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Lula e Dilma eram tão gratos a Cerveró que um lhe deu cargo e a outra o elogiou no dia da nomeação

Delação do ex-diretor e ata do Conselho da Petrobras traduzem gratidão petista

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 23h44 - Publicado em 12 jan 2016, 12h02

Lula Dilma Cervero

Nestor Cerveró disse que Lula deu-lhe um cargo na diretoria da BR Distribuidora em 2008 “como reconhecimento” pela ajuda do então diretor da área Internacional da Petrobras na quitação do empréstimo de R$ 12 milhões do Grupo Schahin ao PT.

Segundo o delator, “havia um sentimento de gratidão do Partido dos Trabalhadores” para com ele.

A gratidão petista, como estamos carecas de saber, manifesta-se à base de cargos públicos e/ou propina.

O depoimento de Cerveró confirma o do operador Fernando Baiano, com a diferença de que Cerveró acusa Lula diretamente, ao passo que Baiano disse em dezembro que ouvira a história da boca de José Carlos Bumlai, a quem procurou para pedir apoio político ao ex-diretor.

Bumlai, amigo de Lula preso por envolvimento no petrolão, confessou também em dezembro que tomou emprestados os R$ 12 milhões do banco Schahin em 2004 e repassou 6 milhões ao caixa dois do PT de Santo André.

O dinheiro seria destinado a Ronan Maria Pinto, empresário da cidade paulista apontado pelo Ministério Público como integrante de um esquema de recolhimento de propina incrustado na prefeitura, na gestão de Celso Daniel.

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Maria Pinto estaria chantageando Lula e os ex-ministros Gilberto Carvalho e José Dirceu por saber detalhes do assassinato do ex-prefeito de Santo André, em 2002.

Para Ronaldo Caiado (DEM-GO), “a CPI do BNDES na Câmara tem o dever de convocar Lula e cobrar explicações” sobre sua ligação com o empréstimo considerado fraudulento pela Lava Jato.

A inclusão de Cerveró na acareação entre Baiano e Bumlai, diga-se, também cairia bem.

Segundo a Folha, o ex-diretor ainda afirmou que Lula sugeriu ao senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) que se reunisse com o comando da BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras. Esse encontro, segundo Cerveró, tratou de uma reivindicação de Collor, a “compra de grande quantidade de álcool, no valor de R$ 1 bilhão, de usinas de Alagoas”.

“Agora fica mais nítido o quanto a delação de Cerveró preocupa o Planalto. A ponto de Delcídio, então líder do governo, propor a fuga dele”, completou Caiado.

Motivos para preocupação não faltam, como as denúncias contra o atual ministro Jaques Wagner já haviam deixado claro. Mas ainda há mais.

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Cerveró também disse que, em 2012, o presidente do Senado, Renan Calheiros, o maior aliado de Dilma Rousseff contra o impeachment, “reclamou da falta de repasse de propina” por parte do delator.

Além disso, a ata em que o Conselho da Petrobras, então presidido por Dilma, agradece a Cerveró pelos “relevantes” serviços prestados, elogiando “sua competência técnica e o elevado grau de profissionalismo e dedicação demonstrados no exercício do cargo”, é exatamente a do dia 3 de março em que ele foi nomeado para a BR Distribuidora.

Lula e Dilma tinham mesmo um sentimento de gratidão para com Cerveró.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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