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PT, PCdoB, PSOL e PSB insultam Bolsonaro ao menos quatro vezes em representação. Revide de esquerda pode?

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 02h27 - Publicado em 16 dez 2014, 23h25

ele-nao-abre-mãoFalei sobre o caso Maria do Rosário (PT-RS) x Jair Bolsonaro (PP-RJ) durante meu bate-papo com Joice Hasselmann na TVeja, gravado na quinta-feira (11). O trecho pode ser visto neste link, a partir dos 10min45seg.

O que fiz lá basicamente?

Contextualizei a discussão que gerou a ofensa inicial de Rosário a Bolsonaro, sintetizei o caso do estuprador “Champinha”, mostrei que Bolsonaro, ao contrário de Rosário, defendia penas mais rigorosas para estupradores e redução da maioridade penal, e declarei um maior repúdio moral a ela do que a ele, não só pela ofensa muito pior (“Estuprador”, “É sim”), como também pelo histórico de defesa de bandido e embuste, como na ocasião em que o comitê de campanha da deputada foi flagrado em áudio mentindo sobre o fim do Bolsa-Família em caso de vitória eleitoral de Aécio Neves. De quebra, alertei para a facilidade com que o PT editaria as frases polêmicas de Bolsonaro em eventual campanha presidencial de 2018, a fim de descontruí-lo.

Mas fiquemos nas ofensas.

Repudio mas não igualo a reação sarcástica imprudente e possivelmente injuriosa (“Não estupro você porque você não merece”) à injúria que a motivou. Esta é muito mais grave. Em caso de revide imediato, como foi o de Bolsonaro, a própria lei atenua o crime e prevê até perdão judicial.

Só não creio que chamar alguém de “estuprador” de modo puro e simples, como fizera Rosário, sem referências ao fato determinado que ensejou tal acusação, configure crime de calúnia, como se chegou a cogitar nas redes sociais. Trata-se de injúria mesmo, grave por si só.

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Na semana passada, Bolsonaro citou o episódio de onze anos atrás, mas a tese defensiva de que ele tenha se limitado a isso talvez ficasse comprometida pelas declarações post-factum do deputado sobre os motivos estéticos que o levaram a dizer aquela frase. De qualquer modo, a troca de ofensas com Rosário parece ser o caso de situação acobertada pela imunidade parlamentar de ambos os deputados, não sendo possível falar de responsabilidade criminal.

Tanto ela (no evento anterior; em maior grau) quanto Bolsonaro (neste último; em plenário) extrapolaram, no entanto, os limites teóricos do decoro parlamentar, e nisso sujeitam-se a processo disciplinar. A aberração é que o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados o tenha instaurado somente contra Bolsonaro; e pior: que a Procuradoria-Geral da República (PGR) o tenha denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por incitação ao crime de estupro, mesmo o deputado tendo dito que NÃO estupraria Rosário porque ela NÃO merece. “A campanha dela há poucos meses era ‘Eu não mereço ser estuprada’. Ela usou a frase que usei”, alegou ele.

A esquerda obviamente processa o deputado para, no mínimo, demonizá-lo, enquanto desvia as atenções do Petrolão e demais crimes ocorridos sob o governo Dilma.

Tanto é assim que, na representação encaminhada ao Conselho de Ética, as siglas PT, PCdoB, PSOL e PSB afirmam que Bolsonaro tem sido “extremamente misógino, preconceituoso, sexista e homofóbico, no exercício do seu mandato parlamentar”, o que nada tem a ver com o caso específico, mas funciona como propaganda contra o adversário político.

Fazer acusações genéricas com rótulos odiosos sem indicar e analisar os fatos que a fundamentam é um hábito consolidado na esquerda brasileira, como ficou claro na campanha contra Rachel Sheherazade (aquela mesma que nenhum desses partidos defendeu quando Paulo Ghiraldelli, este sim, desejou que ela fosse estuprada).

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E não é curioso como a representação esquerdista insulta ao menos quatro vezes o deputado que ela própria acusa de quebra de decoro parlamentar? Como queríamos demonstrar na TVeja, eis o enésimo exemplo de aplicação da recomendação atribuída a Lenin: “Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz.” Para a esquerda, o revide é autorizado e legítimo, ainda que coletivo e não imediato.

Em todos os casos, não dá para igualar o sarcasmo reativo de Bolsonaro ao cinismo ativo desta gente.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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Relembre também aqui no blog:
– O curioso caso de Ghiraldelli contra Sheherazade / Ghiraldelli não é esquerdista? Querem mais prints?
– O curioso caso de Fabio Porchat contra Rachel Sheherazade – Caixa é coisa do passado. Campanha agora é “Vem pedir cabeças você também!”
– O cinismo de Ricardo Boechat contra Rachel Sheherazade
– Vamos comparar Rachel Sheherazade e Francisco Bosco, em homenagem ao PSOL e ao Sindicato dos Jornalistas
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– País de estupradores, uma ova! IPEA admite que… eu estava certo! Ai, que chato! Maioria discorda de ataques às mulheres! Só falta o instituto, os jornais, a TV e os ativistas admitirem o proselitismo ideológico também
– Carta aberta a Manoel Carlos com sugestão de cena para a novela “Em família” – Autor acreditou em pesquisa do IPEA, chamou “mais da metade dos brasileiros” de “machistas” e “da idade das pedras”, fez proselitismo e deve desculpas
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