Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Isabela Boscov Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Está sendo lançado, saiu faz tempo? É clássico, é curiosidade? Tanto faz: se passa em alguma tela, está valendo comentar. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

X-Men – O Confronto Final

Por Isabela Boscov Atualizado em 11 jan 2017, 15h58 - Publicado em 24 Maio 2006, 17h37

Teoria da evolução

O terceiro X-Men dá a um diretor inexpressivo a chance de mostrar que mudar é, sim, melhorar

O diretor Brett Ratner, de 37 anos, tem uma longa folha de contribuições prestadas ao cinema descartável americano, de A Hora do Rush a Ladrão de Diamantes. Seu bom trabalho em X-Men – O Confronto Final o expõe de forma inesperada como um cineasta injustamente tido como inexpressivo — categoria que já foi freqüentada também por Curtis Hanson antes que este se saísse com Los Angeles — Cidade Proibida, e por Gore Verbinski, até o recente O Sol de Cada Manhã. Acima de tudo, porém, o filme mostra a força da franquia: graças à dedicação e à inteligência com que o diretor Bryan Singer desenvolveu tramas e personagens nos dois primeiros episódios da série, os X-Men ganharam uma identidade sólida. Este terceiro (e, até onde se sabe, último) capítulo não tem a imaginação do anterior, mas é robusto e honesto. Tem, além disso, o argumento mais ressonante de toda a série. Num mundo dividido de forma já bastante incômoda entre os seres humanos comuns e os mutantes, uma empresa farmacêutica anuncia ter encontrado a cura para o gene X, mediante uma simples injeção. Acende-se então um debate: ser mutante é ser doente, ou apenas ser diferente? E, nesse caso, “curar” um mutante não seria um ato de fascismo?

Um dos méritos de O Confronto Final é a audácia com que ele joga seus protagonistas mais queridos, como Wolverine, Jean Grey, o Professor Xavier, Mystique e Magneto, em circunstâncias extremas, às quais eles poderão ou não sobreviver, e das quais mesmo os mais afortunados sairão transformados. O outro é oferecer a esperada cota de ação e aventura sem trivializar essa questão da diferença, tão crucial para o último século — desde a Alemanha de Hitler até a presente fobia anti-Islã e ao cerco à homossexualidade pelo conservadorismo americano. X-Men preserva os ecos de todas essas caças às bruxas, e acerta principalmente em indicar que elas são ainda mais perigosas quando nascem não do ódio declarado, que se pode combater de frente, mas das boas intenções. Tudo o que o inventor da “cura” do gene X quer é tirar seu próprio filho, um mutante, do sofrimento em que se perderam sua infância e sua adolescência. Em O Confronto Final, os dois lados dessa guerra derramam muito sangue até concluir que a mutação, seja ela de genes, seja de idéias, é, sim, o requisito para a evolução — uma tese que o diretor Brett Ratner ilustra melhor até do que qualquer personagem.

Isabela Boscov
Publicado originalmente na revista VEJA no dia 24/05/2006
Republicado sob autorização de Abril Comunicações S.A
© Abril Comunicações S.A., 2006

X-MEN – O CONFRONTO FINAL
(X-Men: The Last Stand)
Estados Unidos, 2006
Direção: Brett Rattner
Com Hugh Jackman, Ian McKellen, Patrick Stewart, Famke Janssen, Anna Paquin, James Marsden, Ellen Page, Ben Foster, Kelsey Grammer, Shawn Ashmore, Halle Berry, Vinnie Jones

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.