Pfizer e Moderna preveem fim da pandemia em 2022, com prevenção contínua
Covid-19 obrigou a indústria de medicamentos a uma revolução corporativa, com mudanças na pesquisa, produção, digitalização, e desburocratização de decisões
A pandemia como se conhece hoje deve acabar em alguns meses, acham Albert Bourla, presidente da Pfizer, e Stéphane Bancel, principal executivo da Moderna. Eles preveem volta à vida normal “em um ano”.
Bourla e Bancel comandam empresas responsáveis pela pesquisa e desenvolvimento bem-sucedido de vacinas contra a Covid-19 em tempo recorde — o processo levava uma década mas foi abreviado para um ano.
A pandemia obrigou a indústria de medicamentos a se arriscar numa revolução corporativa. Foram introduzidas mudanças na estrutura de pesquisa, desenvolvimento, produção, com digitalização integral, em todas as etapas, e principalmente, desburocratização do processo interno de tomada de decisões, transferindo-se iniciativa e responsabilidade a escalões inferiores da gerência.
O êxito de parcerias, como a da Pfizer com a BioNTech na vacina contra a Covid-19, alavanca perspectivas de mais inovação e aumento progressivo no faturamento. No caso da Pfizer, neste ano, para um recorde de vendas estimado em US$ 15 bilhões (cerca de R$ 80 bilhões). O melhor retorno, no entanto, tem sido na imagem pública da indústria farmacêutica em todo o mundo.
Bourla, da Pfizer, vê o retorno a um padrão de vida próximo da normalidade pré-pandemia como absolutamente possível, desde que observadas algumas cautelas.
Porém, como se trata de Ciência, acha necessário “esperar e ver os dados” sobre extensão da imunização contra variantes.
Bancel, da Moderna, acredita que até meados de 2022 haverá produção em escala suficiente para vacinar toda a população do planeta.
Na sequência, vai se manter uma rotina de prevenção. A agência estatal americana FDA, equivalente à brasileira Anvisa, considera necessária extrema cautela com vacinações de reforço em massa, de forma indiscriminada.