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FHC perdoou Dilma pelo dossiê dos cartões corporativos?

O escândalo dos R$ 615 milhões gastos pelos petistas com cartões corporativos (veja aqui), também usados por seguranças da família de Lula e por sua amante, Rosemary Noronha (veja aqui), é um caso antigo que merece ser lembrado em mais detalhes. No início de 2008, vieram a público revelações de que o primeiro escalão do […]

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 00h54 - Publicado em 19 jul 2015, 04h40

print-fhcO escândalo dos R$ 615 milhões gastos pelos petistas com cartões corporativos (veja aqui), também usados por seguranças da família de Lula e por sua amante, Rosemary Noronha (veja aqui), é um caso antigo que merece ser lembrado em mais detalhes.

No início de 2008, vieram a público revelações de que o primeiro escalão do governo Lula os utilizava para fins recreativos.

Descobriu-se primeiro que alguns ministros – Matilde Ribeiro, da Igualdade Racial, Orlando Silva, do Esporte, e Altemir Gregolin, da Pesca – haviam se habituado a usar o cartão para pagar desde tapioca até temporadas com a família em hotéis de luxo. Em seguida, soube-se que o abuso de 11.510 cartões nas mãos de 7.145 funcionários públicos era fato corriqueiro.

Os ministros se defenderam dizendo que haviam sido mal orientados, e o Planalto decidiu apoiar a criação de uma CPI – desde que englobasse os gastos dos cartões na gestão de FHC.

Foi a senha para que uma equipe da Casa Civil, então comandada por Dilma Rousseff, revirasse os arquivos da pasta atrás de informações desabonadoras para constranger os tucanos, de que resultaria um escandaloso dossiê, que o governo insistiu em chamar de ‘banco de dados’.

Em entrevista à TVeja no período eleitoral de 2014, FHC mostrou que não havia perdoado Dilma e o governo Lula por aquele dossiê, feito contra ele e Ruth Cardoso em 2008 para desviar o foco do escândalo petista.

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Transcrevo o trecho.

FHC: Nem a Ruth nem eu, nós não somos de gastos, pessoalmente. Eu até sou famoso por ser pão-duro, não é? (Risos) E a Ruth era mais do que eu: sovina. (Risos) Mas com dinheiro público, foi zero! Zero! Bom, e insinuaram… A Dilma telefonou pra Ruth pra se desculpar, pra dizer que não era ela, que não era verdade, que não era assim [deixando a culpa para sua braço-direito Erenice Guerra] e tal. Aí a Ruth disse: ‘Mas eu gostaria de ouvir isso de público.’ E nunca veio nada de público. Então, de fato, não sei se foi ela quem mandou, mas fizeram!

JOICE: Então o perdão não veio, não é?

FHC: Não. Porque não foi propriamente pedido. Essas coisas são assim. Aí vem a presidente Dilma dizer que, no meu tempo, se botava a sujeira para baixo do tapete. Isso que eles fizeram foi botar debaixo do tapete a sujeira. Nós não pusemos sujeira nenhuma debaixo do tapete. Por que é que eles, nos seus 12 anos [de governo], se tinha sujeira no tapete, não tiraram o tapete para mostrar a sujeira? Aliás, eu desafio: mostre aí onde é que houve algo errado feito pelo meu governo e que tenha sido escondido. O que houve de acusação, e era acusação sem parar, foi tudo para os tribunais. [Resultado:] Nenhuma condenação. O Eduardo Jorge foi sacrificado em público. Ganhou todas! E ainda ganhou indenização. De modo que eu desafio: em vez de ficar dizendo que “botou debaixo do tapete”, que “tinha um engavetador geral”, diga o que foi! E por que a senhora, ou o seu antecessor, não reabriram a questão?

Pois é.

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FHC foi grande naquelas respostas. Dias depois, no debate do SBT, o então candidato Aécio Neves (PSDB-MG) copiou dele essa última rebatida para nocautear Dilma, acusando a petista de prevaricação, como mostrei aqui.

Mas ficou por isso mesmo. Veio 2015 e FHC “voltou” a ser FHC, ignorando 615 milhões de motivos para tirar Dilma e o PT do poder.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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