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Dia Mundial do Câncer: conhecimento é ferramenta no combate a doença

De acordo com as estimativas do INCA, cerca de 600 mil pessoas receberão o diagnóstico de câncer este ano no Brasil

Por Luiz P. Kowalski
7 fev 2019, 17h38

O Dia Mundial do Câncer, comemorado em 4 de fevereiro, chama atenção e mobiliza pessoas em ações de alerta contra um dos maiores inimigos da humanidade. Estas ações visam mobilizar a sociedade a pressionar governos para que adotem políticas firmes e contínuas de prevenção e acesso ao tratamento e à reabilitação. Mas, qual o caminho para que futuros 4 de fevereiro passem a ser dias de celebração da vitória contra a doença? Conhecimento.

Cenário internacional e nacional

Estima-se que, em 2019, ocorrerão 18 milhões de casos de câncer no mundo todo. No mesmo período, mais de 9,6 milhões de pessoas morrerão devido à doença. De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 600 mil pessoas receberão o diagnóstico de câncer este ano e a doença será a principal causa de morte no país em aproximadamente uma década.

O câncer pode ocorrer em qualquer idade e acometer qualquer órgão do corpo humano. Na mulher, de acordo com o INCA, estima-se que, em 2019, predominem os tumores de pele (86 mil), mama (59 mil), intestino grosso (19 mil) e colo de útero (16 mil). Já nos homens, estima-se a prevalência, também, do tumores de pele (88 mil), próstata (68 mil), pulmão (18 mil) e intestino grosso (17 mil).

Como prevenir

Diante desse cenário, à primeira vista parece ser uma tarefa impossível prevenir e diagnosticar o câncer precocemente no Brasil. Utopia, pensarão alguns apressadamente. A principal causa de câncer é o consumo de tabaco. Por um lado, temos um dos programas anti-tabaco de maior sucesso no mundo. Por outro,é necessário manter e incrementar medidas cada vez mais poderosas, já que a indústria tenta ludibriar, particularmente, os mais jovens, com cigarros eletrônicos, narguilé, cigarros naturais de palha, etc.

O consumo de bebidas alcoólicas é também importante e tem que ser combatido com mais vigor, já que surgem novos estímulos ao consumo frequentemente. Até para tentar emagrecer tem-se usado álcool, uma novidade bizarra chamada drunkorexia. Outro fator muito significativo é a proteção contra a exposição excessiva ao sol diariamente.

As outras medidas importantes são uma dieta adequada com vegetais, fibras e menos carne e gorduras associada à prática regular de exercícios físicos. Com isso, seria possível prevenir a maioria dos cânceres! Muitos podem pensar que é modismo, mas não é. É prática médica baseada em evidência.

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Diagnóstico precoce é possível

Diagnosticar câncer cedo é possível. A redução tanto da incidência como da mortalidade por câncer de colo uterino deve-se ao esclarecimento das mulheres e da disponibilidade de exames preventivos na maior parte dos centros urbanos e até mesmo em zonas rurais. Campanhas frequentes com respeito ao câncer de pele e de próstata também têm resultado em maior precocidade do diagnóstico.

No entanto, para outros tumores o sucesso é menor, quer pela timidez das medidas, quer pelo alto custo que seria implantar programas, como realizando tomografias de tórax em fumantes ou endoscopias digestivas. Este último exame, aliás, reduziu drasticamente a mortalidade por câncer de estômago no Japão, país que apresenta as maiores taxas de incidência no mundo. Não se pode esquecer do crescente papel das vacinas contra hepatite e HPV. Elas são eficientes na prevenção de câncer de fígado, câncer de colo uterino e alguns tipos de câncer de garganta.

Todas as medidas sugeridas para prevenir ou diagnosticar precocemente o câncer dependem de informação e de acesso aos meios adequados. Essas medidas requerem esforços contínuos tanto de órgãos governamentais como de toda a sociedade. Não existem medidas simples e muito menos uma pílula mágica para prevenir ou tratar o câncer. Somente com conhecimento e estratégias permanentes e adequadas, com destaque para a educação em saúde, poderemos reduzir o risco de ocorrência da doença. Também com medidas educacionais persistentes e com crescente disponibilidade de acesso a exames preventivos para populações de maior risco, poderemos diagnosticar precocemente.

Mas, enquanto isso não estiver disponível a toda a população, tanto a sociedade quanto os profissionais da saúde devem aprender ou reforçar o conhecimento valorizando os sintomas iniciais da doença. Hoje, os fatores mais associados a diagnósticos tardios são o desconhecimento e a falta de acesso à informação. A ignorância, este grande inimigo, faz com que cânceres que poderiam ter sido prevenidos e tratados precocemente sejam tratados com combinações de cirurgia, radioterapia e quimioterapia e, ainda assim, com menos chances de cura.

Estes são graves problemas que requerem uma grande mobilização visando informar a população e estimular a adoção de hábitos de vida saudáveis e alertar para a valorização de sintomas mínimos que persistam por mais de duas semanas. Este trabalho requer ações coordenadas de governos, organizações não governamentais, mídia, sociedades e de todos os profissionais da saúde.

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