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Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.
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Bolsonaro, o pacto dos opacos e a ascensão da mediocridade

Profissionais com perfil mediano escolhidos pelo governo evidenciam o apequenamento das instituições

Por Jorge Pontes
1 ago 2020, 17h55

Nelson Rodrigues disse, certa vez, que “o grande acontecimento do século foi a ascensão espantosa e fulminante do idiota”.

Se o genial dramaturgo vivesse esse início de século XXI, talvez reescrevesse seu pensamento, fazendo uma pequena e sutil adequação às realidades do nosso tempo, substituindo o idiota pelo medíocre, em sua já célebre frase.

Talvez esse triste fenômeno, da ascensão dos medíocres, nos faça entender melhor escândalos como o dos dossiês contra antifascistas, que teria sido supostamente produzido pela SEOPI – Secretaria de Operações Integradas SEOPI, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Fatos como a mudança da chefia da unidade da Polícia Federal no Rio de Janeiro, ocorrida imediatamente após as exonerações, de seus respectivos postos, do ex-ministro Sergio Moro e do ex-diretor geral da Polícia Federal Mauricio Valeixo, as saídas de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, bem como a existência de um general – e não de um médico – no comando do Ministério da Saúde, em plena pandemia do novo coronavírus, podem também ser entendidas sob a ótica dessa escalada vertiginosa da mediocridade.

A escolha de profissionais com perfil mediano, para chefias e comandos de unidades vitais da máquina pública, facilita a linha de comando, mas, em contrapartida, produz um profundo apequenamento das instituições, dando origem a uma república liliputiana, repleta de anões em funções de relevo.

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É o abominável pacto da mediocridade, que obriga a todos os seus signatários a se perfilarem à imagem e semelhança do chefe maior.

Tudo se amesquinha e se reduz.

E o que se vê, ao final, são cargos de ministros de Estado, de diretores, secretários, cada vez menores, mais manietados, e subdimensionados em importância e atuação.

Daí estamos assistindo a um interminável desfile de acanhados e de cumpridores de ordens… E por que escolhem quase sempre os medíocres? O fazem pois estes rarissimamente contestam e tampouco esboçam qualquer posicionamento critico.

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É por isso que vemos inúmeros medíocres quebrando records de permanência e tantos medianos considerados “imexíveis”.

E aquele que teve trajetória nula e carreira opaca, quando empoderado, consequentemente se cercará de profissionais com o mesmo perfil. Nasce ali toda uma linhagem norteada pela mediocridade.

Afinal, alguém tem que fazer o trabalho sujo.

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