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Cura sem cirurgia. É a nova realidade no tratamento dos tumores de laringe

Os tumores malignos da cabeça e pescoço correspondem a 6% de todos os tipos de câncer incluindo 644 000 novos casos e 352 000 óbitos. Os tumores nessa área representam o terceiro tipo de tumor mais comum em países subdesenvolvidos. Os cânceres de laringe são um dos mais comuns tumores dessa região. O tabagismo e […]

Por Fernando Cotait Maluf
Atualizado em 30 jul 2020, 21h24 - Publicado em 5 nov 2016, 10h00

Os tumores malignos da cabeça e pescoço correspondem a 6% de todos os tipos de câncer incluindo 644 000 novos casos e 352 000 óbitos. Os tumores nessa área representam o terceiro tipo de tumor mais comum em países subdesenvolvidos. Os cânceres de laringe são um dos mais comuns tumores dessa região.
O tabagismo e o álcool são os grandes responsáveis pela maioria dos tumores de cabeça e pescoço, especialmente quando associados. Pessoas que fumam e bebem apresentam risco 40 a 100 vezes maior de desenvolver câncer de laringe. Outros fatores como a própria poluição e infecções pelo vírus do HPV também podem contribuir para o aparecimento do câncer de laringe.
Pelo menos um em cada dois pacientes com um câncer de cabeça e pescoço apresenta-se ao diagnóstico com uma doença já avançada tanto no local em que o câncer se iniciou (chamado sítio primário) como também nos gânglios da região do pescoço. Nessa situação, o tratamento mais tradicional era a cirurgia, que, no caso dos tumores de laringe, chama-se laringectomia total. Apesar de a cirurgia ter como missão a cura, existe por parte dos pacientes grande temor desse procedimento, pois a remoção da laringe implica em uma série de conseqüências. O paciente tem de utilizar o traqueostoma, um orifício na região anterior da garganta, visível aos olhos do paciente, familiares, e amigos. A tão temida traqueostomia causa um impacto importante na qualidade de vida, afetando a estética e a funcionalidade. Os pacientes nessa situação comumente se queixam de alteração da capacidade de se comunicar, da voz metálica, da dificuldade de deglutição.
Nas últimas duas décadas, protocolos de tratamento que incorporaram a quimioterapia associada a radioterapia modificaram esse cenário. O primeiro desses importantes estudos, realizado nos Estados Unidos e publicado em 1990, incluiu mais de 300 pacientes, e mostrou ser seguro tratar pacientes evitando a cirurgia. As taxas de cura de pacientes tratados com quimioterapia e radioterapia foram semelhantes às daqueles que foram operados e depois irradiados.
A partir dessa importante publicação, vimos uma avalanche de estudos que não só comprovaram os resultados obtidos com a quimioterapia e radioterapia, como também desenvolveram protocolos mais eficazes em cima desse novo pilar do tratamento do câncer avançado de laringe.
Houve um avanço considerável no desenvolvimento da produção de medicamentos quimioterápicos, no modo mais efetivo de combiná-las à radioterapia e também na modernização das técnicas de radioterapia. Estudos recentes, que selecionaram de modo bastante rigoroso os candidatos para esta estratégia, demonstram que mais de 70 a 80% dos pacientes têm seu tumor erradicado sem a necessidade de cirurgia, reservando esta para casos de falha ao tratamento não cirúrgico.
É importante alertar que os tratamentos com quimioterapia e radioterapia têm efeitos colaterais, que podem ser bastante intensos, inflamação das mucosas da cavidade oral e garganta (mucosite), bem como irritação da pele (radiodermite). Além disso, esses tratamentos devem ser feitos em centros especializados, que disponham de equipes multidisciplinares formadas por oncologistas clínicos, radioterapeutas, cirurgiões, dentistas, enfermeiras, fonoaudiólogas, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas.
Os pacientes com tumores de cabeça e pescoço apresentam hoje um horizonte mais esperançoso do que o vislumbrado no passado. Os avanços conquistados com os procedimentos não cirúrgicos são marcantes e indicados para pacientes que reúnam uma série de critérios que os tornam candidatos aos protocolos de preservação de laringe. Devido à complexidade desses tratamentos, os pacientes devem procurar centros de excelência para que a missão de ter seu tumor erradicado, sem a cirurgia mutilante, seja conquistada.
Curar sem mutilar hoje é felizmente possível para pacientes com câncer de laringe em estado avançado.

fernando-cotait-maluf

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