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Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.
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“Pastor” Crivella preso: In Gold We Trust

Nada pior do que alguém que usa a religião como trampolim para a política

Por Jorge Pontes
Atualizado em 22 dez 2020, 12h57 - Publicado em 22 dez 2020, 12h54

Vamos vendo – quem tiver os olhos abertos e o desejo de enxergar – e tirando as nossas próprias conclusões: Marcelo Crivella, “pastor” evangélico ungido de lustrosa cara de paisagem, que era o candidato apoiado por Jair Bolsonaro no último pleito eleitoral, foi preso hoje por supostamente comandar uma organização criminosa na Prefeitura do Rio. E ainda tem gente que acredita nesse presidente da República e nas suas falsas crenças e preferências políticas.

O ano de 2020 definitivamente mostrou a que veio Jair Bolsonaro no tocante ao enfrentamento à corrupção: é só observarmos os retrocessos que vivenciamos, as decisões que o ministro “Nosso Kassio Nunes”- indicado por Bolsonaro – anda produzindo na Suprema Corte, em relação à Lei da Ficha Limpa, e cruzarmos com a notícia de hoje.

Nada pior do que um falso moralista, do que alguém que usa a religião como trampolim para a política (leia-se, no caso em tela, crime institucionalizado com fraudes e desvios em contratos públicos), se aproveitando dos credos cristãos para arrebatar votos e, em seguida, trair com fé e sem piedade todo o seu eleitorado.

Religião e política definitivamente não combinam. O olhar que devemos lançar para o candidato que escolhemos para nos representar é o da objetividade pura e simples. A religião subentende a existência de fé, de uma convicção intensa e persistente em algo abstrato que, para a pessoa que acredita, se torna algo mais forte do que verdade objetiva, pois essa ainda pode ser (objetivamente) questionada e revista. É aí que mora o perigo dessa mistura que só interessa aos espertalhões.

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Bom lembrar que no ano de 2016 o presidente Bolsonaro foi batizado no Rio Jordão, na Terra Santa, pelo “Pastor” Everaldo, outro pseudo-religioso que entrou na política e que também foi preso em 2020 por corrupção, exatamente na mesma investigação que afastou o governador Wilson Witzel do Palácio Guanabara, por suposto envolvimento em fraudes em licitações para o enfrentamento à pandemia do Covid-19.

O próprio Wilson Witzel, que na campanha eleitoral de 2018 se declarou católico, foi, no dia 29 de novembro último – já estando inclusive afastado do seu cargo de governador – mergulhado numa banheira de azulejos azul-bebê e batizado na Igreja – evangélica – de Nova Vida.

A Gente de Deus, os evangélicos de verdade, que representam uma importante fração da sociedade brasileira, e a ela prestam um precioso serviço, deveriam ser os primeiros a rechaçar esses usurpadores e falsos religiosos, e não mais os apoiarem em pleitos eleitorais, sob pena de estarem compactuando para que uma religião com tão importantes fundamentos acabe sendo identificada com as fraudes e os estelionatos políticos cometidos por esses falsos pastores.

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