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Tesoureiro de Dilma repassou R$ 16 milhões a gráfica fantasma de dois irmãos de Kennedy Alencar

[* Veja a continuação deste caso, com os números atualizados, no post “Os fantasmas da gráfica estão no Globo. Você acredita em fantasmas?“] Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2014, repassou mais de R$ 16 milhões a uma gráfica fantasma de Beckembauer Rivelino de Alencar e Muller de Alencar, irmãos do jornalista governista Kennedy Alencar. A apuração […]

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 01h32 - Publicado em 27 abr 2015, 21h08

[* Veja a continuação deste caso, com os números atualizados, no post “Os fantasmas da gráfica estão no Globo. Você acredita em fantasmas?“]

Dilma Edinho

Dilma e Edinho: tesoureiro foi promovido a ministro da Propaganda do governo

Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2014, repassou mais de R$ 16 milhões a uma gráfica fantasma de Beckembauer Rivelino de Alencar e Muller de Alencar, irmãos do jornalista governista Kennedy Alencar.

A apuração é do site O Antagonista, em excelente trabalho investigativo movido pela denúncia da Operação Lava Jato contra a Gráfica Atitude, usada pelo tesoureiro do PT João Vaccari Neto para lavar dinheiro do Petrolão.

Ao checar as despesas com gráficas da campanha eleitoral de Dilma Rousseff através dos dados apresentados ao TSE pelo PT, chamou a atenção a quantia exorbitante de 16.677.616 reais recebida pela gráfica VTPB Ltda.

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O dinheiro foi repassado diretamente por Edinho Silva, como se pode ver neste recibo de 1.401.187 reais:

Gráfica fantasma recibo 1

“Transação efetuada com sucesso por Edson Antonio Edinho Silva”

A VTPB está registrada na rua Atílio Piffer, 29, Casa Verde, São Paulo, como se pode ler numa das notas fiscais apresentadas pelo PT ao TSE:

Gráfica fantas recibo 2Neste endereço, no entanto, Mario Sabino encontrou apenas um pequeno galpão deserto.

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Gráfica fantasma

Fotografia da fachada foi tirada nesta segunda-feira, às 13:06.

Sabino afirmou que “é uma portinha num prédio de dois andares. Nunca houve uma gráfica ali, segundo o vizinho, Cícero. A portinha está cerrada há anos”.

O Antagonista verificou então o histórico da gráfica VTPB na Junta Comercial de São Paulo.

“Ela foi aberta em 21 de julho de 2008, com sede na Avenida Ipiranga, 1071, conjunto 206, no centro de São Paulo. O objeto social era ‘Comércio varejista de jornais e revistas. Agenciamento de espaços para publicidade, exceto em veículos de comunicação.’ O nome popular para isso é banca de jornais.

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Os titulares da empresa eram Beckembauer Rivelino de Alencar Braga (domiciliado em Campo Belo, Minas Gerais), e Muller de Alencar Castro Braga (domiciliado em São Paulo, Capital, na rua Dona Ana Barros, 320, Bloco A, apto. 73, Jardim Sônia).”

Repito: ambos os titulares – Muller e Beckembauer – são irmãos de Kennedy Alencar.

“O capital de 50.000 reais era dividido meio a meio.

“Em 4 de junho de 2009, Muller retira-se da sociedade e entra no seu lugar Wilker Correa Almeida – que, atenção, fornece o mesmíssimo endereço de domicílio de Muller.

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Em 9 de novembro de 2011, houve uma redistribuição de capital. Beckembauer passa a contar com 49.500 reais. Ou seja, torna-se praticamente o único dono da VTPB.”

Agora é que vem a jogada:

“Pouco antes do início da segunda campanha de Dilma Rousseff, em 25 de julho de 2014, houve uma alteração da atividade econômica da empresa. No objeto social, a VTPB passou a incluir ‘Sede para impressão de material para uso publicitário, edição integrada à impressão de cadastros, listas e outros produtos gráficos.’ O nome popular disso é material de campanha eleitoral. A sede é mudada para a rua Atílio Piffer, 29, Casa Verde, São Paulo. Endereço, por assim dizer, mais adequado para uma gráfica do que a Avenida Ipiranga.”

Ou seja: o objeto social da VTPB foi mudado no período eleitoral, a fim de poder emitir notas fiscais de serviços de impressão de folhetos e afins.

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“No dia 14 de agosto de 2014, apenas 19 dias depois da alteração do objeto social, a VTPB emitiu a primeira nota para a campanha de Dilma Rousseff, no valor de 148.000 reais. Só naquele mês, foram emitidas mais oito. No total, foram 2.104.931 reais.”

O Antagonista conclui:

“Em campanha eleitoral, lavar dinheiro com gráficas é fácil. Elas podem imprimir alguns milhares de panfletos (ou nem mesmo unzinho, se a gráfica for só um nome na junta comercial) e emitir notas fiscais registrando que foram impressos milhões. Quem vai controlar? É o Lava Gráfica.”

Eu questiono:

A imprensa não comprada vai questionar Edinho Silva, Beckembauer Rivelino e Dilma Rousseff? A oposição vai emparedar o PT?

Lava Jato neles!

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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