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Câncer de próstata: as novidades que levam à cura da doença

Quando diagnosticada precocemente, a doença é eliminada em mais de 90% das vezes

Por Fernando Maluf
4 dez 2020, 14h18

O câncer de próstata, quando diagnosticado precocemente, tem uma chance de cura de mais de 90%. O tratamento deste tipo de tumor foi um dos que mais avançaram nos últimos anos, com técnicas inovadoras de cirurgia e radioterapia e novos medicamentos, que garantem maior eficácia e melhor qualidade de vida ao paciente.

Conhecer melhor a doença também permite escolhas seguras, como a chamada vigilância ativa, que nada mais é que apenas acompanhar pacientes que têm tumores muito pequenos e com potencial de desenvolvimento bastante lento. A cada dez casos diagnosticados, de 30% a 40% são tumores pouco agressivos, que podem ser apenas seguidos, sem adoção de tratamento imediato.

Quem precisa passar pela cirurgia e por sessões de radioterapia encontra opções com estratégias que evoluíram de um modo muito importante, não só nos resultados curativos, mas também evitando dois dos efeitos colaterais temidos pelos homens: a impotência sexual e a incontinência urinária. A chance de incontinência hoje é menor que 5%. E o risco de impotência após o tratamento do câncer de próstata também diminuiu muito, com as técnicas preservam os nervos e vasos sanguíneos, além de medicamentos novos para tratar esta condição.

Para o grupo de paciente com doença avançada, a utilização de drogas radioativas – com injeções de radiação pela veia que ataca o tumor e o explode dentro do corpo – tem apresentado efeitos positivos significativos. Temos estratégias imunoterápicas para grupos definidos, novos medicamentos hormonais com menos efeitos colaterais e novas drogas inteligentes, que atacam o tumor no mecanismo em que ele se desenvolve.

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Os progressos são gigantescos; a “cronificação” da doença avançada já é uma realidade. Conseguimos garantir melhor qualidade de vida e maior sobrevida para estes pacientes.

Mas não podemos deixar de reforçar a importância do diagnóstico precoce, da rotina dos exames de rastreamento que podem indicar a presença da doença no organismo para prevenção do crescimento de casos e mortes por câncer de próstata no Brasil. Em 2020, as estimativas do Instituto Nacional de Câncer mostravam que 66 mil brasileiros seriam diagnosticados com a doença. Trata-se de uma questão urgente de Saúde Pública.

Um estudo conduzido pelo Instituto Vencer o Câncer pesquisou dados sobre o atual cenário do câncer de próstata no Brasil e a linha de cuidado do paciente que está no Sistema Público de Saúde. Entre as informações levantadas, podemos destacar que, em 2017, a maioria dos casos da doença no Brasil foi diagnosticada no Estádio II (55,5%), seguido pelo estádio IV (17,6%), o mais grave. Houve, também, crescimento, nos últimos anos (de 2009 a 2018), de 44,4% no número de hospitalizações por câncer de próstata no SUS, com uma média de mais de 7 mil internações por ano.

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A relevância da discussão do acesso à prevenção, diagnóstico e tratamento cresce neste cenário de pandemia. Os efeitos diretos do coronavírus foram muito sentidos na Saúde em geral, com implicações paralelas em outras doenças. O câncer, com certeza, foi uma das áreas mais impactadas nos últimos meses.

Identificamos uma queda significativa nos exames de rotina. Isso refletiu, obviamente, em um número gigantesco de pessoas, com vários tumores, que poderiam ser diagnosticados precocemente. Essa janela foi perdida em 2020. A consequência é que temos um número represado de casos para o final deste ano e para o início de 2021. E, mais importante, com um risco de serem mais avançados que o usual. Com isso, a possibilidade de cura fica cada vez menor.
Reforço, então, meu chamado para que cada leitor mantenha seus exames em dia. Para o paciente oncológico, o recado é conversar com seu médico sobre as opções para manutenção do tratamento. Ainda estamos em alerta. Mas o câncer não espera.

Arte Fernando Cotait Maluf
(Ricardo Matsukawa/VEJA.com)

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