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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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O que a Igreja fez pela mulher

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 04h42 - Publicado em 7 jan 2014, 21h58

profanacao-na-catedral

Eu também odiaria a Igreja Católica, os Estados Unidos, Israel e todos os autores conservadores, se eles fossem exatamente como milhões de pessoas que os odeiam pensam que eles são.
 
Mas eu não conheço pessoas, instituições e países pela caricatura que seus inimigos fazem deles. Só “idiotas úteis” têm opiniões baseadas nisso. E revê-las pode significar a ira da patota…
 
O artigo “Cooptadas pela ignorância”, escrito pela Equipe Christo Nihil Praeponere e publicado hoje no site do Padre Paulo Ricardo, resume abaixo o que a Igreja fez pela mulher, embora os ataques das feminazi (e daquela Marcha das Vadias que entrou pela Porta dos Fundos…) sugiram apenas a famigerada “opressão”.
 
Não é mesmo uma graça, aliás, que o humorista que prega em artigo na Folha o respeito à mulher e às suas liberdades seja o mesmo que ataca em vídeos na internet a religião que salvou as mulheres do subjugo, da humilhação e até do infanticídio?
 
Ah, os revolucionários…
 
Cooptadas pela ignorância
A intolerância dos novos movimentos sociais mostra como o ódio, cego e irracional, ainda é a base do comunismo
 
Não é – ou, pelo menos, não deveria ser – novidade para ninguém que os novos movimentos sociais, conhecidos por sua aparente luta por “tolerância”, “diversidade” e “respeito à diferença”, surgiram na linha de uma tradição de pensamento marxista, que substituiu, nas últimas décadas, a guerrilha armada pela guerra de ideias. Uma ótima introdução ao assunto é o curso “Revolução e Marxismo Cultural“.
 
Outra introdução sobre este assunto está no meu post: “Faça a sua parte: estude“.
 
Em suma, as categorias concebidas por Marx para o campo econômico foram transferidas para o terreno cultural: a “luta de classes”, que se limitava a um choque entre a burguesia e o proletariado, hoje, arma todas as pessoas contra as outras – mulheres contra homens, negros contra brancos, filhos contra pais etc. Nunca o conselho do líder socialista Vladimir Lênin foi seguido tão à risca: “Precisamos odiar. O ódio é a base do comunismo. As crianças devem ser ensinadas a odiar seus pais se eles não são comunistas”.
 
No entanto, para conquistar seus intentos, as mentes destes movimentos precisam contar com uma grande massa de pessoas que, no fundo, não conhece nem a origem nem o objetivo real da causa pela qual tão cegamente milita. É um grupo apelidado gentilmente de “idiotas úteis”. Incapaz de ter um pensamento próprio ou de opor resistência à ideologia reinante, filia-se a uma associação de inspiração política ou social pelo simples sentimento de pertencer a um grupo, independentemente da veracidade das ideias que este adota.
 
No hangout com Lobão e Sheherazade, falei também sobre o desejo neurótico de afeição que leva sobretudo os jovens a serem corrompidos e manipulados pelos grupos aos quais eles “precisam” pertencer. Voltarei ao tema em breve.
 
É difícil saber se Inna Schevchenko – a ativista do Femen que protestou, nua, na praça de São Pedro, dizendo que “o Natal foi cancelado” – é ou não uma dessas “idiotas úteis”. Também não é possível dizer que a jovem Josephine Witt – também ativista do Femen, que invadiu a Catedral de Colônia durante a Missa matutina de Natal e subiu nua ao altar, com a inscrição “eu sou deus” [1] – não sabia o que estava fazendo.
 
A lógica por trás destes protestos criminosos, no entanto, revela não só a face demoníaca dos “novos revolucionários”, como o profundo desconhecimento do verdadeiro rosto da Igreja. Muitas mulheres entram no movimento feminista convencidas com o discurso mentiroso de que o Cristianismo ou não lhes deu suficiente espaço na sociedade ou sempre as oprimiu, impiedosamente.
 
Nada é mais falso. Com o florescimento da religião cristã, a mulher passou a ser tratada com decoro e dignidade – o extremo oposto do lugar a que a Antiguidade a tinha relegado [2]. A figura feminina do Império Romano outra posição não tinha conhecido senão a de subjugo e humilhação, vítima que era da poligamia, do divórcio fácil e do próprio infanticídio.
 
De fato, em qual ambiente da Grécia ou da Roma Antiga poder-se-ia imaginar uma mulher regendo um império, como aconteceu na Idade Média, com não poucas delas chegando inclusive à honra dos altares? Em qual sociedade antiga uma mulher se entregou à vida intelectual a ponto de imitar a magnitude de uma Hildegarda de Bingen ou de uma Teresa de Ávila?
 
Isto sem falar em Isabel de Castela, Santa Joana D’Arc, Santa Rita de Cássia, Santa Catarina de Sena e outras incontáveis grandes mulheres do longo período da Cristandade católica.
 
Por essas e outras, é preciso concordar com Dom Aquino Corrêa que:
 
“A mulher em si mesma (…) nunca foi tão exaltada como no cristianismo. Dir-se-ia até que o foi mais do que o homem, não só porque Jesus a encontrara mais aviltada, e a tomou de mais baixo, como também porque, pela apoteose incomparável de Maria Santíssima, colocou uma simples mulher em culminâncias inatingíveis a nenhuma outra criatura humana.” [3]
 
A invasão de templos e a profanação de cultos religiosos por ativistas ilustram até onde pode chegar o homem quando se afasta de Deus. E como é forte a ignorância de quem, para defender a “liberdade”, ataca a instituição e o patrimônio que forjaram a civilização ocidental. Como dizia o venerável arcebispo Fulton Sheen, “não existem cem pessoas que odeiam a Igreja Católica, mas existem milhões que odeiam aquilo que pensam ser a Igreja Católica”.
 
Por Equipe Christo Nihil Praeponere
 
E como escreveu o americano Thomas Woods: “Para o nosso estudante do ensino médio, a história do catolicismo pode ser resumida em três palavras: ignorância, repressão e estagnação; ninguém fez o menor esforço por mostrar-lhe que a civilização ocidental deve à Igreja o sistema universitário, as ciências, os hospitais e a previdência, o direito internacional, inúmeros princípios básicos do sistema jurídico, etc, etc.” [WOODS JR., Thomas E. Como a Igreja Católica construiu a Civilização Ocidental. Tradução de Élcio Carillo. São Paulo: Quadrante, 2008. p.5]
 
Referências:
1 – Natal na Catedral de Colônia: ativista do Femen profana altar diante do Cardeal Meisner. | Fratres in Unum
2 – Quem quiser ler mais sobre o assunto, pode consultar a obra “O Crescimento do Cristianismo: um Sociólogo Reconsidera a História“, de Rodney Stark.
3 – Dom Aquino Corrêa, 9 de dezembro de 1934. Discursos, vol. II, tomo II. Elevação da mulher. pp. 135-137. Brasília, 1985. Via Ecclesia Una
 
Felipe Moura Brasil – https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/


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