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Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.
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Queiroz: o começo do fim de Bolsonaro

Cada vez mais fica explicado o interesse do presidente pela unidade da Polícia Federal no Rio de Janeiro

Por Jorge Pontes
18 jun 2020, 14h16

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou uma operação que culminou com a prisão de Fabricio Queiroz, que seria o homem-chave para a elucidação dos esquemas de rachadinhas que envolvem Flavio Bolsonaro, o filho 01 do presidente da República.

Dirão os apoiadores do presidente, em sua guerra diária e sem trégua contra a realidade, que se trata de uma prática “normal e que todo mundo faz e sempre fez”.

As fraudes em licitações envolvendo contratos públicos, mal comparando, são também uma prática que miseravelmente tornou-se comum e que “sempre todo mundo fez”. Aliás, essa foi uma das desculpas esfarrapadas dadas pelos que foram alvejados pela Operação Lava Jato, incidindo na prática de tais ilícitos.

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É mais um exemplo clássico, como bem diz o ministro Luis Roberto Barroso, do STF, da “naturalização das coisas erradas” que vêm ocorrendo tão maleficamente em nossa sociedade.

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Mas o que trouxe de fato preocupação, não foi a prisão do faz-tudo Fabricio Queiroz, mas o registro, publicado na mídia nacional, de que o presidente já teria se reunido com ministros de estado para discutir reações a serem tomadas em relação à prisão daquele que seria um homem-bomba para os esquemas de rachadinhas que envolvem sua família.

A essa notícia, soma-se o fato de que Fabricio Queiroz foi preso em São Paulo, na casa de Frederick Wassef, seu advogado, e que este esteve em Brasília ontem, no Palácio do Planalto, na posse do novo ministro das Comunicações, em solenidade que contou com a presença do próprio presidente Jair Bolsonaro. Frederick Wassef seria também advogado do senador Flavio Bolsonaro.

Bem, percebemos que já se inicia um movimento governamental, em Brasília, para socorrer Fabricio Queiroz, o homem das rachadinhas, isto é, a estrutura do governo federal, com ministros e assessores palacianos, debruçando-se sobre uma ação policial que foi determinada por um magistrado de carreira e que teve a aquiescência de um membro do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.

Bem fez Sergio Moro, que desembarcou a tempo desse governo. E cada vez mais fica explicado o interesse do presidente pela unidade da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

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E agora, talvez, comecemos também a entender melhor porque o Exército Brasileiro, sob o comando do General Leal Pujol, parece ignorar as insinuações e bravatas que o presidente vem promovendo diariamente, no tocante a uma possível intervenção das Forças Armadas em outros poderes, numa suposta defesa do governo Bolsonaro.

Lançar as Forças Armadas num imbróglio que já conta com rachadinhas e Fabricio Queiroz em seu enredo é como mergulhar no abismo.

Uma coisa é a defesa do Poder Executivo e de seu titular, contra ameaças injustas e graves, em desfavor de atividades inerentes ao cargo e do interesse da Nação, outra, bem diferente, é acudir a pessoa do presidente, o homem, bem como seus familiares, em processos em curso em delegacias de polícia, por conta do cometimento de condutas reprováveis e antijurídicas.

Como bem disse o General Sylvio Frota, ex-ministro do Exército no governo Geisel, “o Exército não serve a homens, mas à nação”.

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