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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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STF invalida a língua portuguesa

Esse foi o maior de todos os golpes

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 23h49 - Publicado em 17 dez 2015, 21h21

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Comentei em tempo real no Twitter a sessão do STF sobre o rito do impeachment e, confesso, fiquei cansado – ou melhor: enojado – demais para transformar tudo em um artigo mais completo.

Mas registro as principais tuitadas sobre o golpe que, muito mais do que atropelar o Poder Legislativo, invalidou a língua portuguesa.

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– Veremos agora se Luiz Edson Fachin só posou de isento para demais ministros fazerem trabalho sujo de ajudar Dilma Rousseff.

– Luís Roberto Barroso incorporou Luís Inácio Adams.

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– Em vez de defender seu voto sobre a votação secreta, Fachin dá uma de Maria-vai-com-as-outras para não ficar mal com os coleguinhas.

Rosa Weber quer voto aberto alegando transparência para a sociedade. O problema é a transparência para o governo, que retalia parlamentares.

Gilmar Mendes cita votações secretas internas do próprio STF e ironiza Luiz Fux: “Quando é nosso caso, a gente diferencia”. Grande momento.

– Gilmar Mendes resumiu o golpe do STF ao observar que a própria Corte então cometeu “inconstitucionalidades” com votações internas secretas.

– Ministros do STF não respeitam princípio constitucional genérico de publicidade que querem aplicar ao caso específico da Câmara. Arrogância?

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Dias Toffoli, meu leitor, repete os argumentos do blog sobre o julgamento automático do impeachment no Senado.

– Dias Toffoli, basicamente, repetiu o que apontei neste trecho, refutando a tese de Renan Calheiros:

Blog sobre impeachment Senado

– A gente sente que o Brasil está do avesso quando Dias Toffoli está coberto de razão.

– Ah, não, Barroso! Aí, não! Relativizar o significado da palavra “eleita” é demais.

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– Barroso quer interpretar a palavra “eleita” como “escolhida”, como se ela não presumisse uma eleição. Sim: o escárnio venceu o cinismo.

– Toffoli rebate Barroso: “Onde está escrito na Constituição que não pode haver candidatura avulsa na Câmara?” Barroso é incapaz de responder.

– Assim eu acabo aplaudindo Dias Toffoli de pé. Briga mais, ministro! Pra cima deles!

– “É MUITO GRAVE! É DE UMA GRAVIDADE IMENSA! É UMA INTERFERÊNCIA DE UM PODER EM OUTRO PODER!” Viva, Dias Toffoli! Uhuuuulll!

– Toffoli: “Então a democracia vai servir para STF internamente mas não para a casa que representa a soberania popular, que é a Câmara dos Deputados!”

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– Toffoli empareda Ricardo Lewandowski, confrontando-o com suas próprias declarações. Grande momento.

– Lewandowski está bravinho. Foi desmascarado por Toffoli. Defendeu-se pateticamente e tratou de mudar de assunto, incapaz de rever posição.

– Já escrevi várias vezes no blog: Toffoli é muito mais ligado a Lula que a Dilma. Não é surpresa que vote de acordo com a lei neste caso.

– Por especulação lógica, há hipótese de acordo no STF para que Fachin e Toffoli, mais associados ao PT, tenham adotado posição contrária à do governo, cientes de que demais ministros divergiriam. Mas, neste caso, Toffoli mereceria o Oscar.

– Ninguém rebateu argumentos expostos por Toffoli. STF vai dar um golpe assim mesmo, graças à influência nociva de Luís Roberto Barroso.

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– Barroso, se tivesse autocrítica, mudaria de posição após argumentos de Toffoli. Mas vai ficar calado, embevecido com sua influência no STF.

– Lei diz que presidente “será submetido a julgamento” no Senado. Ninguém é submetido a julgamento se não há admissibilidade. #Barrosogolpista

– Rosa Weber: incapaz de argumentar, vota pela “coesão” do plenário. Carmen Lúcia: admite “alguma razão” de Toffoli, mas segue Barroso sem se explicar. Luiz Fux: voto secreto, só no STF…

– Ministros que divergiram ainda podem mudar votos após refutação de seus argumentos. Mas são orgulhosos demais, vaidosos demais. É nojento.

– Gilmar Mendes detona ministros: “Assumamos que estamos fazendo uma manipulação do processo”.

– Dias Toffoli: “É MUITO GRAVE! 26 líderes vão definir o que é essa comissão e não os 513″ deputados eleitos pelo povo!” O nome disso é golpe.

– Gilmar Mendes lamenta que “cabe a uma oligarquia” a designação dos membros da comissão. “Estamos manipulando esse processo!” É golpe do STF.

– O povo não elegeu líderes de bancada, senhores ministros! Elegeu 513 deputados que têm de votar nos integrantes da comissão do impeachment.

– Ministros distanciam o povo dos escolhidos para a comissão do impeachment ao legitimar poder decisório intermediário de líderes de bancada.

– Marco Aurélio Mello complementa o golpe, votando pela votação aberta na Câmara e pelo poder do Senado de recusar o processo de impeachment.

– Marco Aurélio Mello é pai de Letícia, de apenas 37 anos, nomeada por Dilma Rousseff como desembargadora do TRF2. Quase me comovo com a gratidão do ministro.

– Quanto cinismo ficar elogiando o trabalho do sujeito (Fachin) de quem se diverge nos pontos principais…. É muita sem-vergonhice.

– Celso de Mello vence o prêmio de mala do dia. Parabéns.

– Ouvindo Celso de Mello, entendo perfeitamente que Gilmar Mendes tenha saído antes, alegando que tinha que viajar.

– Fui ali velar o Brasil e já volto.

– STF reinventou língua portuguesa. Agora “será submetido a julgamento” significa “poderá ser julgado ou não”. São uns ‘jênios’ os ministros.

– Vou criar a de tradução. Exemplo: Seleção brasileira jogará no domingo. : Seleção brasileira poderá jogar ou não no domingo.

– Exterminador do futuro diz: “I’ll be back”. : Eu poderei voltar ou não.

– Haverá sessão no STF nesta sexta-feira. : Poderá haver sessão no STF nesta sexta-feira… ou não.

– Caros estudantes de Direito: vocês ouvirão seus professores idolatrarem Barroso. Não se deslumbrem (como Rosa Weber). Estudem o idioma.

– Se líderes vão escolher integrantes da comissão, e chapa alternativa está vetada, qual votação será aberta? Eleição de quê? Esse Barroso…

– A destruição da linguagem no Brasil foi tão poderosa nas últimas décadas que hoje o Supremo rabisca a lei e a imprensa noticia sem entender.

– Imprensa: STF decidiu que integrantes da comissão serão indicados pelos líderes e votação será aberta. E ninguém faz ideia do que significa isso.

– Os escolhidos pelos líderes formarão uma chapa que será aprovada ou reprovada pelo plenário em votos “sim” ou “não”? É isso? Ou os integrantes já estarão “eleitos” para a comissão, na acepção que Barroso deu à palavra?

– A linguagem e a realidade não têm vasos comunicantes no Brasil. As pessoas repetem frases decoradas e ignoram a que diabos elas se referem.

– Eduardo Cunha foi à TV apontar os problemas dos efeitos práticos das decisões do STF. Mas ministros não pensaram nisso. Só queriam se ouvir falando.

– Imagine que você tem o “poder” de decidir se alguém pode decidir se fará ou não alguma coisa. Uau! Esse é o “poder” que o STF deu à Câmara.

– STF poupou Renan Calheiros de uma operação policial e deu-lhe mais poder sobre o impeachment. É a suprema justiça brasileira.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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