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Por Coluna
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Para mergulhar: dois clássicos de submarino e uma novidade no streaming

'A Caçada ao Outubro Vermelho' e 'O Barco – Inferno no Mar' continuam imbatíveis, mas o novo 'Alerta Lobo', de produção francesa, surpreende

Por Isabela Boscov Atualizado em 17 jul 2019, 19h59 - Publicado em 17 jul 2019, 18h56

Filme de submarino é como pizza: até quando é ruim, é bom. Se faz aquele “ping” do sonar, então, aí a felicidade é completa. Alerta Lobo, que entrou há pouco na Netflix e que eu me lembre é a única produção francesa do gênero, não faz “ping” porque os sonares em questão são modernos demais para isso, mas oferece outro prazer: acompanhar o trabalho de um especialista em interpretar sons e ruídos. Para uma embarcação mergulhada, é quase impossível saber que outras embarcações pode haver nas proximidades, no fundo ou na superfície; felizmente, a água é um excelente condutor de ondas sonoras e permite identificar qualquer atividade com precisão, desde que se tenha treino e ouvidos para isso. Portanto, todo submarino tem de ter um desses especialistas, e o jovem Chanteraide (François Civil) é um dos melhores. Com os fones no ouvido e um tanto de concentração, é capaz de dizer qual o modelo e nacionalidade de qualquer navio, submarino ou helicóptero à sua volta – até o dia em que aparece um submarino em manobras agressivas que não corresponde a nada que conste do seu considerável catálogo acústico. O capitão e o imediato (Reda Kateb e Omar Sy) o pressionam, ele insiste, e o imbróglio adquire tal proporção que Chanteraide é suspenso. Ocorre, porém, que estava certo nas suas conjecturas, e não fosse o almirante Alfost (Mathieu Kassovitz) lhe dar ouvidos – perdão pelo trocadilho – na última hora, nem chance eles teriam de tentar reverter aquilo que já começa a se desenhar como uma III Guerra Mundial.

Alerta Lobo
Alerta Lobo (Le Chant du Loup) – 2019 (Pathé/Divulgação)

Alerta Lobo é benfeitinho, tem ritmo, usa bem os ambientes dos submarinos (compare o espaço do convencional com o do nuclear; quase vale a pena ir montado em cima de uma pilha de urânio) e tem ótimos atores, com destaque para Reda Kateb, Mathieu Kassovitz e Jean-Yves Bertoloot, que faz um muito teimoso comandante da Inteligência naval. É também menos floreado do que se possa imaginar; fiquei tão curiosa que fui pesquisar um pouco e, ao que parece, os especialistas em guerra acústica são de fato capazes de identificar minúcias incríveis (uma pá desalinhada num submarino, uma modificação num motor, e por aí vai). Se o seu nível de exigência não for extraordinário, é uma diversão bastante decente.

A Caçada ao Outubro Vermelho
A Caçada ao Outubro Vermelho (The Hunt for Red October) – 1990 (Paramount/Divulgação)

Mas, se a exigência for grande, a recomendação é assistir aos dois clássicos maiores do gênero: O Barco – Inferno no Mar, que está na Netflix, e A Caçada ao Outubro Vermelho, disponível na Amazon. Primeira aventura do analista da CIA Jack Ryan no cinema – aqui interpretado por Alec Baldwin –, Outubro Vermelho é entretenimento de primeiríssima linha. Passa-se em 1984, um dos anos mais tensos da Guerra Fria, e trata de como as manobras imprevistas de um submarino nuclear soviético colocam em alerta toda a Inteligência naval americana; graças a um revolucionário sistema de propulsão, o Outubro Vermelho tem a capacidade de singrar em silêncio total, o que confunde ainda mais as tentativas de entender que raios pretende o comandante russo Marko Ramius (Sean Connery, absolutamente perfeito). Toca despejar o jovem e apavorado Jack Ryan no submarino americano Montana, capitaneado por Scott Glenn, para que ele possa acompanhar mais de perto as manobras de Ramius. A direção de John McTiernan (que vinha de O Predador e Duro de Matar) é sensacional, o elenco é maravilhoso, a cena de Ramius manobrando por um apertado desfiladeiro nas profundezas é antológica – e faz “ping”.

O Barco - Inferno no Mar
O Barco – Inferno no Mar (Das Boot) – 1981 (Bavaria Film/Divulgação)

E mais “ping” ainda faz O Barco, dirigido por Wolfgang Petersen e estrelado por um magnífico Jürgen Prochnow e pelo fabuloso Herbert Grönemeyer, entre vários outros grandes atores. A pegada aqui é dramática – trágica, na verdade: está-se em 1942, a Batalha do Atlântico ruge, e a maré está virando a favor dos Aliados, graças à presença crescente da frota de superfície. Isso significa que os submarinos alemães estão tomando fogo pesado; cumprir a missão, manter a presença de espírito e simplesmente sobreviver no espaço claustrofóbico e cada vez mais deteriorado de um U-Boat alemão é um desafio impossível, que a tripulação aqui em cena enfrenta com resultados que, para surpresa do espectador, vão partir seu coração de mil maneiras. É uma pena que a versão disponível na Netflix seja a exibida nos cinemas americanos, de 2 horas e 29 minutos. Feita originalmente como uma minissérie e totalizando 4 horas e 53 minutos, a versão alemã é uma paulada daquelas que a gente nunca mais esquece. Ainda assim, melhor ver a versão editada do que não ver nenhuma; isto aqui é cinema com maiúscula mesmo. Curiosidade: Wolfgang Petersen dirigiu também Mar em Fúria e Poseidon (além de Na Linha de Fogo e Força Aérea Um, que nada têm a ver com mar mas são muito bacanas também).

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