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O revés da justificativa de César

No mundo em que a tecnologia nos vigia a toda hora "não basta parecer honesto", é preciso "ser honesto", diferente do que dizia o ditador romano Júlio César

Por Ben-Hur Ferraz Neto
Atualizado em 17 out 2019, 12h59 - Publicado em 14 out 2019, 12h30

“A mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”. A frase representou o pensamento de Júlio César, ditador absoluto ou pretor máximo romano, no ano de 63 antes de Cristo.

Um festival exclusivamente para mulheres, promovido por sua esposa Pompéia em sua casa, em homenagem a “Bona Dea”, foi invadido por Públio Clódio Pulcro, que, disfarçado de mulher, parecia tentar seduzi-la. Foi pego e julgado, mas inocentado em decorrência de César não ter apresentado qualquer evidência contra ele. Contudo, César se divorciou, mesmo sem que nada tivesse ocorrido, pois não poderia ter a sua esposa sob qualquer suspeita.

Dois mil e oitenta e dois anos se passaram e, graças ao desenvolvimento mais recente da tecnologia, estamos frente, talvez, ao que possamos chamar de “a maior mudança comportamental da humanidade”, o aprendizado ao convívio constante com a transparência

Caro leitor, imagine-se convidado para um jantar e, ao levar o garfo a boca, já perceber de imediato que a comida não lhe é agradável, ou pior, intragável ao seu paladar. Hoje, esta situação se transforma em um “bolo” alimentar que indo de cá para lá e de lá para cá, empurrado pela língua, traz um enorme desconforto apenas superado após o rubor facial e a desagradável sensação de engolir um abacaxi.

Imagine, no entanto, se as câmeras de reconhecimento facial e expressão estivessem ligadas nesta sala de jantar. Não seria muito mais fácil que, ao olhar a comida, um sensor já informasse o anfitrião de que aquela refeição não agrada ao convidado e, sem que isso se tornasse um enorme constrangimento para ambos, pudesse providenciar uma alternativa palatável?

Você pode estar pensando em qual relação esta história pode ter com a medicina. Imagine agora se a tecnologia permitisse que você, seu médico, seu seguro de saúde, seu hospital e seus fornecedores tivessem que trabalhar com absoluta transparência, isto não seria ótimo? Alguns podem dizer que isso é a mais inaceitável invasão de privacidade.

Pois então: quem há 20 anos aceitaria ser rastreado 24 horas por dia por todos os lugares? Isso hoje faz parte do nosso cotidiano, por meio dos nossos celulares, e nem percebemos. Faz parte da nossa rotina normal e “aceita”.

Que tal começarmos a treinar a transparência, ao menos com os nossos clientes (em todas as profissões), para que um dia possamos exercitá-la naturalmente?

Meus amigos, estaremos em breve frente a modelos que poderão nos oferecer segurança, qualidade, resultados e não mais nos basearmos no que aquela instituição, aquele profissional, aquele tratamento tem como fama de ser bom, mas sim pelo “simples” fato de ser bom! A diferença não parece grande numa primeira leitura, mas é uma transformação enorme que permitirá ao ser humano facilitar suas relações e viver com mais segurança sobre suas decisões.

César que me desculpe, mas usarei a sua frase com a forma que acho atual:

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 “A mulher de César não basta parecer honesta, deve ser honesta”!

 

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