Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Isabela Boscov Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Está sendo lançado, saiu faz tempo? É clássico, é curiosidade? Tanto faz: se passa em alguma tela, está valendo comentar. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Feita só de diálogos, série ‘Criminal: Reino Unido’ traz ator de ‘GoT’

Em sua segunda temporada, produção prova que não existe arma mais contundente para um investigador — ou para um roteirista — do que a palavra

Por Isabela Boscov Atualizado em 25 set 2020, 11h11 - Publicado em 25 set 2020, 06h00

De um lado da mesa, a policial ouve o testemunho da mulher cujo marido foi preso, meses antes, pelo assassinato de um rapaz: novas informações vieram à tona, e é possível que um segundo homicídio esteja para cair na conta dele. Julia (Sophie Okonedo), a esposa, enxuga as lágrimas com um lencinho guardado na manga do casaco; ninguém imagina o que ela já sofreu, diz Julia, e é insuportável a ideia de ter de reviver o périplo jurídico e o ostracismo social. A detetive encarregada de tomar o depoimento está tão envolvida que nem registra as duas frases extremamente comprometedoras que também vêm incluídas no desabafo. Mas, do outro lado do espelho cego, na sala de monitoramento, um investigador na mesma hora pega o telefone e liga para a supervisora: as coisas acabam de mudar de figura, avisa ele. Ponham-se de lado os tiroteios, as perseguições e mesmo a própria investigação: em Criminal, série da Netflix cujo segmento Criminal: Reino Unido acaba de ganhar quatro novos episódios, a grande forma de ação é o diálogo — uma ação explorada de maneira eletrizante, aliás.

Em cada episódio, o espectador é lançado em um interrogatório diferente, sem nenhum conhecimento prévio sobre o crime ou sobre o interrogado. Nos 45 minutos de conversa, um quadro complexo vai se formando com o uso de três cenários apenas: a sala de interrogatório, a sala de monitoramento e o corredor do andar, único lugar em que os personagens falam com alguma liberdade. Nos dois outros ambientes, eles agem como atores que desempenham um papel — ou, melhor dizendo, como dois grupos de atores que seguem roteiros antagônicos. Vieses de caráter, conflitos pessoais e disputas profissionais tingem os embates organizados em torno de tópicos de alta temperatura, como perseguição nas redes sociais ou assédio sexual (Kit Harington, o Jon Snow de Game of Thrones, vive um acusado de estupro com arrogância e sinceridade simultâneas). Não há previsão ainda de novas levas para as edições alemã, francesa e espanhola de Criminal, mas esta segunda temporada de Reino Unido prova que não há arma mais contundente que a palavra.

Publicado em VEJA de 30 de setembro de 2020, edição nº 2706

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.