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Por Jerônimo Teixeira
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Lula e Rajneesh, dois líderes de seita

Há paralelos curiosos entre as trajetórias do ex-presidente brasileiro hoje preso no Paraná e do guru indiano que tentou criar seu Xangri-lá no Oregon

Por Jerônimo Teixeira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 ago 2018, 14h24 - Publicado em 13 abr 2018, 18h31

Fui a um comício do Lula quando era estudante de jornalismo, em Porto Alegre. Da longa noite de discursos,  recordo apenas de duas frases. A primeira é uma grosseria. A segunda, uma mistificação.

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Nos dias que antecederam o julgamento do habeas corpus de Lula no Supremo, vi quase de uma vez só os seis episódios do documentário Wild Wild Country,  na Netflix. A doida improbabilidade da história –  seita liderada por guru indiano que só anda de Rolls Royce resolve construir uma cidade em um grotão rural esquecido dos Estados Unidos – já bastaria para atiçar a curiosidade do espectador; de quebra,  o documentário é conduzido com uma justa medida de tensão e suspense pelos irmãos Chapman e Maclain Way. Os documentaristas abstêm-se de comentar expressamente o que se vê na profusão de entrevistas e imagens de arquivo que eles levantaram (um fiscal ideológico de rede social diria que os Way são “isentões”). Pois não é preciso dizer mais nada:  o desvairado andamento dos fatos por si só instiga dúvidas e inquietudes variadas.  No choque cultural entre a pequena comunidade de Antelope, com poucas dezenas de habitantes, e a multidão de recém-chegados sannyasins – como eram chamados os seguidores de Bhagwan Shree Rajneesh, mais tarde conhecido como Osho -, enredam-se vários problemas espinhosos e dilemas farpados, que vão da liberdade religiosa ao direito de portar armas (sim, os vegetarianos devotos do Rajneesh armaram-se pesadamente para defender a Xangri-lá que eles ergueram em um campo árido do Oregon, nos anos 80).

Talvez tenha sido a quase onipresença de Lula no noticiário que me induziu a descobrir paralelos entre a breve e barulhenta passagem do guru indiano pelos Estados Unidos e o triste e turbulento destino que o ex-presidente brasileiro cavou para si mesmo. Mas os paralelos não são fantasia minha. A mera semelhança visual entre o culto a Rajneesh e a seita petista já se prestaria àquelas associações humorísticas ligeiras que fazemos em memes no Facebook: os sannyasins vestiam-se predominantemente de vermelho. E existem semelhanças culturais mais profundas entre os dois movimentos. A analogia que ensaio aqui é imperfeita, como costumam ser todas as analogias, mas é com certeza mais pertinente do que as comparações tontas que se têm feito entre Lula e todo um vasto elenco de respeitáveis figuras históricas: Ghandi, Martin Luther King, Nelson Mandela — e até, supremo pasmo, Sócrates (o filósofo, não o ex-primeiro-ministro português que já foi apanhado na versão lusíada da Lava Jato).

(Também circula pelas redes, divulgado pelo Mídia Ninja – a nova seita do Caetano Veloso -, a charge do Lulastê. O desenho traz uma figura barbuda inexplicavelmente serena, com pose e figurino de Buda, que nos entrega essa pérola sapiencial: “o Lula que habita em mim saúda o Lula que habita em você”. E com isso os próprios lulistas já facilitam minha vida, colocando seu chefe na vizinhança de Osho.)

O culto à personalidade é a mais óbvia das semelhanças. Entrevistados no documentário da Netflix, membros da seita que tiveram mais proximidade com Rajneesh ainda falam dele com enlevo: recordam, de um lado, a figura esquálida do mestre, que quase parecia transparente e incorpórea, e de outro o guru sexy, cujas roupas deixam entrever o peito peludo e cuja longa barba ondulava ao vento. No documentário, Rajneesh parece um líder carismático esquivo mas habilidoso: dizia coisas na linha “não sou seu líder” como estratégia para melhor afirmar sua inconteste liderança; passava largos períodos em silêncio, sem pregar aos sannyasins, o que só amplificava sua mística; e em certo momento de crise chega a anunciar o fim das práticas litúrgicas que vinham sendo adotadas até então (os devotos foram liberados para vestir outras cores além do vermelho), anunciando hiperbolicamente que “pela primeira vez na história, uma religião morre” — o que foi muito escancaradamente um subterfúgio para reforçar o poder dessa religião.
Rajneesh gostava de jatinhos, carros de luxo e objetos brilhantes. Seu esquisito amálgama de tradições místicas orientais com o mais vulgar materialismo ocidental não só permitia, como até exigia esses luxos: a riqueza ostensiva era um índice da natureza sagrada do grande líder. Lula, ao contrário, deriva toda sua mística do passado de retirante e operário. Por força da biografia e da propaganda, erigiu-se como símbolo de um Brasil humilde e humilhado que antes dele só teria tido entrada nos palácios do poder para servir o cafezinho. E pouco importam todas as garrafas de Romanée-Conti que tenham sido consumidas entre os dias de sindicalista encarcerado pela ditadura e os tempos de ex-presidente condenado pela justiça por receber agrados indevidos de empreiteiras: ele aparece ainda e sempre como o homem do povo. Posa para fotos de palanque alegremente abraçado a velhos oligarcas, chama o presidente mundial de um banco de “meu amigo” enquanto lhe pede a cabeça de uma funcionária, desdenha do infame triplex em Guarujá por ser um imóvel padrão Minha Casa, Minha Vida, e nada disso arranha sua mística popular.

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Lula é preso: ex-presidente se entrega à Polícia Federal
Lula é carregado por militantes após discurso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – 07/04/2018 (GloboNews/Reprodução)

A direita brasileira jamais conseguiu construir um símbolo comparável a Lula (Bolsonaro eriça a direita mais histriônica, mas ninguém que saiba descascar uma banana dirá que ele é comparável a Reagan ou Thatcher). O símbolo, no entanto, hipertrofia-se até quase obliterar a realidade que deveria representar. Em seu último discurso antes da prisão (“discurso histórico”, proclamam os intelectuais do partido), Lula, como de costume, vangloriou-se das realizações sociais de seu governo – muitas delas de fato notáveis, ainda que em boa parte comprometidas ou revertidas pela irresponsabilidade fiscal de sua sucessora  –, mas sobretudo exaltou a si em termos escandalosamente messiânicos: “Não adianta eles acharem que vão fazer com que eu pare, eu não pararei porque eu não mais sou um ser humano, sou uma ideia”. Mencionadas de forma vaga e desorganizada ao longo do discurso, as mazelas sociais brasileiras – a desnutrição infantil, ou a “a barbaridade que se faz com meninos negros nas periferias desse país” – tornam-se secundárias frente à injustiça maior da prisão iminente do orador. A ideia é um fim em si mesma.

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Sei bem que a juventude não é boa desculpa, mas é a única que tenho. Pois então: eu era jovem, fui a um comício do Lula.

Corria a campanha de 1989, e a primeira eleição direta para presidente desde 1960 já vinha carregada de incidentes farsescos: Silvio Santos entrou no páreo na última hora, pelo inexpressivo Partido Municipalista Brasileiro. O candidato original do PMB, um tal de Armando Corrêa, gentilmente cedeu seu lugar ao apresentador e chefão do SBT quando as cédulas eleitorais já estavam impressas. O novo candidato surgiu no horário gratuito explicando ao espectador que, para votar em Silvio Santos, era preciso assinalar o quadradinho ao lado do nome “Armando Corrêa”. Quem fez isso anulou o voto: a candidatura de Silvio acabou impugnada, por problemas de registro partidário — e o comício do PT a que assisti ocorreu pouco depois dessa decisão do TSE. No palanque em frente à prefeitura de Porto Alegre então ocupada pelo petista Olívio Dutra, Lula aproveitou o ocorrido para uma fanfarronice muito típica de seu estilo: disse que Silvio Santos àquela hora estaria bebendo champanhe para comemorar a saída da disputa, pois não teria como derrotar a força de uma candidatura popular. 

Não lembro de mais nada do que foi dito no palanque, nem pela estrela da noite, nem pelos vários oradores que a antecederam. A bravata sobre a eleição estar no papo — Lula chegou ao segundo turno, quando perdeu para Collor — é própria do jogo político. Mas a referência desdenhosa à champanhe que o empresário televisivo estaria bebendo já é um sinal do pior de Lula: o apelo permanente ao ressentimento rasteiro, o discurso do nós-contra-eles — a construção de um inimigo, sem o qual não se sustenta a coesão de uma seita política. 

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Impressiona, ao longo das mais de seis horas de Wild Wild Country, a total ausência de discursos moderados e a absoluta incapacidade das partes em conflito de chegarem a qualquer solução de compromisso. Comprando propriedades e dominando a administração municipal, o culto do guru indiano se adona de Antelope e rebatiza a cidade como Rajneesh, para desalento dos antigos moradores. Os cerca de 40 habitantes, quase todos idosos, brancos, cristãos e conservadores, viam com previsível desconfiança aquela gente que andava vestida de vermelho (e que às vezes despia as roupas encarnadas para tomar sol em um terreno desocupado da cidade). Com arrogância, um dos sannyasins entrevistados no documentário — o advogado Philip Toelkes, conhecido na seita como Swami Prem Niren, que defendeu Rajneesh em suas pendengas com a justiça americana — declara que Antelope era uma “cidade fantasma”. Os habitantes da cidade eram poucos, mas não eram fantasmas.

De outro lado, a série documental  registra o chauvinismo extremado dos inimigos de Rajneesh, cujas declarações orbitavam em torno de três preceitos da intolerância: não há lugar para essa gente nos Estados Unidos — eles são o Mal (ou adoradores do Diabo) — amamos Jesus Cristo e não haverá outro senhor nesta terra.  Contra tais argumentos de baixo calão e grosso calibre, Ma Anand Sheela, braço direito, relações públicas e pitbull do guru, respondia subindo ainda mais o tom da beligerância. Ela vangloriava-se dos feitos de sua comuna (o único lugar dos Estados Unidos sem drogas e sem doenças venéreas – e o único lugar onde as pessoas conheciam o verdadeiro prazer sexual, disse ela em um programa de televisão) enquanto ridicularizava, hostilizava e intimidava os adversários. Falou abertamente em colecionar a cabeça de inimigos que ousassem invadir sua cidade utópica no Oregon.

A seita petista apresenta uma identidade grupal igualmente insular e intolerante. Falo em “seita petista” não por espírito provocativo, mas porque é preciso estabelecer certas distinções: a expressão não se refere ao potencial eleitorado do partido ou de seu líder hoje encarcerado. O eleitor médio que conheceu melhorias de vida nos dois governos de Lula dispõe-se a votar no condenado provavelmente porque espera a volta da bonança econômica. Mas há um petismo mais convicto e sectário, que, encastelado nos circuitos artístico-culturais descolados das grandes capitais e nos departamentos universitários que hoje oferecem cursos sobre o “golpe de 2016”, mostra-se estupidamente feroz na desqualificação de quem diverge da linha do partido. Há alguns anos, essa turma aguerrida cobria qualquer um que acusasse a corrupção rampante do governo de epítetos anacrônicos: udenista! lacerdista! Esses xingamentos caíram em desuso, mas fascista e neoliberal – os dois termos são sinônimos no dicionário da seita – ainda são clássicos.

Predominantemente de classe média, esse petismo intelectualizado despreza os vizinhos de condomínio que não votam no partido. Seus fiéis praticam a política de terra arrasada em relação à oposição. Na visão deles, até a crítica mais ponderada a deficiências e insuficiências dos programas sociais dos governos Lula e Dima deve ser desmascarada como mal-disfarçado ódio aos pobres que agora viajam de avião; a sugestão mais tíbia de reformas ou ajustes na previdência ou nas leis trabalhistas denuncia o pensamento da elite que não quer ver a filha da personagem de Regina Casé na universidade; a mais que razoável afirmação de que o processo de impeachment foi legal e legítimo torna-se sinônimo de apoio aos tanques na rua e às câmaras de tortura do regime de 1964. Para a seita petista, todo pensamento divergente é uma cidade fantasma que, ao contrário de Antelope, não deve ser rebatizada, mas exorcizada e destruída.

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É claro que existe certo contingente que odeia o partido e seu homem-ideia pelas mais detestáveis razões. Eis aí o Tiozão Reaça, sempre nostálgico da ditadura, que faz parte do folclore de toda família. E temos também a Perua Sem Noção, personagem frequente da crônica social nos anos Lula: sempre que o candidato da oposição crescia nas pesquisas, lá vinha ela dar entrevista à imprensa golpista, elogiando a finesse do direitista da hora, reclamando, narinas frementes de nojinho, da gentalha que vai de chinelo dedo ao aeroporto, escandalizando-se com os compatriotas suburbanos que outro dia ela encontrou fazendo compras na Harrods. Feitos um para o outro: a Perua Sem Noção confirma os temores conspiratórios da seita, e a indignação da seita valida os melindres classistas da Perua Sem Noção. (Outro tanto se pode dizer sobre o candidato do Tiozão Reaça. Deputado do baixo clero, Bolsonaro só ganhou relevância nos anos petistas. Se Bolsonaro não existisse, o PT, por um imperativo da farsesca dialética nacional, teria de inventá-lo.)

Sheela, como porta-voz da seita de Rajneesh, tentou algumas vezes lançar na mesa a carta da vitimização: os sannyasins, ela dizia, eram uma minoria religiosa perseguida. As circunstâncias históricas não a favoreciam: o vocabulário básico da militância identitária ainda não era de uso comum nos anos Reagan. De resto, era difícil convencer o público de que a religião que gastara milhões de dólares erguendo uma cidade no meio do nada – e cujo líder tinha uma coleção de Rolls Royce – era perseguida como os cristãos das catacumbas. O PT, ao contrário, conseguiu sustentar a ficção de que era perseguido até quando detinha o poder. A tão propalada “polarização” resulta do rebaixamento geral a que o debate público foi submetido nesse processo. A seita petista decidiu que seu embate se dava sempre e somente contra reaças caricatos. E os reaças caricatos afinal se apresentaram, com força, pagando desprezo com desprezo. 

Rajneeshpuram, a cidade construída pelos sannyasins no Oregon, tinha polícia e milícias próprias, muito bem armadas com fuzis de assalto. Mas, a despeito de toda a tensão, não se deu lá a tragédia que se viu anos mais tarde, em 1993,  quando o FBI armou um desastrado cerco a outra seita em Waco, Texas, episódio no qual morreram dezenas de pessoas. Salvo lamentáveis casos pontuais – o traumatismo craniano do empresário Carlos Augusto Betone, agredido por militantes em frente ao Instituto Lula –, tampouco no Brasil eclodiram os confrontos violentos que tantos anunciavam para o dia seguinte à prisão do grande líder. O resultado da estigmatização rasteira do pensamento divergente foi outro: o rebaixamento geral da cultura política brasileira, que hoje é uma imensa guerra de memes. Eis o grande embate da semana que se encerra: os parlamentares petistas colocam LULA no sobrenome, e o vereador paulista do MBL responde energicamente usando MORO como seu nome do meio.

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Estava sozinho, o que é talvez revelador da minha natureza antissocial (na faculdade de Jornalismo em que eu então estudava, a esquerda era um consenso docente e discente; não deveria ter sido difícil achar companhia para um comício petista). Encontrei por acaso uma antiga colega de Segundo Grau (como então se chamava o Ensino Médio) que nunca me parecera interessada em política mas que se mostrava mais entusiasmada com Lula do que eu. Conversamos rapidamente e saí correndo para o ponto de ônibus. Eu morava na Zona Sul de Porto Alegre, no apartamento de um amigo. Passava da meia-noite, e o último Vila Assunção, que fazia o trajeto em cerca de trinta minutos, já havia partido. Restava o Otto Niemeyer, que fazia um volta bem mais longa, de quase uma hora. Ia vazio àquela hora. Perto de mim, sentou-se um menino, um vendedor de rua que tentara a sorte entre a multidão de petistas e simpatizantes. Não consigo lembrar qual era a sua mercadoria. Rapaduras, talvez. Teria uns dez anos, ou pouco menos – jovem demais para passar a noite vendendo rapaduras em um evento de rua -, e era expansivo, falante. Puxou conversa comigo. Até onde lembro, o garoto não expressou nenhuma simpatia especial pelo candidato que vira de perto. Mas ele me disse uma frase que poderia figurar em um filme de Duda Mendonça ou João Santana (se é que a sinceridade tem lugar na propaganda política).

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“Lula estava suando”, disse a criança.

Comecei este texto dizendo que essa frase — a segunda fala da noite que ainda guardo na memória — seria uma mistificação. Esclareço: a impostura não está na frase em si, ou no garoto que a pronunciou com desapaixonada serenidade. A mistificação está no significado transcendente que o ouvinte atribuiu à frase. Sim, confesso, aquilo me pareceu a demonstração de uma autenticidade popular fundamental do candidato petista: eis aí um homem que sua! Nenhum outro faz isso. Collor, o eleito daquele ano, decerto era desprovido de glândulas sudoríporas… 

Não é sem constrangimento que conto isso. Mas me consola saber que minha ilusão juvenil chegou até a idealização mas não desceu até a idolatria. Na entrevista a Wild Wild Country, Sheela ainda transborda de vibração erótica juvenil quando relata a primeira vez em que viu Bagwhan, com sua barba esvoaçante e seu peito peludo. Desconfio que muita gente madura direciona sentimentos parecidos à carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

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Sheela e Rajneesh (Divulgação/Netflix)

Sheela, cuja inteligência aguda desenvolve as racionalizações mais assustadoras para justificar os crimes que cometeu supostamente a serviço da seita, lembra às vezes os escudeiros de Lula que caíram em desgraça. Ela é um pouco José Dirceu e um tanto Antonio Palocci, e em certos momentos de liderança ela talvez seja o próprio Lula (só não é, jamais, Dilma). E o episódio em que os sannyasins aliciam moradores de rua para fins políticos convida a uma difícil comparação com as práticas populistas do PT. Fica para outra ocasião e para outro autor. O texto já vai longo.  

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Uma última palavra dedicada ao pequeno vendedor de rua que puxou conversa comigo naquela noite de 1989, e que hoje já será um homem adulto. Eu ainda insisto em submeter sua frase tão prosaica à lente perversa da superinterpretação: hoje penso que ele era o menino do conto de Andersen, denunciando que o rei está nu e está suando  — e que o rei, portanto, não é uma ideia mas um homem.

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