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Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.
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Para o bolsonarismo raiz, a verdade é apenas um detalhe

As milícias digitais - e os ativistas do fanatismo - certamente não querem mudanças no caótico e desregrado cenário atual

Por Jorge Pontes
Atualizado em 2 jul 2020, 20h23 - Publicado em 2 jul 2020, 18h27

Como não poderia deixar de ser, a discussão sobre o Projeto de Lei 2630/2020, o PL das Fake News, que visa coibir a disseminação de notícias falsas na internet, ganhou as redes sociais.

E, como primeira consequência, uma chuva de críticas – por parte da militância bolsonarista – desabou sobre a tentativa do Congresso de reprimir esse flagelo que ameaça a nossa frágil democracia.

Entre as muitas justificativas esfarrapadas para a rejeição do projeto, merecem destaque aquelas que alertam para o risco iminente da “imposição de um controle de massa da sociedade” e do “perigo da judicialização do livre pensamento”. Tudo balela para fugir da responsabilização e manter o jogo sujo das fake news, que é a única arena onde eles ainda conseguem dividendos políticos.

As milícias digitais – e os ativistas do fanatismo – certamente não querem mudanças no caótico e desregrado cenário atual, que os favorece tremendamente.

O mais absurdo, contudo, é o argumento de que “caberia a cada um escolher sua verdade”. Percebe-se aí que a extrema direita também tem o seu vale tudo. O “cada um com sua verdade” (sem nenhuma consequência para sua utilização indiscriminada e criminosa) é o autêntico caos. O que cada um tem é uma conta de Facebook, e só.

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E há sempre alguém disposto a fazer um contorcionismo intelectual para explicar o inexplicável ou, em outras palavras, definir “que essa turma, que pensa como eu penso, pode transgredir à vontade”.

Bom lembrar que José Dirceu et caterva usaram do mesmo raciocínio para justificarem a pilhagem que a esquerda promoveu na Petrobras.

E sobre as influências da mentira na política, o historiador francês Marc Bloch, em ensaio de 1921, publicou: “… notícias falsas mobilizaram as massas, e um erro só se propaga e se amplifica, só ganha vida com uma condição: encontrar um caldo de cultivo favorável na sociedade onde se expande…”.

Enfim, as fake news só nascem e vivem por conta de gente que deseja e precisa acreditar nelas.

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