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Por Coluna
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Oscar 2019 não é mais #TãoBranco

Com um bom balanço de indicações, Academia sacode a poeira da gafe com La La Land e do #MeToo – e demonstra que prestou atenção no recado do #OscarsSoWhite

Por Isabela Boscov 22 jan 2019, 15h42

Lamente-se a ausência de O Primeiro Homem e desconte-se a presença de Green Book, que, apesar dos excelentes Viggo Mortensen e Mahershala Ali (ambos indicados), não passa de uma historinha para boi dormir – e, nos outros sete filmes contemplados, tem-se um dos conjuntos mais expressivos em anos nas indicações para melhor filme. Melhor: um conjunto que inclui a volta retumbante de Spike Lee à linha de frente com Infiltrado na Klan; o primeiro filme de super-herói a ganhar uma vaga na categoria – Pantera Negra, com diretor negro e elenco e equipe majoritariamente negros; e o trator deste ano nas premiações, o Roma de Alfonso Cuarón, que foi feito para a Netflix, filmado em preto e branco, passa-se no México, é falado em espanhol e em dialeto nativo e é estrelado por uma atriz mexicana completamente desconhecida, a assombrosa Yalitza Aparicio. Roma, aliás, é o favorito também entre os concorrentes a produção estrangeira, e soma dez indicações. Comedidos, porém, os votantes não saíram dando indicações a torto e a direito para Se a Rua Beale Falasse, de Barry Jenkins, o diretor de Moonlight: indicaram Regina King, o roteiro e a música, mas não entraram no modo automático de rasgar seda.

É possível até que, este ano, na festa de 24 de fevereiro, a Academia consiga reverter a tendência de queda na audiência e atraia mais gente para a frente da televisão – graças à inclusão de favoritos do público como Bohemian Rhapsody e Nasce uma Estrela, que não lideram o páreo mas não fazem feio nele. A categoria de melhor ator está impecável, e fico feliz que o trabalho tão sentido de Bradley Cooper tenha ganhado um alô. Já incluir Lady Gaga entre as melhores atrizes tem um quê de exagero típico dessas ocasiões, mas a lista de indicadas não poderia ser mais justa, com Glenn Close (A Esposa) e Olivia Colman (A Favorita) à frente. Gostei, inclusive, de que os votantes não se tenham deixado enganar pelo velho truque do “vou me enfeiar” e deixado de fora a Nicole Kidman de O Peso do Passado – uma boa interpretação que, desnecessariamente, embute essa armadilha pega-Oscar. Pois não pegou. E, antes que alguém reclame da ausência de mulheres entre as nomeações à categoria de direção, fica claro que prevaleceu aí o melhor critério: o da excelência do trabalho. E, bem, a libanesa Nadine Labaki comparece com seu belíssimo Cafarnaum em filme estrangeiro, uma categoria que traz implícito o reconhecimento à direção. Um bom ano, em suma: o Oscar mostra que de fato tem prestado mais atenção ao trabalho de cineastas negros, aproveita essa deixa para quebrar o hábito bobo de desprezar super-heróis por princípio, modera o tom do #MeToo, que chegou a níveis alarmantes de estridência, e finalmente se lembra de que esta não é uma premiação que pode ficar de olho unicamente no que seus eleitores entendem (e nem sempre entendem bem) por prestígio: tem de ter espetáculo e torcida também.

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