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Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.
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Falta esteio moral ao bolsonarismo para rechaçar Renan Calheiros

Após desembarque de Moro, Planalto associou-se ao Centrão e abraçou figuras como Roberto Jefferson, condenado no Mensalão

Por Jorge Pontes
Atualizado em 30 abr 2021, 19h17 - Publicado em 30 abr 2021, 11h31

As hostes bolsonaristas – nas redes sociais – vêm reagindo com incontida virulência contra a presença de Renan Calheiros na relatoria da CPI da Covid.

Estão indignados com o discurso inicial do senador alagoano, que, a bem da verdade, não é exatamente uma das figuras mais impolutas da República.

Mas, como bem disse o jornalista William Waack, em texto publicado em 29 de abril no Estadão – o “bolsonarismo é um conjunto de propostas e ideias sem definição clara e sem rumo definido”, isto é, não é um projeto político, mas um mero “estado de espírito”.

E esses mesmos integrantes do bolsonarismo profundo e colérico das redes sociais não perceberam que no momento em que um colaborador idôneo como o ex-ministro Sergio Moro deixou a pasta Justiça, em abril de 2020, perdiam um arrimo instrumental, pois todo governo precisa de respaldos, de pessoas que representem a sua sustentação moral.

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Mas o Planalto, que inicialmente parecia encampar uma agenda de mudanças e transformações, após o desembarque de Moro, sentiu-se à vontade para associar-se ao Centrão, assessorar-se fora de agenda com o advogado Frederico Wassef – ligado ao notório Queiroz das rachadinhas – e, enfim, a abraçar figuras como Roberto Jefferson, político condenado por corrupção no tenebroso esquema que ficou conhecido como Mensalão, e que hoje é um dos garotos-propaganda mais festejados do capitão e da turba bolsonarista.

Agora, movidos por esse “estado de espírito” de sempre, os bolsonaristas travestem-se de puristas e se escandalizam com alguns dos senadores que encabeçam a CPI da Covid.

Não percebem – ou fingem não perceber – que o momento de lutar contra isso já foi perdido, e eles não se deram conta, ou acharam que não deveriam se importar, pois, ao fim e ao cabo, são invariavelmente movidos por arroubos de intolerância e boçalidade.

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O que percebemos é que Bolsonaro, para seus seguidores fanáticos, é tão somente um fim em si mesmo.

E aí, quando aparece um Roberto Jefferson a favor, os bolsonaristas em peso aplaudem, contudo, se surge um Renan Calheiros contra, protestam e não aceitam.

Falta coerência e, sobretudo, esteio moral ao que se convencionou chamar de bolsonarismo.

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