriatra
Antonio Carlos do Nascimento, endocrinologista
Antônio Frasson, mastologista
Arthur Cukiert, neurologista
Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
Bernardo Garicochea, oncologista
Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
Claudio Lottenberg, oftalmologista
Daniel Magnoni, nutrólogo
David Uip, infectologista
Edson Borges, especialista em reprodução assistida

Eduardo Rauen, nutrólogo
Fernando Maluf, oncologista
Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
Jardis Volpi, dermatologista
José Alexandre Crippa, psiquiatra
Ludhmila Hajjar, intensivista
Luiz Rohde, psiquiatra
Luiz Kowalski, oncologista

Marcelo Bendhack, urologista
Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
Marianne Pinotti, ginecologista
Mauro Fisberg, pediatra
Roberto Kalil, cardiologista
Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
Salmo Raskin, geneticista
Sergio Podgaec, ginecologista

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

O Brasil está mudando. O tempo todo.

Acompanhe por VEJA.

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.