Comentei no domingo, após a vitória de Eduardo Cunha (PMDB) com 267 votos na eleição para presidente da Câmara dos Deputados:
Lendo os jornais de hoje, fiquei com a impressão de que Winston Churchill assumiu a Câmara dos Deputados para derrotar o PT. Até que veio a notícia (banho de água fria nos antipetistas):
Pedido de impeachment de Dilma é descabido, diz Cunha.
“Não há a menor possibilidade de minha parte. Não há de se discutir fatos de um mandato anterior. Todos querem que o país siga sua estabilidade. Pedido de impeachment ou qualquer coisa nesse sentido é descabido.”
“Nesse sentido”, Cunha decretou que o Petrolão prescreveu. No entanto, a Lava Jato continua, os acordos de delação premiada entre empreiteiras e Ministério Público estão sendo negociados, e já surgiram denúncias graves contra o ex-governador Sergio Cabral e seu sucessor, Luiz Fernando Pezão, dois comparsas de Dilma, depois dos quais ela também poderia cair.
Qualquer cidadão ou entidade da sociedade civil pode pedir o impeachment de um presidente, mas é prerrogativa do presidente da Câmara avaliar o cabimento do pedido, podendo engavetá-lo sumariamente.
Hoje, até mesmo para proteger o seu partido, também envolvido no escândalo de corrupção da Petrobras, Cunha diz que “não há a menor possibilidade”. Se irá engavetar ou não o pedido quando aumentar o volume de acusações, e o PMDB tiver eventualmente conseguido jogar nas costas do PT as maiores responsabilidades, não se sabe ao certo.
Mas, como sempre, convém cobrar mais do que esperar.
II.
O psolista Chico Alencar ficou em último lugar na disputa com 8 votos, atrás de Júlio Delgado (PSB-MG) com 100 e Arlindo Chinaglia (PT-SP) com 136. O PSOL é sempre uma vergonha. Ninguém quer o partido de Jean Wyllys, de modo que ele fica muito magoado e acaba dando piti. Só falta, como o psolista recém-empregado no governo Francisco Bosco, escrever o artigo “Odeio o Brasil”.
III.
Blogs sujos do lulopetismo já estão atacando Dilma, até por não demitir Graça. Os petistas querem se limpar na própria sujeira, como sempre.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
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