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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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O mínimo que você precisa saber para não ficar histérico

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 04h43 - Publicado em 3 jan 2014, 19h13

I.
 
Convidado do primeiro hangout de Lobão em 2014 – eu estarei no segundo, neste domingo, às 22 horas, com Rachel Sheherazade –, o filósofo Olavo de Carvalho, autor do fenômeno editorial “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota“, idealizado e organizado por mim, começou falando da miséria intelectual da esquerda de hoje em comparação à dos anos 1960 (“Sobraram Vladimir Safatle, Marilena Chauí, Emir Sader, que não têm mais nada para dizer”), das tentativas de boicote aos livros best sellers da direita (“Quanto mais boicotam, mais sucesso. Isso aí é praga de urubu”), do grau de penetração do serviço secreto organizado do PT na máquina do Estado desde a época da CPI na década de 1990 (“Sem o controle da situação, você não se arrisca a fazer algo como o mensalão”), da estratégia do partido de seguir a máxima de Lenin “Incentive a corrupção e em seguida a denuncie” (“Eles ganham o dinheiro e ganham a fama de heróis que estão combatendo a corrupção. Eles ganham dos dois lados ao mesmo tempo”) e do imediatismo da direita atual em comparação à estratégia de longo prazo da esquerda (“A força do movimento revolucionário é a continuidade através das gerações”).
 
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Quando Lobão afirmou que “Uma das táticas do socialismo é envergonhar as pessoas de ter uma opinião própria”, Olavo discorreu sobre aquilo que o psiquiatra polonês Andrew Lobaczewski ensina no livro “Political ponerology” (“Ponerologia política”, ainda sem tradução no Brasil): quando um grupo de psicopatas cínicos e descarados assume o poder na sociedade, a histeria, em proporções epidêmicas, se espalha pela população.
 
Vale registrar aqui o que Laura Knight-Jadczyk escreve na introdução do livro, já desfazendo a confusão que o termo desperta:
 
“A palavra psicopata evoca geralmente imagens do pouco contido – mas surpreendentemente urbano – Dr. Hannibal Lecter do filme “O silêncio dos inocentes”. Eu admito que era esta a imagem que me que ocorria à mente sempre que ouvia a palavra. Mas estava errada, e iria aprender esta lição de forma bastante dolorosa por experiência direta… [M]uitas pessoas nada sabem sobre esta desordem, ou se sabem, pensam apenas em termos de psicopatia violenta – assassinos, assassinos em série, assassinos em massa –, pessoas que quebraram a lei vezes sem conta, e que, se apanhadas, serão encarceradas, talvez até sujeitas à pena de morte, onde esta se aplicar… O que diferencia um psicopata que vive do trabalho dos outros de um que ocasionalmente rouba uma loja, ou de um que seja um barão criminoso contemporâneo – ou o que diferencia um ordinário ‘bully’ de um assassino psicopata – nada mais é que estatuto social, motivação, intelecto, sede de sangue ou simplesmente oportunidade. O que distingue todas estas pessoas do resto de nós é um buraco absolutamente vazio na psique, onde deveria estar a mais evoluída de todas as funções humanizantes.”
 
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No hangout com Lobão, Olavo primeiro resumiu as características dos psicopatas:
 
“Um psicopata não tem as emoções morais, os sentimentos morais, mas ele as conhece intelectualmente, embora não sinta. Isto significa que ele tem um domínio sobre essas emoções, daí a facilidade para fazer as pessoas se sentirem amedrontadas, envergonhadas, inibidas. Se você não se precaver, ele tem o domínio psicológico da situação.”
 
Em seguida, Olavo ensinou a maneira de vencê-lo:
 
“Ele não é vulnerável aos ditames morais, só ao medo, à derrota, à humilhação. Ele não tem consciência moral própria. A consciência moral dele é a plateia. Se a plateia se volta contra ele, ele daí se sente envergonhado, intimidado. A consciência moral dele é como se fosse um HD externo. É através dos outros que você o pega.”
 
A arte dos psicopatas de transformar a população comum em um bando de histéricos, cujo resultado vemos sobretudo na internet todos os dias, foi assim resumida por Olavo:
 
“Como é que você produz um histérico? Você acostuma o sujeito a sentir pela imaginação. Ele não sente o que está acontecendo, ele sente o que ele imagina e sobretudo o que ele próprio fala. Se você habitua as pessoas a fazer isso, todas elas já entraram numa espécie de segunda realidade – uma realidade paralela. Nessa realidade paralela, o bem e o mal não são exigências que incidem sobre a pessoa real. O bem e o mal são transferidos para as ideologias, de modo que, se você aderiu à ideologia ou ao partido ‘certo’, você está dispensado de todas as virtudes morais e está autorizado a cometer todos os pecados. Então é um alívio para todas essas pessoas. Porque todos nós temos dramas morais: nós temos consciência dos nossos erros, dos nossos pecados, das nossas vergonhas, e isto às vezes nos inibe, mas o psicopata não tem este problema e ele ensina à multidão dos histéricos a se libertar disto: ‘Agora você pode fazer tudo que você quiser, você pode mentir, delinquir, matar, estuprar, roubar…’ Por quê? Porque você já é sócio remido: você já ganhou a carteirinha do partido, então você já está no bem, faça você o que fizer. Então, para milhões de pessoas frágeis, isto é um alívio.”
 
Como também escreve Laura na introdução do livro de Lobaczewski:
 
“A maioria de nós sente-se mais ou menos culpada se comer a última fatia de bolo na cozinha, sem falar como nos deveríamos sentir se intencionalmente e metodicamente nos propuséssemos a magoar outra pessoa. Aqueles que, de todo, não têm consciência são um grupo próprio, quer sejam déspotas homicidas ou meramente atiradores furtivos sociais sem escrúpulos. A presença ou ausência de consciência é uma profunda divisão humana, sem dúvida mais significativa que inteligência, raça ou mesmo sexo.”
 
O vitimismo dos psicopatas também rendeu estes comentários no hangout, com direito a uma divertida comparação com o marido que trai a esposa:
 
Olavo: Quanto mais eles se afundam no mal, mais eles se sentem lindos e santos e vítimas. Isto é característico também. Já têm um mecanismo automático de defesa contra a consciência moral. Eles são sempre as vítimas. Façam o que fizerem. Você pode esquartejar um garoto, mas no dia seguinte o sargento te deu um tabefe, a vítima é você: ‘Eu sou um coitadinho, o sargento me bateu!’ É assim mesmo. Essas pessoas são tão horríveis mentalmente que a pessoa normal tem dificuldade de imaginar. Eu sei dessas coisas porque eu estudei. Eu virei estudante desse negócio de psicologia faz muito tempo e depois quando chegou o livro do Lobaczewski, eu falei: ‘Pô, isto aqui esclareceu o assunto de vez!’ É aquela elite de psicopatas que torna doente uma multidão de histéricos. E o histérico vive num mundo paralelo onde o psicopata o colocou. Então são pessoas horríveis mesmo. E quanto mais horríveis são, mais têm aquela penetração, que vem de uma agressividade psicológica que uma pessoa normal não consegue ter. Por exemplo: você enganou sua mulher. Sua mulher te espreme. Você mente até um certo ponto, depois você desaba! Fala: “Eu errei mesmo, você me perdoe, eu sou um bosta…” Mas esses caras, não. Eles vão até o fim! Até o fim!
 
Lobão: Eles acabam acreditando na mentira.
 
Olavo: Acabam acreditando! Pois não tem cara que está publicando livro para dizer que Stalin era inocente, Stalin foi caluniado, ele não matou ninguém, ele era um primor de gentileza incapaz de fazer mal à mosca… É assim, pô!

 
II.
 
Olavo e Lobão também falaram sobre narcotráfico, Paulo Francis, amizade com quem não presta, eleições de 2014, tecnologia, poder, George Soros, evolução, marxismo. Seguem os principais trechos. Destaque para a proposta de Lobão de criar o “ressacômetro moral”.
 
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Farc e legalização das drogas:
 
Olavo: As Farc, eu acho até que elas estão operando mais em território brasileiro, porque na Colômbia eles dominam 3% do território e são odiados [por 90% dos colombianos]. Eles odeiam as Farc. Juan Manuel Santos foi eleito com o slogan “No más Farc“. Depois acho que deram dinheiro pra ele pra fazer acordo de paz. Agora acordo quer dizer: liberar as Farc, liberar as drogas e virar tudo uma put**** regulamentada. Porque a liberação das drogas é isso: é você dar aos bandidos os meios de operar legalmente. Quer dizer: o sujeito é narcotraficante, matou 30 mil pessoas, mas agora está tudo perdoado, está tudo limpo, e você vai ganhar um dinheiro e vai até se constituir como um partido político.
 
Lobão: Vai ser um grande industrial.
 
Olavo: Claro! Quer dizer: você vai premiar os desgraçados por todos os crimes que eles cometeram. Ademais, você veja o seguinte: se libera as drogas, quem vai poder concorrer com as Farc?
 
Lobão: Eles já têm todo o parque industrial, o know-how…
 
Olavo: Têm tudo! Eles têm o controle desde a produção até a distribuição! É uma multinacional.

 
Nota de Felipe Moura Brasil: A legalização é obviamente do interesse do narcotráfico, como mostra a reportagem da revista Exame “Farc propõem legalizar cultivos de coca, maconha e papoula“.
 
Lobão: E acham que as Farc é um narcotráfico baseado, especializado na cocaína, como se não soubessem que as próprias Farc já plantou papoula um tempão, e já fazem um comércio absolutamente relevante de heroína, e é óbvio que, com a porta aberta no Uruguai, eles vão plantar muita maconha. Agora o problema maior é que nós já somos o maior mercado de drogas no mundo, nós somos o país com o maior número de assassinatos do mundo. E isso só tem aumentando a cada ano. Então a gente não pode dizer que isto é herança maldita do PSDB. Nós estamos há 11 anos com o PT aí e isso só tem piorado.
 
Olavo: Mas é o tal negócio: se você está conversando com uma pessoa que é incapaz de sentir culpa, você já está em desvantagem.
 
Lobão: É verdade.
 
Olavo: A gente não pode aceitar a presença delas na vida pública ou na vida intelectual. A gente tem que desmascarar, escorraçar e dizer “Olha, vai arrumar um emprego em um posto de gasolina, vai fazer outra coisa, agora na política e na vida intelectual tu não entra”.
 
Lobão: A gente tem que ter um aparelho: o ressacômetro moral. O sujeito que não tem um determinado percentual de remorso, de culpa, de ressaca moral, ele realmente deveria ser inviabilizado politicamente.
 
Olavo: Inviabilizado! Claro! Inviabilizado. Não precisa matar o cara nem pôr na cadeia, mas simplesmente desmoraliza ele. Uma das grandes satisfações da minha vida é que eu tive a oportunidade de tirar várias dessas pessoas da tomada. Elas nunca mais falaram nada. Ficaram quietinhas. Eu falo: mas é isso que eu queria! Agora: eu sozinho não posso dar conta de todo mundo, precisa ter um negócio coletivo. Apareceu um cara desse, a gente vai lá e desmoraliza e manda ele pra casa.

 
Lobão diz que, ao contrários do que muitos pensam, ele convida esquerdistas para o seu programa: “Chamar, eu chamo! Eles é que não vem!… Isso que é uma coisa interessante. Eles só concebem um ataque sub-reptício. Quando é em igualdade de condições, olho no olho, eles não aparecem.”
 
Olavo: Eu e você, nós sabemos que não somos melhores do que ninguém. Mas esses camaradas, quanto pior eles são, mais eles têm que se exaltar: eles têm que beatificar a si próprios porque ninguém vai beatificá-los. É um regime de auto-exaltação permanente. O sujeito toca punheta diante do espelho, todo dia. Essas pessoas são anormais. Inteiramente anormais. A gente tem que expeli-las da vida pública de qualquer jeito, mediante a vergonha. Mediante a vergonha! Não é para bagunçar a vida privada do cara, isso não precisa. Eu não quero saber da vida particular de ninguém. A sua vida pública é uma vergonha! A vida pública de cada um desses caras é uma vergonha desde o início – e isso é fácil de provar. Você pega o livro do Tuma, por exemplo, você vê. Como é que você vai explicar que esses caras estão na vida pública? Não dá! Um era para estar na cadeia, o outro na privada.
 
Paulo Francis e amizade com quem não presta
 
Lobão fala que perdeu muitos amigos por questões ideológicas.
 
Olavo: A amizade dessas pessoas você não lamenta ter perdido, porque ser amigo delas é perigoso. [O lema é]: “Ser meu amigo consiste em estar no meu partido, em estar na minha política.” Eles usam a amizade para isso o tempo todo. Eles usam a amizade como arma de chantagem. Eu, depois que me afastei desse pessoal da militânicia, eu ainda continuei sendo usado por eles para muita coisa na base da amizade durante muito tempo. Foi aos poucos que eu percebi que eu estava sendo trouxa. Então falei o seguinte: Eu não quero mais a sua amizade. Por favor não seja mais meu amigo, seja meu inimigo ou então não faça nada. Mas não chegue perto de mim, não vem dizer que você é amigo. É muito perigoso ser amigo deles. Você veja: o Paulo Francis morreu por causa disso.
 
Lobão: De tristeza, né?
 
Olavo: Exatamente. O Paulo Francis passou para o lado dos liberais, mas ele conservava a amizade dos esquerdistas e queria a amizade deles, então, quando eles o maltratavam, ele ficava triste, ficava deprimido. Eu, não! Quando eles ficam bravo comigo, eu fico contente.
 
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Lobão: Eu, literalmente, estou cagando um balde. Sinceramente, eu não tenho o menor tipo de condescendência com esse tipo de pessoa, porque eu percebo, sinto que é um tipo de energia baixa…
 
Olavo: Baixa, baixa…
 
Lobão: …uma energia emocional, intelectual, ideológica da pior qualidade. Então você não está perdendo nada, muito pelo contrário: a ausência deles na sua vida é apenas um ganho.
 
Olavo: Sua ausência preencheu uma lacuna. Como dizia um amigo meu: estou cagando um quilo redondo.

 
Eleições 2014
 
Lobão pede previsões para as eleições de 2014.
 
Olavo: Esta eleição não tem a mais mínima importância. Por quê? Porque o PT e seus partidos aliados, não é que eles dominam o governo. Eles dominam o Estado através de todo o funcionalismo público. Então qualquer sujeito não petista que for eleito está na mão deles. Então ou vai dançar conforme a música, ou vai ter o destino do Collor. A prioridade não é eleger um presidente. É criar uma militância que possa dar sustentação a um presidente quando for conveniente elegê-lo. O PT sempre soube disso. Mas o pessoal da direita é tudo amador. A esquerda está cheia de profissional. A direita só tem amador e palpiteiro. Quem é a direita hoje? A direita hoje são indivíduos. Sou eu, é você, é o Reinaldo Azevedo, não tem nenhuma organização pelas costas, não tem verbas, não tem p… nenhuma. Esses caras são loucos: eles estão lá montados no dinheiro, e dizendo que nós é que somos o poder econômico. Na época do Imbecil Coletivo, teve um sujeito chamado Muniz Sodré que disse: “Esse cara é um covarde, porque ele se apoia no poder econômico.” Você veja: na época eu morava num prédio do Rio de Janeiro – o prédio era tão bom que o apelido do prédio era o Favelão. Eu morava num quitinete, não dava nem pra me mexer, eu estava numa m… desgraçada, não tinha nem onde cair morto, e ele achando que eu era o poder econômico, meu Deus do Céu! Quer dizer: aí é a histeria mesmo, é o mundo da imaginação. Agora você veja que nós como indivíduos isolados, nós estamos tendo uma repercussão e uma força que eles não são capazes de ter. Eles não entendem a força da personalidade humana. Eles não entendem a força da autenticidade. Eles não entendem a força da sinceridade. Porque nunca tiveram. E nunca vão entender. E é por isso mesmo que eles levam susto com a gente. Porque nós estamos indo lá para falar o quê? Nós não estamos tentando parecer melhores do que nós somos. Nós estamos simplesmente dizendo o que nós estamos vendo, meu Deus do Céu! E isto eles nunca fizeram na vida! Eles não sabem o que é isso.
 
Lobão: Verdade.

 
Tecnologia, poder e George Soros
 
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Lobão cita um episódio narrado no livro de Romeu Tuma Jr., “Assassinato de Reputações – Um crime de Estado“, para falar do método de incriminar alguém com uma ligação forjada do exterior para um narcotraficante, por exemplo. A imprensa engole, o inquérito é uma fachada, assassina-se a sua reputação etc.
 
Olavo: Uma das tragédias do mundo contemporâneo é que o próprio progresso da ciência e da tecnologia coloca na mão do Estado e dos grandes organismos e grandes grupos internacionais um poder descomunal. Isso não depende de escolha ideológica. O poder estatal cresce de qualquer maneira. Você vê esse negócio que o pessoal da NSA faz aqui [nos EUA] de grampear o mundo! Isso é uma tecnologia caríssima. Quem tem capacidade para comprar essa tecnologia? Só o Estado. Ou megabilionários. Então o povo de baixo, a opinião pública, o eleitorado vai ficando cada vez mais oprimido e cada vez mais isolado. Isso não é nem uma opção ideológica, é a própria tecnologia. Esses cientistas FDP consentem em trabalhar pra esses caras, criando instrumentos pra pôr no nosso cu! Até o século XVIII, todo mundo estava convencido de que o destino humano depende de fatores incontroláveis: depende de Deus, depende do Capeta, depende dos anjos etc., ele não estava em nossa mão. Todo mundo acreditava nisso. A partir do século XVIII, veio aquele negócio: “Não, agora precisamos tomar as rédeas do nosso destino!” Agora o homem, a humanidade vai governar a si mesma. Isto significa que meia dúzia de caras vai controlar todos os outros. Não é O HOMEM! Não são OS HOMENS! Não é A HUMANIDADE! São os caras poderosos que decidem o nosso destino. E isto está [assim] cada vez mais! Cada vez mais um grupo pequeno de pessoas tem meios de controlar os outros através da tecnologia. Então o que nós temos que fazer? Nós temos que criar tecnologias que boicotem isso. Mas acontece o seguinte: você pode pagar esses profissionais pra fazerem isso pra você? Nós não temos dinheiro pra isso, pô!
 
Lobão: Fora aqueles mega… O tão onipresente George Soros está por trás da legalização da maconha no Uruguai.
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Olavo: Ele está mesmo! Ele está mesmo! Ele está comprando terras na Bolívia pra fazer a plantação.
 
Lobão: Vai fazer uma associação com as Farc e vai ganhar uma grana.
 
Olavo: Pois é. Agora: ele contrata quantos cientistas ele quiser. Não só cientistas das ciências naturais, mas das ciências sociais também, que são meios de manipulação, meios de engenharia social. Então chega uma hora em que pouco importa a ideologia do cara, ele vai pôr no seu cu de qualquer maneira, porque é um poder incontrolável. Você não pode trabalhar pra esses caras, você está pondo no c* da humanidade, pô. Esta é a consciência: você tem que trabalhar pra criar instrumentos do povo, das pessoas concretas, das pessoas reais – poderes pra se livrar disso.

 
Lobão fala das pessoas que não conseguem entender que megacapitalistas estão por trás dos comunistas.
 
Olavo indica o livro The Best Enemy Money Can Buy (“O melhor inimigo que o dinheiro pode comprar”), de Anthony Sutton, o economista inglês que estudou como os grandes capitalistas ocidentais financiavam a URSS. Olavo pede aos editores que o publiquem no Brasil.
 
Evolucionismo e Marxismo
 
Lobão fala da teoria da evolução.
 
Olavo: Eu não tenho nenhuma opinião a respeito. Eu acho que eu sou o único cidadão do universo que não sabe se a evolução aconteceu. Porque todo mundo sabe. Mas eu não sei. Nunca houve uma teoria que, para sustentá-la, se inventassem tantas mentiras. Isto não prova nada contra a teoria, mas que seus adeptos são um bando de vigaristas.
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Olavo: Evolucionismo é que nem marxismo. A teoria vai mudando e ela acaba dizendo o contrário do que dizia e continua tendo o mesmo nome. Porque Darwin dizia que tudo evolui segundo uma lei férrea, imutável, da sobreviência do mais apto. Hoje os evolucionistas dizem: não, não tem isso, tudo acontece por acaso. Eu digo: mas então não é a mesma teoria. Então é que nem o marxismo: a classe revolucionária era o proletariado, agora são os intelectuais, depois são as putas… E assim por diante. Quer dizer: a teoria vai mudando de conteúdo, mas mantém o mesmo nome. Quer dizer: é claro que isso é trapaça. Então eu não tenho posição em relação ao evolucionismo, não sei se aconteceu ou não, mas eu sei o seguinte: que a maior parte dos evolucionistas são vigaristas mesmo. Pra defender aquilo, eles inventam qualquer coisa. A pior delas é o seguinte: eles dizem que são contra o tal do design inteligente. Quem inventou o design inteligente foi o próprio Charles Darwin. (…) Foi ele que inventou essa teoria. Então se você é darwinista, você tem que aceitar o design inteligente, que está lá na “Origem das Espécies”: os parágrafos finais são uma declaração de design inteligente.
 
Lobão: Mas se o design é inteligente, ele foi inteligido por quem?
 
Olavo: Darwin acreditava em Deus, acreditava que houve um plano. Qualquer teoria que diga respeito à totalidade do universo nunca vai ser comprovada. Porque cada indício que você acha pra um lado, você vai achar outro pro outro. Então se você quer provar: “tudo obedeceu a um plano”, “tudo tem uma inteligência por trás”, ao mesmo tempo você vai encontrar indícios de absurdidade, de falta de sentido. Você encontra. Quando cresce um, cresce o outro. Nós nunca vamos chegar nisso aí. Isso aí só Deus sabe mesmo. Quando a gente morrer, a gente pergunta. Por que é que está com pressa? Chega lá pergunta: como é que foi? [Risos]
 
Lobão: Eu acho que é o reducionismo da transcendência. Todos esses movimentos reduzem a transcendência humana. O mal é ter a transcendência reduzida a alguns determinismos. Isso diminui o ser humano…
 
Olavo: Se você reduz o universo àquele grupo de fatos que confirma a sua teoria, e exclui tudo mais, aí pronto: a sua teoria está provada, é a coisa mais fácil do mundo. É o que Antonio Gramsci chamava “a terrrestrialização do pensamento”. Você reduz tudo a esse planetinha aqui, pronto: fica tudo explicado.
 
Lobão: Por isso que Nelson Rodrigues dizia que “O ateu é um amputado transcendental”, né?
 
Olavo: Com toda a razão! É um amputado mesmo. Ele não só se amputa a si mesmo, mas amputa os outros. É o que Eric Voeglin chamava “a proibição de perguntar”. Você não pode fazer certas perguntas.

 
Lobão diz que está no meio da leitura dos “Demônios” de Dostoievski e nota que a perda de Deus é a base da revolução.
 
Olavo diz que, sem Deus, as pessoas ficam como o sapo do fundo do poço: se lhe perguntamos: “Que é o céu?”, responde: “É um buraquinho no teto da minha casa.”
 
III.
 
Bate-papo completo de Lobão e Olavo de Carvalho:
 
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=GX17-Fllyn0?wmode=transparent&fs=1&hl=en&modestbranding=1&iv_load_policy=3&showsearch=0&rel=1&theme=dark&feature=share&w=620&h=349%5D
 
Laura Knight-Jadczyk, autora da introdução do livro do psiquiatra polonês Andrew Lobaczewski “Political ponerology” (“Ponerologia política”), fala sobre psicopatas:
 
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=8Sggu9SnVZ8?wmode=transparent&fs=1&hl=en&modestbranding=1&iv_load_policy=3&showsearch=0&rel=1&theme=dark&w=620&h=349%5D
 
Entrevista sobre psicopatas concedida pela psiquiatra e autora do livro “Mentes perigosas” Ana Beatriz Barbosa da Silva a Patricia Travassos:
 
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=m_wUDsshdvk?wmode=transparent&fs=1&hl=en&modestbranding=1&iv_load_policy=3&showsearch=0&rel=1&theme=dark&w=620&h=349%5D
 
Felipe Moura Brasil – https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/
Lobão Entrevista Pim Rachel

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