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Por Coluna
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“Depois Daquela Montanha”: dois atores e uma paisagem

Perdidos no alto das Rochosas, Kate Winslet e Idris Elba têm só um ao outro – e é o que basta

Por Isabela Boscov 4 nov 2017, 16h42

Os voos foram cancelados por causa de uma nevasca; a fotógrafa e o cirurgião nunca se viram antes, mas, no saguão do aeroporto, combinam de fretar um bimotorzinho para ir de Idaho ao Colorado, e de lá para Nova York, onde ambos têm compromissos urgentes (ela, o próprio casamento). E – não é spoiler – pronto, desastre. Agora Idris Elba e Kate Winslet estão perdidos no alto das Montanhas Rochosas, cercados por centenas de quilômetros de picos e de neve espessa. Vivos, mas até quando? Ninguém sabe que eles alugaram o avião, nenhuma torre tinha conhecimento da rota que o piloto estava seguindo. Com tanta neve, água não vai faltar. A comida, porém, se resume a uns amendoins. Alex, a fotógrafa, está com uma perna muito machucada. Tremendo azar, baita sorte: de sobreviver, claro – e nessa ilustre companhia (a qual inclui o labrador do piloto, um ótimo ator canino que o roteiro deixa ser cão, simplesmente).

Depois Daquela Montanha
(Fox/Divulgação)

Quem leu o livro do americano Charles Martin em que o filme se baseia reclamou; consta que o diretor Hany Abu-Assad mudou muita coisa. Não li o livro e não sei se mudou para pior, para melhor ou para tanto-faz. Só sei que, na minha lista de atores irresistíveis, Kate Winslet e Idris Elba estão lá no alto. E que, quanto menos Abu-Assad interfere e mais deixa as coisas por conta dos dois, melhor tudo funciona. Ambos têm instinto certeiro para desviar das armadilhas sentimentais de uma história como essa, sobre uma proximidade forçada que logo se converte na necessidade de forjar alguma afinidade, para que se possa então colaborar na tarefa de sobreviver. Abu-Assad, israelense de origem árabe, tem um filme estupendo no currículo – Paradise Now, de 2005, sobre um rapaz palestino tão sem horizontes que virar homem-bomba lhe parece uma alternativa viável. Mas sua vocação para o quase-melodrama, que tão bem lhe servia naquele caso, aqui às vezes é demasiada. Porém, onde ele força a mão (por exemplo, numa montagem de flashbacks tão desnecessária que resulta constrangedora), Kate e Idris contra-atacam com a limpeza e a clareza do seu desempenho.

Depois Daquela Montanha
(Fox/Divulgação)

Quem mais colabora com eles, a meu ver, é a diretora de fotografia australiana Mandy Walker, que concilia duas habilidades nem sempre encontradas juntas – a de tirar o máximo de histórias ancoradas quase que exclusivamente em personagens (como em O Preço de uma Verdade ou Conspiração e Poder) e a de contrapor o íntimo e pessoal a cenários naturais desafiadores fotografados com olho para a beleza, mas também com disciplina e despojamento (por exemplo, em Trilhas, Em Busca de Justiça ou até em, argh, Austrália). Mas convenhamos: mesmo que Kate e Idris não tivessem mais o que fazer do que passar o filme jogando biriba na mesa da cozinha, já valeria a pena.

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Trailer

DEPOIS DAQUELA MONTANHA
(The Mountain Between Us)
Estados Unidos, 2017
Direção: Hany Abu-Assad
Com Kate Winslet, Idris Elba, Beau Bridges, Dermot Mulroney
Distribuição: Fox
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