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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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O DIA SEGUINTE – Lula e Dilma correm para se salvar; PMDB e PSDB correm para o impeachment

Só opositores firmes como Caiado e Bolsonaro foram aplaudidos no 13 de março

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 23h17 - Publicado em 14 mar 2016, 13h28

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1) O Bolsa-Família privilegiado de Lula

Valor: “O fato político mais desejado no Planalto seria a posse de Lula no ministério” (na verdade, para assumir a articulação política com o Congresso e recuperar a base de apoio do governo).

“Lula é o último cartucho da presidente Dilma para conter um processo que começa a correr nesta semana e que pode se tornar irresistível, depois das manifestações de ontem”, 13 de março.

Folha: “Caso o petista entre para o governo, advogados próximos avaliam as chances de Lula puxar consigo para o Supremo as investigações sobre seus parentes.”

Em resumo: Dilma negocia a entrega do governo a Lula para se salvar do impeachment, Lula negocia um Bolsa-Família de foro privilegiado para se salvar da Lava Jato.

2) #LulaNaCadeia

O pedido de prisão preventiva de Lula deverá ser rejeitado pela Justiça paulista, segundo o Valor.

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(Este blog comentou a fragilidade do pedido aqui e aqui, porque não é chegado a dar falsas esperanças aos leitores.)

A expectativa é que a juíza Maria Priscilla também “decline” da competência sobre o crime de lavagem de dinheiro, deixando-o a cargo da Lava Jato, que também deverá denunciá-lo em 30 dias por corrupção ativa e passiva.

Há chances, no entanto, de que a parte da denúncia do MP de São Paulo contra Lula por falsidade ideológica seja aceita pela juíza.

De um jeito ou de outro, será difícil Lula escapar da cadeia.

3) O tiro no pé de Dilma

Andréia Sadi, da Globonews: “Parlamentares avaliam que governo deu ‘tiro no pé’ ao pedir ao STF em dezembro que definisse as regras do impeachment. Isso parou o processo.”

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E por que fazem essa avaliação? “Porque admitem que, à época, não tinham votos para aprovar o processo. Mas agora dizem que as manifestações deram impulso.”

Tem mais: “Senadores do PMDB avisaram a integrantes do governo que, se processo do impeachment passar na Câmara, não seguram no Senado.”

Obrigado, Dilma. Vai cair, como cantava Cartola, no “abismo que cavaste com teus pés”.

4) Cronograma do impeachment

Fernando Rodrigues, do UOL:

“Se for mesmo possível, como deseja Eduardo Cunha, instalar a Comissão Especial do Impeachment até 6ª feira [18], o processo pode ser concluído até o final de abril ou primeira quinzena de maio – na Câmara dos Deputados. Depois, haverá a novidade de o Senado ter de ratificar o afastamento da presidente – em caso de aprovação pela Câmara.”

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Estadão:

“O presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, pai do líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani, avaliou em uma reunião fechada, na última quarta-feira, 8, que a presidente cairá em 90 dias.”

Nunca pensei que fosse dizer isto, mas: um Picciani pode ter razão.

5) O bundamolismo do PSDB

Depois de mais de 13 anos de PT no poder, foi necessário que dois tucanos derrotados em eleições presidenciais para Lula (Geraldo Alckmin) e Dilma Rousseff (Aécio Neves) fossem hostilizados como “oportunistas” na megamanifestação antipetista de São Paulo para que o PSDB constatasse que o eleitorado cobra do partido uma postura mais firme e decidisse – quem sabe, talvez, se não chover… – radicalizar a defesa do “Fora Dilma” (pela via do impeachment, porque a do TSE é lenta demais).

Não há prova maior do bundamolismo tucano.

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6) As exceções entre a oposição omissa

Quase 80% dos manifestantes que foram às ruas no 13 de março considera a oposição no Senado e na Câmara Federal omissa (41,6%) ou passiva (37,6%) “em relação às denúncias que o governo está sofrendo”, segundo levantamento do Instituto Paraná Pesquisas.

Opositores mais firmes como o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), no entanto, foram aplaudidos na Avenida Paulista e em Brasília, respectivamente.

Bolsonaro levou o povo ao delírio ao dar uma surra no Pixuleco, o boneco que satiriza Lula como presidiário. “Com a direita, Bolsonaro chuta a esquerda para fora do Brasil”, escreveu seu filho vereador, Carlos, nas redes sociais:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=v8NdJE2LnlM?feature=oembed&w=500&h=281%5D

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=HS60pa3pEPA?feature=oembed&w=500&h=281%5D

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7) Movimento Brasil Livre: “A empresa israelense SmartLok fez a contagem dos participantes da megamanifestação na Paulista hoje com base nos IPs de celulares que passaram por lá. O número foi de 1,480 milhão de pessoas – bem próximo ao da Polícia Militar.”

O Datafolha, que há anos chamo de DataDilma, estimou 450 mil na Paulista, ou seja: apagou um milhão de pessoas.

Como comentou o internauta Alexandre Maia na página do MBL:

O Datafolha usa como método um petista chamado Tonhão, que fica num terraço de prédio da Paulista. Equipamentos: Um binóculo, um litro de caninha 51 e 12 pães com mortadela…”

8) Foi o povo brasileiro

Do meu editor da Record, Carlos Andreazza:

“Para quem sempre teve o domínio dos protestos de rua, compreendo que seja difícil assimilar a derrota monumental de ontem. Foi golpe mesmo. A maior manifestação pública da história do Brasil não foi sua. É duro. É um tremendo baque narrativo. Mas é do jogo.

Sei que o repúdio à figura do político tradicional de qualquer partido – Aécio e Alckmin foram hostilizados, entre outros – causa-lhe curto-circuito. Mas é o que é: quem foi às ruas ontem não tem compromisso seletivo; não tem compromisso de defender Fulano, Sicrano ou Beltrano. Este compromisso – eletivo – é seu. Vire-se com ele. Cada um tem a jararaca que merece. Enrole-se com ela.

Tenho clareza sobre o fato de que a exploração cafajeste da imagem de uma família com babá – trabalho regulamentado e recolhedor de impostos como o meu e (espero) o seu – é reação representativa do desespero de uma constatação: você sabe que elite nenhuma no mundo reúne milhões de pessoas nas ruas; você sabe que a conta não fecha.

Você sabe…

Foi o povo brasileiro.”

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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